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Amar a natureza e apreciar a vida, no Dia Mundial do Meio Ambiente (filme: Baraka)

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE CartazEm 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado todo dia 5 de junho de cada ano. Essa data, que foi escolhida para coincidir com a data de realização dessa conferência, tem como objetivo principal chamar a atenção de todas as esferas da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis. O momento atual é de ação. O Planeta chega ao Dia Mundial do Meio Ambiente em momento crítico. É preciso agir e agir agora, para minimizar os impactos da sociedade de hoje sobre as futuras gerações. Num momento em que a Natureza se apresenta especialmente inquieta, com manifestações causadas ou não pelo Homem – mas que cobram um preço alto em vidas –, tais como furacões furiosos, enchentes devastadoras, deslizamentos letais, invernos glaciais, chegamos ao Dia Mundial do Meio Ambiente chamando não somente à reflexão, mas, principalmente, à ação de todos em defesa da vida. Todos temos como contribuir – direta ou indiretamente – para que as sociedades caminhem rumo à sustentabilidade e para que a harmonia entre o desenvolvimento socioeconômico e a conservação da natureza deixe de ser mera utopia. Atitudes individuais e coletivas, como o consumo consciente no dia a dia e a exigência, pela população, do cumprimento das leis por órgãos governamentais em todos os níveis são fundamentais. À iniciativa privada cabe não somente investir em conservação do meio ambiente, mas, principalmente, assumir uma postura de responsabilidade socioambiental, trabalhando de dentro para fora, com adequação de suas cadeias produtivas e meios de produção, distribuição etc. À sociedade civil organizada, em especial às ONGs socioambientalistas, cabe conceber e aplicar soluções, realizar campanhas, mobilizar e facilitar o engajamento de indivíduos, governos e iniciativa privada num esforço conjunto para o bem comum das gerações de agora e do futuro. E tudo isto tem que ser feito agora. A Natureza já nos envia seus sinais de alerta. E a escola tem muito a dizer, criando nos escolares atitudes positivas de amor e apreço pela natureza e pela vida. Ademais de ensinar os princípios básicos e vitais da ecologia.

A República de Angola alberga, a 5 de Junho de 2016, o ato do Dia Mundial do Ambiente, para assinalar ações de proteção e preservação do ambiente e alertar as populações e os governos sobre a necessidade de se salvar o ambiente. A decisão foi tomada em Paris, num acordo assinado na 21 Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21), entre o executivo angolano, por meio do Ministério do Ambiente e o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA). As celebrações desta data em Angola visam estimular o Executivo Angolano a dar continuidade aos seus projetos de proteção e conservação das áreas de conservação nacional, que, entre outros, busca “defender” a sobrevivência da população de elefantes e outros animais, reduzir a caça furtiva, através da implementação e execução de diferentes diplomas legais. Este 5 de Junho de 2016, Dia Mundial do Meio Ambiente, será celebrado com o tema “A Luta contra o Comércio ilegal da Fauna e da Flora Selvagens”.

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE Cartaz5“Este é um tema de especial relevância em Angola, onde a caça furtiva ameaça os esforços para recuperar a população de elefantes, dizimada ao longo de vários anos, com foco para o período que retrata a guerra civil”, descreve o governo angolano. A ministra do Ambiente, Fátima Jardim, disse que Angola acolhe com prazer o ato do “Dia Mundial do Meio Ambiente”, que estará focado num problema que o Governo de Angola tem procurado incansavelmente adotar métodos, mecanismos e princípios para a sua resolução. “O comércio ilegal da flora e da fauna selvagens, especialmente o comércio de marfim e chifre de rinoceronte é um problema grave no nosso continente, e ao acolher este dia de celebração e sensibilização, pretendemos manifestar a nossa mensagem clara de que tais práticas devem ser erradicadas”, frisou a governante. Pouco se sabe sobre o número total de elefantes existente em Angola, principalmente no sudeste do país, atravessando as fronteiras de Botswana, Namíbia e Zâmbia. No início de 2015, Angola comprometeu-se a rever o seu Código Penal para ter penas mais duras para os caçadores furtivos como parte do seu esforço para reverter os danos às suas populações de vida selvagem e está a começar o seu programa de inventário de elefantes. O número de elefantes mortos anualmente em África situa-se entre os 20 a 25 mil, segundo dados da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). De acordo com a publicação, 100 mil elefantes foram mortos de 2010 a 2012. Para os elefantes da floresta, a população diminuiu por volta de 62% entre 2002 e 2011. O marfim africano proveniente da caça furtiva pode representar um valor de mercado final na Ásia, entre 165 milhões de dólares e 188 milhões de marfim em bruto, além do marfim de origem asiático. A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES) informa que 1.215 rinocerontes foram caçados ilegalmente na África do Sul, um número que representa um rinoceronte morto em cada oito horas. O envolvimento de sindicatos organizados provocou um aumento da caça furtiva, de menos de 20 em 2007 a mais de mil, em 2013 na África do Sul, e a caça furtiva de chifres de rinoceronte atingiu valores estimados entre 63 a 192 milhões de dólares.

Para debater sobre o importante tema de respeitar o ambiente, a natureza e a ecologia, criando atitudes positivas entre as crianças, adolescentes e jovens, desde as aulas, escolhi um lindo documentário ao redor da natureza, com todo seu esplendor, rodado em 24 países do Planeta por Ron Fricke.

FICHA TÉCNICA DO DOCUMENTÁRIO:

  • DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE Filme BARAKA Cartaz0Título original: Baraka.
  • Diretor: Ron Fricke (EUA, 1992, 100 min, cor). Produtora: Magidson Films.
  • Roteiro: Ron Fricke, Genevieve Nicholas, Mark Magidsen e Bob Green.
  • Música: Michael Stearns e Dead Can Dance. Fotografia: Ron Fricke.
  • Argumento: Aclamado documentário sobre a Natureza do Planeta Terra. Rodada em 24 países diferentes, trata de captar a essência da natureza e a cultura da humanidade e seus costumes, ao tempo que assinala as formas em que o ser humano se relaciona com o seu ambiente. A aparente fragilidade da vida humana é contrastada com a grandeza das suas obras, sublinhando-se o desigual relacionamento entre homem e natureza. O filme não tem argumento linear, nem personagens, nem diálogos, embora, no meio destes enormes contrastes, a espiritualidade da humanidade surja como o elemento mais importante que a distingue de outras espécies. Um mundo para além das palavras. Um filme delicado e de esplendorosa rareza, como um grande poema visual, largo, dolorido e ambicioso, frontal e fraternal. Uma olhada aterrada e esperançada à Terra, e, ao mesmo tempo, ferida e apaixonada.

O assunto principal de Baraka é, de facto, similar, incluindo filmagens de várias paisagens, igrejas, ruínas, cerimônias religiosas e cidades, misturando com vida, numa busca para que cada quadro consiga capturar a grande pulsação da humanidade nas atividades diárias. O documentário foi filmado em 70 mm, a cores, em 24 países: Argentina, Brasil, Camboja, China, Equador, Egito, França, Hong Kong, Índia, Indonésia, Irã, Israel, Itália, Japão, Quénia, Koweit, Nepal, Polónia, Arábia Saudita, Tanzânia, Tailândia, Turquia e os EUA. Ele não contém diálogos ou cenas coesas, mas apenas imagens e som ambiente, conversas ou cantos, que podem ser considerados o narrador latente de uma intenção universal espiritual.

 ATIVIDADES DIDÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS AULAS:

Fotograma de 'Baraka'
Fotograma de ‘Baraka’

Entrando aqui podem encontrar-se numerosas páginas e ligações com propostas muito interessantes para organizar nas aulas atividades educativo-didáticas à volta do ambiente e da ecologia. Os temas de pesquisa que podem ser tratados numa aula dependem essencialmente das possibilidades que oferece o meio ou envolvente onde se encontre a escola, e a idade das crianças que intervêm, para poder situar o nível de estudo. Um bom método para determinar estes temas seria certamente começar pelo inventário do que poderia chamar-se as riquezas do meio local: os animais que é possível observar, as plantas cultivadas, os lugares aonde se pode chegar (jardins, parques, matos, praias, ribeiras de rios, baldios, campos, sebes, fragas, bosques e florestas, etc.). Os alunos são os que devem fazer este recenseamento. Costumam conhecer pouco do meio em que moram e este inquérito oferece-lhes a ocasião de um primeiro olhar objetivo sobre quanto os rodeia. É indispensável que professores e professoras procedam pela sua própria conta a tal inquérito. Farão, com certeza, outras descobertas que negligenciarão os seus estudantes, e poderão julgar com mais lucidez que eles as possibilidades reais de trabalhos ulteriores. A partir daí, desconfiando de tudo o que seja demasiado vasto, demasiado ambicioso, e preferindo o limitado, o bem definido, podem imaginar-se os temas de pesquisa.

Um mínimo currículo ecológico a trabalhar com os escolares, de forma atrativa, lúdica, dinâmica, sem exames posteriores tão nefastos, deve contemplar os seguintes temas relacionados com a vida e com a natureza, organizando também atividades vivas e práticas, obradoiros e oficinas pedagógicas, jogos na natureza, roteiros ecológicos, coutos e horto escolar, cuidado de jardins, flores, plantas, árvores e animais, etc.:

  • As estações do ano, o sol nas 4 estações e as mudanças da natureza ao longo do ano.
  • As árvores grandes e pequenas, a sua variedade e as nobres como o carvalho e o castanheiro. A vida da árvore. Amor pelas árvores. Dia da árvore e plantações.
  • Alguns meios naturais: O bosque e as fragas, a lagoa, a praia, etc.
  • No campo e os jardins: plantas cultivadas e silvestres, as flores e suas cores, os frutos e a germinação. Cuidado do horto escolar.
  • Todos/as jardineiros/as: Singelos trabalhos de jardinagem e cuidado do jardim da escola.
  • Pássaros em liberdade: Diferentes classes: Pombas, melros, bubela, andorinhas, pegas, gaios, o cuco, as aves migratórias, a carriça, etc.
  • Os animais e os seres humanos: cães e gatos, animais da quinta, animais selvagens, os parques zoológicos, criação e cuidado de animais na escola, etc.
  • O nosso corpo: Partes, cuidados higiénicos, prática de desportos, alimentação, etc.
  • O nosso Planeta: A terra vista do céu. A Terra tem uma história.
  • O nosso meio e envolvente: Culturas, animais, plantas, árvores, trabalhos agrários, o mar, trabalhos marítimos. As quintas e as lotas de peixe.
  • Atividades artísticas e lúdicas: recitais de poemas sobre a natureza em todos os seus aspetos, dramatizações, redações e textos livres, audições musicais, filatelia (colecionismo de selos de temas da natureza), colecionismo de postais, canções, jogos tradicionais com elementos da natureza, elaboração de monografias por parte dos escolares, seguindo o método natural das “Bibliotecas do Trabalho” de Freinet (Temas possíveis: O castanheiro, o carvalho, a vaca, a nogueira, o rio, o mar, os peixes, a granja, a lota, o campo, a cidade, o parque, as flores, os jardins, os frutos, a pesca, o pão, a vendima, o milho, a batata, a castanha, as festas populares dos maios e os magustos, a montanha, o vale, a fraga, os parques naturais…).

TEMAS PARA REFLETIR E REALIZAR:

Servindo-se da técnica do Cinema-fórum, analisar e debater sobre a forma (linguagem cinematográfica: planos, contraplanos, panorâmicas, movimentos de câmara, jogo com o tempo e o espaço, truques cinematográficos, etc.) e o fundo do documentário antes resenhado.

Organizamos nos estabelecimentos de ensino uma ampla amostra-exposição centrada no ambiente e os seus problemas atuais, como as alterações climáticas, o degelo dos Polos, a desflorestação, os incêndios e a caça furtiva (tema central do presente ano, pela matança de milhares de elefantes e rinocerontes, especialmente na África). A mesma terá de incluir pequenos trabalhos elaborados pelos escolares (desenhos, poemas, frases, textos livres…), fotos, retalhos da imprensa, aforismos, lemas ecológicos, etc. Com tudo podemos editar ou policopiar uma monografia dedicada ao ambiente e a importância de o cuidar com agarimo e esmero.

Podemos organizar um Livro-fórum, escolhendo entre todos, estudantes e docentes, um livro, dentre os muitos que há, para ler, e uma vez lido, mantemos um debate-papo sobre o seu conteúdo e propostas. Temos muitos livros como modelo: O livro da selva de R. Kipling, Dersu Uzala de Vladimir Arseniev, Ecologia: Uma aventura de amor à Natureza de Roberto Belli, Os sonhos na gaiola de Manuel Maria, e outros muitos.

 

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