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Crónica do curso “Galego, Porta Aberta para o Mundo” 26.6 a 29.6 2018

Começou o curso com umha introduçom a cargo do Secretário Geral de Política Linguística Valentín García, que se mostrou otimista e se gabou do grande incremento no número de alun@s que estudam português na Galiza, também como da participaçom do Consello da Cultura na CPLP.

Na sua bem-vinda, a diretora Teresa Moure mostrou umha situaçom bem mais com os pés assentes no cham.

grupos-politicos_pegA seguir veu umha mesa redonda acerca da aplicaçom da Lei Valentim Paz Andrade, em que, moderando o vice-presidente da AGLP Ângelo Cristóvão, participárom quatro deputadas dos grupos políticos do Parlamento Galego: Concepción Burgo (PSdeG-PSOE), Luca Chao (En Marea), María Antón (PP), Olalla Rodil (BNG)

Com o precedente da introduçom por Valentín García, ouvimos de novo a representante da administraçom a dizer que a aplicaçom da lei Valentim Paz Andrade está a correr bem (consideram ser grande sucesso terem-se atingido por volta de 3.000 alun@s de português? Repare-se em que sobre 150.000 no secundário, quer dizer 2% )

Também me pareceu que ningumha das representantes da oposiçom, apesar de serem todas elas críticas, chegou a propor umha aplicaçom aberta e franca da lei, concordante com o espírito de “estratégica” com que foi unanimemente aprovada no parlamento.

A minha perceçom geral foi de se moverem entre o conformismo e o (im)possibilismo, com posicionamentos do tipo “no ensino nom se pode fazer mais com o orçamento que temos, tendo em conta que o português nom é disciplina obrigatória” ou “é suficiente com o Conselho da Cultura Galega participar como observador consultivo na CPLP, isso é tudo”

Nom ouvimos desta vez ninguém realizar propostas valentes, como tornar obrigatório o estudo do português (a lei aprovada por unanimidade di que é estratégico para a Galiza, nom é?), ou como levar já as instituições públicas e privadas galegas a participar em todos os fóruns e eventos internacionais da Lusofonia, ou como resgatar as concessões nom utilizadas da TDT na Galiza para emitir canais em português.

Verificamos a boa relaçom entre as tv públicas galego-portuguesas por meio da mesa redonda Pode o audiovisual acelerar o encontro cultural galego-português? com Fernando R. Ojea, dir. de Conteúdos da CRTVG e Teresa Paixão, dir. de programas RPT2, moderando a Fernanda Tabarés (dir. de Voz Audiovisual). Mas também verificamos a carência de planos concretos para acrescentarem os projetos comuns. E achei que estas pessoas do âmbito da programaçom audiovisual, embora nom seja a sua responsabilidade, viam como umha ideia a nom cumprir o mandato da Paz-Andrade sobre a transmissão dos canais portugueses na Galiza.

Relatórios pessoais sobre o uso de língua e materiais linguísticos portugueses no ensino galego (Que foi do português no ensino?) vinhérom da mao de Carme Saborido e Miguel Rios (profs. de secundário), moderando o prof. da USC Carlos Quiroga. Também se figérom questons como: se @s profes de galego podem dar aulas de português no ensino público por “afinidade”, porque é que @s profes de português nom podem dar aulas de galego?

De lResultado de imagem para o galego é uma oportunidadeíngua e usos nos falou Valentim Fagim, que nos mostrou como Aprender e Desaprender a nossa língua, quer dizer eliminar castelhanismos e interferências e aprender formas genuínas, para remover entraves e falsos amigos que dificultam a comunicaçom com outras variedades no mundo.

Ele com José Ramom Pichel (O galego é umha oportunidade) e este com Sabela Fernández (Documentário Galego, Porta para o Exterior), também como a palestra final Língua, cultura e comunidade galega: Tentativas para maior coesão e satisfação do Elias J. Torres (prof. da USC) acabárom por dar umha visom completa e abrangente das oportunidades para vivermos mais felizmente a nossa língua.

O testemunho real de que as oportunidades podem ser aproveitadas veu de parte das Empresas que prometem romper fronteiras. Numha mesa redonda Paulo Cundins (Dinahosting), José Ramom Pichel (Imaxin/software), Ramom Pinheiro (aCentral Folque) e Manuel Vázquez (Rede Galega de Empresas) falárom de serviços tecnológicos, de investigaçom e produçom musical e de negócios internacionais realizados na nossa língua comum.

O professor da Faculdade de Física da USC Jorge Mira explicou-nos os seus modelos matemáticos sobre as jorge-mira-cpopulações que falam duas línguas, a sua evoluçom em funçom dos parámetros semelhança das duas línguas e prestígio dumha a respeito da outra.

Como conclusões interessantes, o ajuste do modelo aos dados empíricos demostra a existência de vários modelos de evoluçom de falantes de língua A, de língua B e bilingues nas diversas comarcas galegas, que previsivelmente levarám a diferentes situações finais na dinâmica modelada.

Faltaria por completar o modelo com a evoluçom temporal dos parámetros determinantes, o qual poderia mudar os cenários comarcais e globais no futuro. Mas para já, os dados numéricos parecem confirmar às claras a relaçom entre a dissemelhança das línguas e o prestígio da menorizada. Por outras palavras, que se a língua menorizada se converter num híbrido semelhante à dominante, o seu prestígio tornará baixo e acabará por desaparecer.

Portanto acho que se demonstra que a recuperaçom dum modelo genuíno da nossa língua, aproximando-se do português e afastando-se do castelhano, nom apenas aumentará a sua utilidade exterior, mas também aumentará o seu prestígio e as suas probabilidades de sobreviver no interior.

Porém, também ouvimos posições discordantes com o reintegracionismo. Na mesa Editar no padrão internacional, o que pensam as editoras, com Francisco Castro (Galaxia), Teresa Crisanta Pilhado (Através), Rafael Xaneiro (Axóuxere) soubemos que as editoras maiores persistem, por vontade e convicçom dos seus dirigentes, na sua preferência pola norma “oficial”, que consideram que deve ser única. A aposta na norma internacional é, por enquanto, escolha apenas das pequenas iniciativas.

mulheres-e-lingua-cE na mesa Que se passa com as mulheres e a língua? ouvimos Susana Arins (prof. ensino secundário), Antia Cortiças (prof. na EOI) e Raquel Miragaia (prof. ensino secundário), com moderaçom da Llerena Perozo (editora), falar das invisibilizadas entre as invisibilizadas e das dificuldades multiplicadas das mulheres que optam polo feminismo, o galeguismo e dentro deste o reintegracionismo.

Nom faltou também perguntar Como nos vem por aí fora? Nomeadamente em Portugal, que perante o caso galego parece dividir-se entre o desconhecimento, o amor e a cautela face à possível reaçom da Espanha (as mesminhas linhas em que se divide a Galiza para o relacionamento com Portugal). Dérom-nos os seus testemunhos pessoais Joana Magalhães, como cientista portuguesa residente na Corunha, e Marco Neves, como especialista e apaixonado das línguas e descobridor entusiasmado da realidade linguística galega.

Os momentos partilhados de beleza (Em carne viva. Recital com as poetas Susana Arins, Tiago A. Costa, Mário Herrero, Concha Rousia), de reflexom coletiva (Dinâmica de grupos: o dilema de mudarmos de hábitos) e de convívio nos cafés e nos jantares dérom sentido e consistência ao grupo. Em suma, que ajudárom a tornar os dias dedicados ao estudo numha experiência amena e agradável.

Para concluir, penso que a realizaçom deste curso é um autêntico marco para a proposta reintegracionista, abre canais de comunicaçom e visibilizaçom no mundo profissional e no académico, nomeadamente nas novas gerações universitárias. Era bom poder consolidá-lo como um evento anual, umha via permanente ao diálogo e à naturalizaçom das nossas ideias na opiniom pública galega.

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