Na quinta-feira, dia 29 de setembro, às 18.00h, será inaugurada, no Camões – Centro Cultural Português em Vigo, a exposição Agustina Bessa-Luís: Vida e Obra.
A inauguração incluirá umas breves palavras da Responsável pelo Camões/ CCP-Vigo, Dra. Célia Mendes, a que se seguirá um brinde de honra com vinho verde português.
Com esta exposição, o Camões/CCP-Vigo pretende homenagear a escritora portuguesa no ano em que se comemora o centenário do seu nascimento.
A exposição estará patente nas nossas instalações até ao dia 19 de outubro e poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h às 14h e das 15h às 19h. Posteriormente, a exposição estará disponível para itinerância pela Galiza.
A exposição Agustina Bessa-Luís: Vida e Obra foi produzida pelo Camões, I.P. e é composta por 20 painéis didáticos sobre a vida e a obra da escritora portuguesa, tendo contado com o apoio da Guimarães Editora. A conceção desta exposição esteve a cargo da escritora portuguesa Inês Pedrosa e do cineasta português João Botelho.
“Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, Amarante (região do Douro), em 1922. A sua infância e adolescência foram passadas nesta região, cuja ambiência marcará fortemente a obra da escritora. Estreou-se como romancista em 1948 com a novela Mundo Fechado, cujo título atua como que uma espécie de definição de toda a sua produção literária e do próprio mundo de Agustina – na verdade, a ambiência das suas obras vive de «mundos fechados», bem como a sua própria escrita se encontra «fechada» a qualquer tentativa de contextualização, em termos de correntes, na história da literatura portuguesa. Manteve, desde então, um ritmo de publicação pouco usual nas letras portuguesas (…).
Com esta exposição, o Camões/CCP-Vigo pretende homenagear a escritora portuguesa no ano em que se comemora o centenário do seu nascimento.
É em 1954, com o romance A Sibila, que Agustina Bessa-Luís se impõe como uma das vozes mais importantes da ficção portuguesa contemporânea. Conjugando influências pós- simbolistas de autores, como Raul Brandão, na construção de uma linguagem narrativa onde o intuitivo, o simbólico e uma certa sabedoria telúrica e ancestral, transmitida numa escrita de características aforísticas, se conjugam com referências de autores franceses como Proust e Bergson, nomeadamente no que diz respeito à estruturação espácio- temporal da obra, Agustina possui a marca de um estilo absolutamente único, paradoxal e enigmático. Os textos desta autora são habitados por uma diferença antiga e inabsorvível entre as figuras do feminino e as figuras do masculino. As mulheres movem-se a partir do instinto, da proximidade com as coisas insignificantes num espaço-tempo que antecede o simbólico. São forças ancestrais de permanência e conservação. Os homens são seres de projeto que impulsionam as transformações do mundo e aceleram o tempo. A sua prosa aproxima-se muitas vezes às características essenciais da poesia, pelo excesso, pela fuga, pela ritualidade e harmonia terrível das palavras que se dizem e das coisas que acontecem.”
(excerto do texto do Centro de Documentação de Autores Portugueses, 05/2004, retirado da página da DGLAB)