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Lula vence no Brasil, discriminaçom galegófoba, defesa da hora galega, música, Carvalho calero e muito mais

Lula 2002«O Brasil deu, neste domingo, uma histórica guinada para a esquerda e levou à Presidência do país o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), que derrotou com enorme margem o candidato do actual Governo e social democrata, José Serra. Quando estavam apuradas quase 98% das urnas, Lula estava já perto dos 52 milhões de votos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É a maior votação num candidato a Presidente na história brasileira. Em 1998, Fernando Henrique Cardoso foi reeleito, em primeiro turno, com 35,9 milhões de votos».

Amanhã, dia 28 de outubro, fará doze anos que o PGL publicou esta histórica notícia. Precisamente ontem, a sucessora do Lula, Dilma Rousseff, foi reeleita para um segundo mandato. No seu dia, isto foi notícia no PGL, mas também as seguintes notícias.

Negam-lhe a galeguizaçom do apelido ‘’Rivera’’ (2003)

O escritor Vítor Vaqueiro denunciou há poucos dias ter sido discriminado num certame literário pola sua escolha reintegracionista. Há onze anos, um cidadão galego denunciava um outro tipo de discriminaçom: a justiça furtava-lhe o direito a restituir um dos seus apelidos, Rivera, à forma genuina galega, Ribeira.

Xosé Manoel González Rivera é o nome “oficial” do jovem ourensano que decidiu há pouco mais de um ano galeguizar o seu segundo apelido, Rivera, para o seu equivalente e etimológico galego, Ribeira. O processo que iniciou parecia muito fácil e com garante de sucesso, nomeadamente por conhecer algum caso que nom tivera qualquer dificuldade. Porém, estava a começar uma corrida que o levaria até Madri, e mesmo a no futuro ter de iniciar um procedimento muito mais complexo para tentar a definitiva galeguizaçom do seu apelido materno.

Baseando-se no artigo 2 da Lei 40/1999, de 5 de Novembro, sobre nome e apelidos e ordem destes, em seu dia “noticiada” como um grande triunfo político para a conseguiçom da restauraçom dos apelidos galegos, apresentou a sua petiçom no Registo Civil de Ourense. Semanas depois recebia o auto assinado pola Magistrada Responsável desse Registo Civil desestimando o seu pedido até por que “o que permite o preceito chamado é somente a correiçom gramatical dos apelidos que, sendo especificamente próprios de uma das línguas espanholas, constam incorretamente inscritos de acordo com as diretrizes ortográficas daquelas línguas, mas nom adaptar às mesmas qualquer apelido do acervo nacional”, ou o que é o mesmo, “galeguizar” aqueles.

Nova iniciativa da VA-CA em defesa da hora galego-portuguesa (2004)

Na madrugada do domingo 26 de outubro produziu-se a por estas datas habitual mudança horária. No ano 2004, a Via Anti-Colonial Activa (VA-CA) iniciou umha campanha sem volta atrás para vindicar a hora que corresponde à Galiza. Na altura, a iniciativa foi considerada tolice por alguns setores, mas hoje é umha opiniom cada vez mais aceite. A campanha utilizou lemas contundentes, como «Que nos devolvam a hora roubada» ou «Na Galiza, GMT!».

«A Mesa» pede que Rádio Galega Música se especialize em música «em galego e em português» (2005)

Em 2005, o PGL reproduzia na íntegra um comunicado da Mesa com umha interessante proposta: a especializaçom da Rádio Galega Música nas manifestações artísticas em galego-português. Nove anos depois, a Rádio Galega Música praticamente emite mais música em castelhano do que em galego, e alguns dias emite mais cousas do que música, como eventos desportivos, funcionando como se fosse uma ‘Rádio Galega 2’ (ao estilo da TVG 2 no televisivo). A música galega fica unicamente para a emissora Son Galicia Radio. Pola sua parte, artistas ou grupos lusófonos unicamente aparecem nalguns programas da Rádio Galega Música, e nem sequer com caráter habitual.

Um pai denuncia os obstáculos para escolarizar a sua filha em galego (2006)

Galiza, ano 2014, pais e mães denunciam a impossibilidade de escolarizarem as crianças em galego. Nada novo, porque já acontecia o mesmo na Galiza de 2006. Nessa altura, o ferrolano Carlos Outeiro denunciava que «a escolarização está a provocar o progressivo abandono da língua materna», um drama que vivem centos de famílias cada ano em todo o País.

Outeiro recorreu à Conselharia da Educaçom da Junta da Galiza, na procura duma soluçom que nunca chegou; unicamente respostas em que se alegava o cumprimento da legislaçom, a sugestom de procurar outro establecimento educativo para a sua filha ou outras respostas ainda mais confusas:  «Uma outra sugestão que me deram foi que falasse com a associação de mães e pais para visar de conseguir apoio. Mas se o consigo e me perguntam como podem apoiar-me, o que lhes digo? A isso não souberam responder-me».

Todo isto, num contexto em que o Plano Geral de Normalizaçom Lingüística assinalava um mínimo de 33% das aulas de educaçom infantil em galego no caso das cidades; porém, este pai ferrolano denunciava que mesmo todo o material escolar da filha era em espanhol.

Na Galiza em Galego até nos preservativos (2007)

Há sete anos, a Comissom de Língua da Gentalha do Pichel, em colaboraçom com o coletivo LGBT, desenvolveu umha iniciativa de normalizaçom lingüística no terreno do afetivo-sexual. Desta maneira, distribuírom-se presevativos com a legenda «Quando fodas nom esqueças a língua», diferente léxico em galego «útil para a comunicaçom afetivo-sexual», com palavras tais como «lamber, foda, belisco, beijo, pele, cheiro, abraço, cona, apalpar…».

Lançam apelo para recuperar a rua ‘em defesa do galego’ (2008)

Em outubro de 2008, a organizaçom independentista NÓS-UP lançou um apelo para o movimento galeguista recuperar a rua «em defesa do galego», especialmente trás episódios galegófobos e de repressom policial que se registárom nalguns pontos do País. Poucos meses depois, em fevereiro de 2009, Galicia Bilingüe convocaria umha manifestaçom em Santiago de Compostela, cujas conseqüências judiciais —para as pessoas que protestaram— ainda se estám a conhecer neste ano.

Fundaçom Meendinho promove a construçom de um monumento dedicado a Carvalho Calero (2009)

Estátua Carvalho Calero (Compostela)No mês de outubor do ano 2009, a Fundaçom Meendinho fizo público o seu desejo de instalar em Santiago de Compostela um monumento para honrar Ricardo Carvalho Calero, de quem se cumpriria em 2010 o centenário do nascimento e vinte da sua morte. Depois de muitos entraves, mas com muito esforço e o apoio doutras organiações (como a AGAL ou a AGLP), afinal  projeto deu certo e um ano depois seria inaugurada umha estátua de bronze a poucos metros de um dos estabelecimentos do ensino em que Carvalho Calero fizo notar o seu magistério.

A Minha Embala ganha o concurso Musicando Carvalho Calero com umha versom de ‘Maria Silêncio’ (2010)

Ainda sobre Carvalho Calero, no ano 2010 a AGAL e Komunikando.net organizárom o concurso Musicando Carvalho Calero, como parte dos atos para festejar o centenário do nascimento do insigne ferrolano. Ganhou o certame o duo A Minha Embala, formado pola angolega Aline Frazão e o castelhano César Herranz.

Junta da Galiza redige exame oficial de aptitude empresarial agrária numha espécie de “portunhol” (2011)

Nestes dias soubemos que Samuel Juárez, delegado do Governo espanhol na Galiza, teria como novo destino um posto no departamento da Agricultura da Embaixada Espanhola na China. Nom há tanto tempo, em 2011, era o Conselheiro do Meio Rural. No seu mandato produziu-se a seguinte notícia: um exame oficial do seu departamento utilizava um idioma desconhecido, umga espécie de «portunhol»:

¿Durante cantos anos ten que estar a disposición das autoridades das comunidades autónomas, o rexistro de datos da trazabilidade hacia adiante das colleitas, según a normativa pola que se establecen as obrigacions dos titulares de explotaciones agrarias e forestais en materia de rexistro da información sobre el uso de productos fitosanitarios”.

Dous colégios do Eu-Návia incoporam o galego neste ano (2012)

Assim o contou o PGL na altura (via Diário Liberdade):

Apesar da desproteçom da língua galego-portuguesa na parte norte-oriental da Galiza, atualmente sob administraçom da Comunidade Autonoma das Astúrias, este ano dous novos colégios (o de Grandas e Boal) começárom a ministrar essa disciplina. Apesar dessa boa notícia, o próprio governo das astúrias tivo que admitir através da sua diretora de política linguística que os dados  “nom som satisfatórios”. A administraçom asturiana empeceu durante anos o ensino da língua galego-portuguesa na parte galega dessa comunidade autónoma, alegando mesmo a existência de umha língua diferente do galego nessa parte, a contramao de todos os argumentos científicos e das instituiçons internacionais.

As más condiçons para a supervivência do galego oriental nom importárom no momento de o governo asturiano cortar neste ano em mais de 60.000 € as ajudas à promoçom das línguas minorizadas no seu território, o que afeta, além de ao galego, o asturiano. Nem galego nem asturiano tenhem reconhecida a oficialidade no Principado das Astúrias, como sim tem -polo menos teoricamente- o galego na Comunidade Autónoma da Galiza e o asturiano em Portugal (sob o nome de Mirandês).

Apresentaçom da Semente-Trasancos (2013)

Constituída a Semente-Compostela e avançadíssimo neste 2014 o projeto da Semente-Vigo, resta ver a luz Semente-Trasancos, iniciativa que se apresentava há um ano.

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