Descobrimos mais uma cicerone, Ana Alexandra Mendes, que revela o itinerário escolhido para o seu grupo de conversa e também entrevistamos a Carlos Mendes Pereira, coordenador dos aPorto que vai participar nesta nova atividade da edição 2018 dos cursos aPorto.
Aliás, é possível encontrar mais informação das pessoas participantes no próprio site.
CARLOS MENDES PEREIRA
Porque razão, o Porto é a “tua” cidade? O que não podes deixar de fazer, no Porto?
Apesar de os meus pais não serem do Porto, eu nasci no bairro da Sé e sempre nutri forte carinho pela cidade, à qual íamos com muita frequência. Essa ligação ficou ainda mais forte quando, em 1985, apenas com 13 anos, aí frequentei o meu primeiro curso de fotografia. Nessa altura, mesmo sendo tão jovem, ia sozinho para a cidade e passava um par de horas, todos os dias, a passear pela baixa. A ligação fortaleceu-se e percebi quão forte era quando, há mais de 20 anos, regressando de uma longa viagem no estrangeiro, ao entrar pelo tabuleiro de cima da ponte D. Luiz I, ao fim da tarde, com aquele insuperável pôr-do-sol a dourar a paisagem e a tornar claro o nome do nosso rio, chorei sem saber porquê. Só havia uma justificação: é a minha cidade!! E o que não posso deixar de fazer, no Porto? Regressar! Sempre!
O que pensas fazer ou onde pensas levar, o grupo que vais gerir? À volta de quais questões imaginas que possam decorrer as conversas com esse grupo?
Sobre o que vou fazer com o grupo, deixo uma pista, mas não revelo tudo! Infelizmente, já restam poucos tascos genuínos, na cidade, mas, felizmente, ainda há alguns… Creio que dá para entender o que vamos fazer e nem imagino do que se possa vir a falar! Só espero que o vinho não venha a falar mais do que nós! :-))
A Galiza e o norte de Portugal, não apenas partilham fronteira, mas, também, língua e cultura. Quais achas que deveriam ser as ações para estreitar esses e outros laços?
Infelizmente, nunca interessou, nem a Lisboa, nem a Madrid, que reforçássemos a nossa natural relação, o que fez com que sempre tenhamos visto a Galiza como Espanha e não como uma parte daquilo que nós próprios somos. Todos os passos são bons, mas seria fundamental que a generalidade dos portugueses, com ainda maior
ANA ALEXANDRA MENDES
Porque razão, o Porto é a “tua” cidade? O que não podes deixar de fazer, no Porto?
O Porto é o meu berço, onde nasci, apesar de ter pais que nasceram no Alentejo (e toda a minha famíliaser do Alentejo), e para onde eles vieram à procura de melhores condições para viver e por cá ficaram. Adoro passear na parte antiga na cidade, que me faz viajar por tempos onde se falava de comércio e onde as roupas daquela época são hoje tão bem retratadas nos trajes folclóricos.
O que pensas fazer ou onde pensas levar, o grupo que vais gerir? À volta de quais questões imaginas que possam decorrer as conversas com esse grupo?
Penso levar o grupo para a parte antiga da cidade, zona da ribeira, e depois apanhar o elétrico até à Foz. Ai, na zona da praia, gostava de fazer com eles uma dinâmica de “public speaking”, onde lhes vou transmitir os conceitos básicos para puderem elaborar um discurso de improviso sobre temas à escolha deles, sorteados “à sorte” por cada um.
A Galiza e o norte de Portugal, não apenas partilham fronteira, mas, também, língua e cultura. Quais achas que deveriam ser as acções para estreitar esses e outros laços?
Iniciativas com esta deveriam ser mais incrementadas, com grupos maiores e mais pessoas envolvidas. Seria também interessante o estabelecimento de parcerias com empresas privadas com interesses no norte de Espanha e também com entidades públicas, para a organização de eventos tais como, palestras, concertos, workshops. Talvez criar um evento anual, tipo festival de música com actividades paralelas.