Como acontece nas melhores histórias, o acaso cria uma série de acontecimentos trepidantes que fazem com que aquele enredo seja viciante. A maçã na guerra de Troia, a queda da Alice na toca do coelho, o roubo do livro que o Bastian Balhtazar Bux faz…
Vamos então com o prólogo desta história, que começa comigo num sofá a falar pelo telefone.
Há cinco anos recebi um telefonema de Eduardo Maragoto, atual presidente da AGAL. O professor de português na Gentalha do Pichel na altura, Ângelo Merayo, acabava de empreender um caminho empresarial e não podia compatibilizar isso com as aulas. Eu aceitei sem duvidar a proposta, mas também sabendo que era uma hora à semana, pouquinho tempo para um/a estudante ter uma ideia geral da cultura que fala galego-português.
O Lusopatia nasce por duas necessidades. A primeira foi complementar essas aulas, deixar explicações nos posts que na hora semanal era impossível acabar e a segunda, a mais interessante para mim, era criar uma agenda de eventos que qualquer pessoa na Galiza pudesse fazer em português para treinar, alargar conhecimentos e ter uma visão e consumo cultural mais amplos, longe de estereótipos e fronteiras mentais.
Eu era dessas pessoas que se lhe caía no goto ir a Ferrol ver os Deolinda, ia. Bom, era e sou. E o pessoal dizia lá estás tu, com a tua lusopatia. Achei a “etiqueta” engraçada e depois de muita ajuda (tenho que dizer que no início recebi muita para isto começar a andar) cheguei ao capítulo primeiro: começar a escrever.
Sabia que os blogues tinham um período crítico de dois anos e que depois desse tempo muitos deles morriam. Nunca pensei chegar tão longe, nem que isto fosse interessante para alguém. Gerir este blogue é fantástico porque cada dia tenho alguma surpresa. Mesmo há associações e escolas que me começam a chamar para eu ir contar esta aventura. Muito obrigada a toda a gente que me lê porque cada vez somos um clube maior.
Confesso que tenho ainda algumas questões por resolver. Por um lado está a dificuldade de conseguir fidelizar leitores/as da Galiza, que são o meu alvo. Aceito sugestões! E por outro está o assunto de ser mulher-bloguista. Sim, essa “barreira” existe.
Cada vez que conto que tenho um blogue, a conversa é esta:
– Ah, ¿tienes un blog?
– Tenho, sim
– ¿Y sobre qué escribes? ¿Moda, maquillaje, cupcakes…?
– …
Mas estas… São coisas para um epílogo.
Cinco anos e um sorteio
Para celebrar os cinco anos de vida, o Lusopatia organiza um sorteio. A mecânica de participação é simples e pode-se consultar neste artigo do próprio blogue. O prazo de participação expira no dia 19 de novembro às 23h55.