Estreia-se em Serpa, esta terça feira, 19 de Outubro, no Alentejo, “Tráfico”, peça assinada pelo dramaturgo galego Carlos Santiago, com encenação do também galego Chiqui Pereira, uma coprodução das companhias portuguesas Baal 17 e Al Teatro.
Tráfico serve-se do humor negro para una leitura satírica da actualidade, tomando por referência irónica a “Medeia” de Eurípides.
Uma mulher obscura, Medeia, dirige um hotel singular, o Hotel Balneário Olimpo, onde se oferecem curas de stress a traficantes necessitados de descanso e repouso. Na realidade, o negócio esconde um propósito mais maquiavélico do que a satisfação das necessidades terapêuticas do crime organizado: a vingança, traçada com paixão pela protagonista, contra aqueles que a traíram. Com o pano de fundo da crise e da deriva do capitalismo, “Tráfico” mistura a comédia com a tragédia, numa encenação crua e obscena, onde o sangue flui sem contenção.
Porquê este espetáculo?
O palco é para nós um local de reflexão, de provocação, de análise crítica sobre quem somos e qual é o nosso papel na construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. Falar do mundo, não do mundo que nos rodeia, mas sim, do mundo que nos controla, domina e oprime, foi o mote para a criação deste espectáculo. Falar da atualidade neste início de século, onde tudo se trafica, se vende, se compra, sem qualquer pudor ou escrúpulo, longe dos olhares das pessoas.Vamos traficar a nossa arte à vista de todos, numa coprodução da BaaL 17 e do AL Teatro, realizada ao abrigo do Acordo Tripartido entre as duas companhias e a Direção-Geral das Artes – Ministério da Cultura e os Municípios de Serpa e Silves. “Tráfico” só foi possível pondo em prática outra das nossas convicções, a cooperação, forma de potenciar o desenvolvimento, não só das duas estruturas, mas do mundo em que vivemos.
Foi assim que contamos com a colaboração de dois criadores galegos, Carlos Santiago e Chiqui Pereira para este desafio. A colaboração com Carlos Santiago, um autor e encenador galego com muitos anos de presença na cena teatral portuguesa, onde tem trabalhado com diversas companhias lusas como Trigo Limpo, A Barraca, o GTN de Lisboa ou a Zunzum AC de Viseu, tinha-se já iniciado no espetáculo “Ruína” de 2014, da Baal 17. A experiência transfronteiriça alarga-se agora com a participação de Chiqui Pereira, ator e encenador da companhia galega Berrobamban, responsável pela encenação de Tráfico.
A peça conta com a interpretação de Bárbara Soares, Filipe Gonçalves, Filipe Seixas, Pedro Ramos e Rui Ramos, e a cenografia de Bruno Guerra, e será apresentada esta semana no Auditório Municipal de Serpa, no Alentejo, e na próxima, no Teatro Mascarenhas Gregório de Silves, no Algarve, sedes das companhias coprodutoras.
CARLOS SANTIAGO
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