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Conselharia de educação retifica na convocatória de vagas de português nas oposições 2024 após as críticas recebidas

Há uns dias atrás, neste mesmo portal, noticiamos que a administração pública anunciava a sua proposta de novas vagas de emprego público nas especialidades de línguas estrangeiras: 80 vagas de inglês no secundário e 15 em escolas EOI e 10 vagas de francês no secundário e 11 em escolas EOI. Zero vagas de português, quando se farão dez anos da lei Paz-Andrade.

Finalmente haverá oposições de português na Galiza no 10 aniversário da Lei Paz Andrade.

A Conselharia de educação retificou a oferta de emprego perante as críticas recebidas, convocando 4 vagas de português para EOI.

A retificação do governo incluindo vagas de português nas oposições de 2024, apesar de ser à última da hora e em período eleitoral, foi acolhida como uma boa notícia, e a Associação de Docentes de Português da Galiza fez uma comunicação pública em estes sentido, destacando que esta medida: “contribui para a normalização de que a nossa especialidade, tal e como as outras, deve ser considerada com equidade na distribuição de vagas, contabilizando as interinidades e reformas que justifiquem a necessidade de oposições.”

Contudo, desenvolveram uma série de elementos que foram desconsiderados e que fazem com que “tal retificação seja menos alegre do esperada”:

Estes som os pontos que a DPG destaca:

Em primeiro lugar, ao não serem convocadas vagas no secundário foram ignoradas as prioridades transmitidas por profissionais e sindicatos, tais como: 

  • atender interinidades e reformas já comunicadas no seu dia;
  • permitir o processo de aquisição de especialidade de quem leciona a matéria desde outra especialidade (no nosso caso, 60% do total de docentes);
  • acompanhar o crescimento em ESO e Bacharelato (+2000 alunos/as);

À luz disto, quatro vagas no secundário teriam sido as mínimas para atender adequadamente a atual situação como foi informado no seu momento. No entanto, como também propusemos no seu dia, dez teria sido um número prudente que mostraria a vontade do governo em promover de maneira especial, prioritária e estratégica o português. 

Já com respeito ao próprio reparto de vagas, não parece uma política interessante para a boa imagem do português no futuro (nem de justiça para com as outras especialidades) que a retificação tenha sido à custa de retirar vagas a outras línguas de igual importância e categoria. Ter acrescentado as 4 vagas de EOI ao total teria sido muito mais diplomático e considerado.

Já com respeito ao próprio reparto de vagas, não parece uma política interessante para a boa imagem do português no futuro (nem de justiça para com as outras especialidades) que a retificação tenha sido à custa de retirar vagas a outras línguas de igual importância e categoria. Ter acrescentado as 4 vagas de EOI ao total teria sido muito mais diplomático e considerado.

No que diz respeito às vagas finalmente convocadas de EOI, entendemos que a oferta final apenas responde a reformas e interinidades já existentes e não a nenhuma proposta de crescimento. Seja como for, celebramos qualquer número de vagas que melhore as condições laborais e a necessária provisão docente nas EOI. 

Contudo, este anúncio não veio acompanhado de nenhuma informação adicional para ofertar a matéria em novas EOI, como temos reclamado, até com campanhas de recolha de assinaturas, para as EOI de Verim, Carvalho, Ribadéu, Viveiro ou Monforte. De facto, a este respeito, a única informação que temos sobre abrir novos espaços ao português nas EOI foi a recente votação negativa em sede parlamentar de incorporar o português em Verim. Cremos que urge apostar no crescimento, com a implementação de novos centros EOI com português.

Igualmente, cremos que não está bem não terem considerado a possibilidade da mobilidade interna incluindo na convocatória possibilidade de mudança de corpo A1 para A1 (de secundária para EOI).

Voltando ao secundário, queremos chamar a atenção para o facto de que o total de funcionários especialistas em português é de apenas 25. Este número tinha ficado congelado em 2022 e agora, com esta oferta, trava-se a incorporação de docentes na especialidade até 2025. Ao oferecer zero vagas, e portanto não se poder constituir um júri que permita a aquisição da especialidade por docentes em ativo, o crescimento de especialistas nos centros de secundário fica paralisado de maneira inevitável. 

A tão só dois meses do 10º aniversário da Lei Paz Andrade, entendemos que a “incorporação progressiva” constante no artigo 2º da lei 1/2014 deveria ser tomada como política estratégica de qualquer governo de maneira mais decidida. 

Nesse sentido solicitamos o compromisso da futura Conselharia, e de todos os partidos que concorrem nestas eleições, e que eventualmente poderão vir a conformar um governo, para que a oferta regular e continuada de vagas em secundário seja retomada em 2025. Um compromisso unânime que permita incorporar o português progressivamente em todos os centros de ensino um pouco mais rápido do que nos últimos dez anos.

O atual cenário de incorporação demorada do português poderia ser corrigido, mais rapidamente, com a elaboração de um decreto no ensino que desenvolvesse a lei e com uma série de propostas concretas que aproveitando o momento eleitoral gostaríamos que todos os partidos incluíssem nos seus compromissos eleitorais.

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