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CICERONES I. Cursos aPorto 2018

Nesta edição dos cursos aPorto incorporamos uma nova atividade vespertina que envolve mini-conversas em pequenos grupos da mão de portuenses com interesses diversos que vão descobrir-nos os recantos da sua preferência no Porto. Hoje vamos aproximar-nos um bocadinho mais a eles através das suas palavras. Aliás, há mais informação das pessoas participantes no próprio site.

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ISABEL AZEVEDO

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Porque razão, o Porto é a “tua” cidade? O que não podes deixar de fazer, no Porto?

A razão pela qual o Porto é a minha cidade, não é uma ideia verdadeiramente concreta, é um sentimento que nutro desde que saí fora dela pela primeira vez. É um sentimento de identificação e de orgulho, tanto naquilo que é evidente do ponto de vista histórico e patrimonial, como naquilo que é menos visível, e até menos consensual, como os hábitos e a autenticidade das suas gentes. À medida que vou tendo oportunidade de viajar e conhecer outros lugares e outras culturas, consigo perceber cada vez mais a singularidade do Porto e da sua beleza.

No Porto, penso que não existe um lugar imperdível, existem vários locais de grande valor histórico e cultural, mas o que não se pode perder é a vivência da própria cidade e das suas gentes, que na minha opinião são verdadeiras anfitriãs, não no seu modo polido, mas na sua abertura natural e sincera.

O que pensas fazer ou onde pensas levar, o grupo que vais gerir? À volta de quais questões imaginas que possam decorrer as conversas com esse grupo?

Existem vários caminhos a fazer que deverão ser ajustados ao tempo e condição física do grupo. O Porto para além do seu centro histórico, tem lugares para mim de eleição. Uma dos roteiros poderá iniciar pelo antigo Palácio de Cristal , com uma vista soberba sobre a cidade, seguindo pelo Caminho do Romântico. Outro percurso que aprecio especialmente, inicia-se no Parque da Cidade, enaltecido por uma obra de arquitetura paisagística que simultaneamente serve todos os estratos da comunidade, oferecendo atividades diferenciadas de acordo com as preferências de cada um, tendo ainda uma ligação direta ao mar. Segue-se pela marginal da Foz, quer pelos passadiços da praia, quer pela av. Brasil, até chegar à Foz Velha onde poderemos regressar de elétrico. Outro percurso situa-se na zona histórica com início na cordoaria, passado pela cadeia da Relação, Clérigos, estação de S. Bento, Rua das Flores, praça do Infante com o Palácio da Bolsa e igreja de S. Francisco, passando na Casa do Infante e terminando na imagem de marca do Porto, Ribeira e Ponte D. Luís. Cada um destes lugares com uma história para contar.

As questões de conversa com o grupo vão-se sempre prender com aquilo que estamos a ver no momento. Penso também que essas questões vão estar relacionadas com o interesse e dinâmica das pessoas que o compõem. Mas estou certa de que haverá sempre troca de experiências.

A Galiza e o norte de Portugal, não apenas partilham fronteira, mas, também, língua e cultura. Quais achas que deveriam ser as ações para estreitar esses e outros laços?

Hoje cada vez mais, as fronteiras são relativas, num mundo global e numa europa unida. É por isso, necessário termos uma visão menos egocêntrica. Por vezes as fronteiras estão no nossos próprios limites, e só com o conhecimento e com a troca de experiências podemos enriquecer essa visão. A relação entre o norte de Portugal e a Galiza é estreita, mas penso que aquilo que mais nos aproxima, tem que ver com a postura desinteressada, aberta e autêntica das nossas gentes.

MIGUEL MARQUES RIBEIRO

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Porque razão, o Porto é a “tua” cidade? O que não podes deixar de fazer, no Porto?

Quando vim para o Porto estudar, o Metro ainda não existia e a rede de transportes públicos era simplesmente caótica. Rapidamente cheguei à conclusão que o melhor que tinha a fazer quando queria ir a algum lado era mesmo caminhar em vez de esperar pelo autocarro, sempre atrasado e cheio de gente. Assim, o meu conhecimento do Porto fez-se sobretudo andando a pé e ainda hoje preservo esse hábito que me dá tanto prazer.

O que pensas fazer ou onde pensas levar, o grupo que vais gerir? À volta de quais questões imaginas que possam decorrer as conversas com esse grupo?

O lado menos turístico e conhecido do Porto é a zona a nascente da Ponte Dom Luís. No entanto, precisamente aí, podemos entender muito do se está a passar hoje na cidade: a luta dos bairros típicos para preservar a sua identidade, e até mesmo sobreviver, num contexto de enorme pressão dos interesses imobliários e turísticos. A proposta é pois caminhar numa das áreas mais típicas da cidade e conversar em torno destes e doutros temas.

A Galiza e o norte de Portugal, não apenas partilham fronteira, mas, também, língua e cultura. Quais achas que deveriam ser as ações para estreitar esses e outros laços?

A sensação que tenho é que na zona fronteriça existe uma interacção muito forte e até mesmo uma simbiose em termos linguísticos, culturais, etc; mas era importante alargar esse espaço de intensa interação às áreas mais distantes entre si e a cidade do Porto e de Vigo, ou de Coimbra e Corunha (por exemplo) parecem ainda muito distantes umas da outras. A existência de uma ligação ferroviária mais rápida poderia desempenhar aí um papel importante, dando também o sinal de que existe vontade de aproximar ainda mais ambas as partes.

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