Partilhar

Antón Gómez-Reino: “avançar num novo marco normativo adaptado à realidade de hoje é chave”

fotografia de Hector Barandela
fotografia de Héctor Barandela

Seguimos com a publicaçom da série de entrevistas aos principais partidos políticos, com motivo da convocatória eleitoral para o Parlamento da Comunidade Autónoma Galega prevista para o próximo 12 de julho. Há uns dias publicavamos as respostas da candidata polo BNG, Ana Pontón. Hoje resposta à entrevista o candidato de Podemos Galicia, Antón Gómez-Reino.

Recolhe o programa da vossa candidatura o desenvolvimento da Lei Paz Andrade?
Recolhe. No nosso programa insistimos no mínimo desenvolvimento desta Lei por parte do Partido Popular que, na verdade, rejeitou todas as nossas iniciativas parlamentares com este objetivo.
O PP nom aproveitou, nem o mais mínimo, as potencialidades desta Lei que, aliás, nasce com a força da sociedade civil, inicialmente, como iniciativa legislativa popular para, posteriormente ser aprovada por consenso no nosso Parlamento. Pola nossa parte, propomos medidas como introduzir o português no ensino médio criando as necessárias vagas de professorado para lecionar; oferecer língua portuguesa em todas as escolas oficiais de idiomas da Galiza, e estreitar a colaboraçom entre a CRTVG e a RTP com trocas de audiovisuais e garantindo a recepçom recíproca em ambos países.
Também propomos adquirir ou produzir um programa de televisom para o ensino do português adaptado à cidadania galega, como complemento à realizaçom das pertinentes gestões para a recepçom do sinal das televisões portuguesas no território galego. Achamos que já é hora de tornar realidade, esta eterna promessa eleitoral, que até agora, nenhum governo levou para a frente. E, com certeza, promoveremos que a acçom exterior do governo galego tenha um especial foco na Lusofonia, solicitando o acesso e incorporaçom naqueles organismos nos que poda ser admitida Galiza.

“Propomos adquirir ou produzir um programa de televisom para o ensino do português adaptado à cidadania galega, como complemento à realizaçom das pertinentes gestões para a recepçom do sinal das televisões portuguesas no território galego.”

Contemplades avanços concretos para a introduçom do português no ensino obrigatório?
Como dizia, umha das linhas de avanço de desenvolvimento da Lei Paz Andrade deve ser, precisamente, o seu pulo no ámbito educativo. No nosso programa recolhemos especificamente a necessidade de dar desenvolvimento à Lei paz Andrade nas escolas abrindo vagas docentes para português e defendendo um novo enquadramento plurilingue que potencie o conhecimento da língua portuguesa como ‘segunda língua’.

Considerades avançar na integraçom oficial da Galiza na CPLP?
Certamente. Nom é admissível que o Governo galego venha ignorando o acordo produzido por unanimidade no Parlamento da Galiza a este respeito. O nosso espaço político, e agora desde a nossa candidatura, levamos muito tempo insistindo na necessidade de apoiar decididamente à candidatura da Galiza para a entrada na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Neste sentido, nom é ajeitado escusar-se na petiçom de entrada de Espanha, pois nom há nenhuma limitaçom para que ambos países podamos formular a nossa entrada.

“Levamos muito tempo insistindo na necessidade de apoiar decididamente à candidatura da Galiza para a entrada na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Neste sentido, nom é ajeitado escusar-se na petiçom de entrada de Espanha, pois nom há nenhuma limitaçom para que ambos países podamos formular a nossa entrada.”

Que opinades da proposta dum modelo binormativista, ao estilo do norueguês? Em que medida e prazos achades que se poderia concretizar?
Do nosso ponto de vista, este é um debate que ainda está nascendo na sociedade, se calhar ainda está mais na esfera dos linguistas que das forças políticas. Um debate que, semelha, tem chegado para ficar e que saudamos, posto que todo o que sejam avanços para reverter o processo desgaleguizador do país terá, sempre, o nosso máximo apoio. Derrogar o decreto do Plurilinguismo de Feijóo, consolidar a aprendizagem em língua galega na escola, desenvolver a Lei Paz Andrade ensinando-lhes às nossas meninas e crianças a potencialidade da língua portuguesa para conectar com o mundo, e avançar num novo marco normativo adaptado à realidade de hoje, som temas chave.

“Consolidar a aprendizagem em língua galega na escola, desenvolver a Lei Paz Andrade ensinando-lhes às nossas meninas e crianças a potencialidade da língua portuguesa para conectar com o mundo, e avançar num novo marco normativo adaptado à realidade de hoje, som temas chave.”

Como valorizades a homenagem do dia das letras galegas a Carvalho Calero este ano? Que opinades das propostas de adiar a celebraçom para o 2021?
Depois de tantos anos de reivindicaçom e luita social, o 2020 semelhava um ano muito adequado, toda a vez que a homenagem do autor coincidia com os 110 anos do seu nascimento e os 30 da sua morte. Carvalho é, com certeza, umha figura fundamental para a língua e cultura galega. Foi um um dos grandes vultos do galeguismo, membro do Seminário de Estudos Galegos, colaborador da revista Nós, redator do ante-projeto de Estatuto do SEG na República, à que mesmo defendeu no frente de batalha, e ainda foi un dos fundadores de Galaxia, ademais de poeta, narrador e dramaturgo de imensa valia. Era, portanto, o momento de reconhecer o seu enorme trabalho.
Tendo em conta a anormalidade da situaçom na que estamos a celebrar as Letras neste ano, a proposta de adiá-lo para que o ano próximo poda desenvolver-se umha programaçom completa por volta da sua figura, achamos que é a melhor opçom.
E nesse sentido gostaria de lembrar um par de propostas que sobre este tema temos apresentado seguindo as demandas formuladas, entre outros, polo Concello de Santiago. Primeiro, criar umha mesa de trabalho na que estejam representadas as câmaras municipais onde residiu Ricardo Carvalho Calero, é dizer Ferrol, Lugo e Compostela, assim como as associações culturais e linguísticas interessadas, para a elaboraçom dum programa transversal sobre a sua figura que permita reivindicar e difundir a sua obra durante todo o ano, tanto nos centros educativos como no conjunto da sociedade. Em segundo lugar, organizar umhas jornadas de portas abertas, junto com outras atividades culturais, na Sala Carvalho Calero da biblioteca do Parlamento da Galiza, para pôr em valor o legado do escritor.

[Este questionário foi respondido por escrito e originariamente em reintegrado, nom houve qualquer adaptaçom por parte do PGL]

Susana Arins apresenta cinco corujas na Feira do Livro de Compostela, acompanhada de Raquel Miragaia

Lançamento do livro 50 anos de Abril na Galiza, em Braga

María Xosé Bravo: “A imagem da Corunha como cidade pouco galega é umha falácia reforçada por certos interesses políticos”

Gentalha do Pichel comemora 25 de Abril esta sexta-feira

A iniciativa Aquí Tamén Se Fala organiza festival

Escolas Semente e Concelho da Corunha comemoram o centenário da Escola de Ensino Galego das Irmandades da Fala

Susana Arins apresenta cinco corujas na Feira do Livro de Compostela, acompanhada de Raquel Miragaia

Lançamento do livro 50 anos de Abril na Galiza, em Braga

María Xosé Bravo: “A imagem da Corunha como cidade pouco galega é umha falácia reforçada por certos interesses políticos”

Gentalha do Pichel comemora 25 de Abril esta sexta-feira