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GUILHERME DE ALMEIDA, POETA BRASILEIRO TAGOREANO

Dentro da série iniciada com Sócrates que estou a dedicar aos grandes vultos da humanidade, que devem conhecer os escolares dos diferentes níveis do ensino, quero iniciar uma ampla série de depoimentos sobre as mais importantes personalidades do mundo da Lusofonia, de países como o Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Timor Leste, Goa, Portugal e, claro está, Galiza. Figuras que destacaram nos diferentes campos da cultura: literatura, música, canção, cinema, belas artes, ciências, educação, etnografia, arqueologia, cultura popular, artesanato, medicina, sociologia, etc. Também terão cabimento as agrupações musicais, folclóricas e académicas. Inicio esta série lusófona com o depoimento, que faz o número 113 da série geral, dedicado ao poeta brasileiro Guilherme de Andrade e Almeida (1890-1969), o qual, curiosamente, por um tempo foi membro do Seminário de Estudos Galegos (SEG) radicado em Compostela. E foi também tradutor para o nosso idioma internacional de várias obras de Robindronath Tagore, publicadas no Brasil.

PEQUENA BIOGRAFIA

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Tenho por bem apresentar a sua biografia oficial publicada no seu momento pela Academia Brasileira de Letras do Rio de Janeiro. Da qual Guilherme de Almeida foi o terceiro ocupante da Cadeira 15, eleito em 6 de março de 1930, na sucessão de Amadeu Amaral e recebido pelo Acadêmico Olegário Mariano em 21 de junho de 1930. Recebeu o Acadêmico Cassiano Ricardo. Guilherme de Almeida (G. de Andrade e Almeida), poeta e ensaísta, nasceu em Campinas, São Paulo, a 24 de julho de 1890, e faleceu em São Paulo em 11 de julho de 1969.

Filho do jurista e professor de Direito Estevam de Almeida, estudou nos ginásios Culto à Ciência, de Campinas, e São Bento e Nª. Sra. do Carmo, de São Paulo. Cursou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde colou grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1912. Dedicou-se à advocacia e à imprensa em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foi redator de O Estado de São Paulo, diretor da Folha da Manhã e da Folha da Noite, fundador do Jornal de São Paulo e redator do Diário de São Paulo.

A publicação do livro de poesias Nós (1917), iniciando sua carreira literária, e dos que se seguiram, até 1922, de inspiração romântica, colocou-o entre os maiores líricos brasileiros. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, fundando depois a revista Klaxon. Percorreu o Brasil, difundindo as ideias da renovação artística e literária, através de conferências e artigos, adotando a linha nacionalista do Modernismo, segundo a tese de que a poesia brasileira “deve ser de exportação e não de importação”. Os seus livros Meu e Raça (1925) exprimem essa orientação fiel à temática brasileira.

A essência de sua poesia é o ritmo “no sentir, no pensar, no dizer”. Dominou amplamente os processos rímicos, rítmicos e verbais, bem como o verso livre, explorando os recursos da língua, a onomatopeia, as assonâncias e aliterações. Na época heroica da campanha modernista, soube seguir diretrizes muito nítidas e conscientes, sem se deixar possuir pela tendência à exaltação nacionalista. Nos poemas de Simplicidade, publicado em 1929, retornou às suas matrizes iniciais, à perfeição formal desprezada pelos outros, mas não recaiu no Parnasianismo, porque continuou privilegiando a renovação de temas e linguagem. Sobressaiu sempre o artista do verso, que Manuel Bandeira considerou o maior em língua portuguesa.

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A sua entrada na Casa de Machado de Assis significou a abertura das portas aos modernistas. Formou, com Cassiano Ricardo, Manuel Bandeira, Menotti del Picchia e Alceu Amoroso Lima, o grupo dos que lideraram a renovação da Academia.

Em 1932 participou da Revolução Constitucionalista de São Paulo e esteve exilado em Portugal. Distinguiu-se também como heraldista. É autor dos brasões-de-armas das seguintes cidades: São Paulo (SP), Petrópolis (RJ), Volta Redonda (RJ), Londrina (PR), Brasília (DF), Guaxupé (MG), Caconde, Iacanga e Embu (SP). Compôs um hino a Brasília, quando da inauguração da cidade. Em concurso organizado pelo Correio da Manhã foi eleito, 16 de setembro de 1959, “Príncipe dos Poetas Brasileiros” (4º título). Era membro da Academia Paulista de Letras; do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; do Seminário de Estudos Galegos, de Compostela (Galiza); e do Instituto de Coimbra.

Traduziu, entre outros, os poetas Paul Géraldy, Robindronath Tagore, Charles Baudelaire, Paul Verlaine e, ainda, a peça Huis clos (Entre quatro paredes) de Jean Paul Sartre.

Almeida traduziu de Tagore duas obras: Gitânjali, editada em 1932 pela Companhia Editora Nacional de São Paulo, e O jardineiro (The Gardener / Mali), editado em 1939 pela J. Olympio Editora de Rio de Janeiro, dentro da formosa coleção “Rubaiyat”, com uma linda capa de Santa Rosa. O Gitanjali teve uma nova edição nesta mesma coleção e editora, e no mesmo ano de 1939. Estas traduções, magníficas, ajudaram muito a divulgar a poesia tagoreana, e os livros tiveram muitas reedições nos seguintes anos.

 

FICHAS TÉCNICAS DOS DOCUMENTÁRIOS

  1. Robindronath Tagore e Guilherme de Almeida.

     Duração: 4 minutos. Ano 2013.

     

  1. Venha saber mais sobre o escritor Guilherme de Almeida.

     Duração: 22 minutos. Ano 2016.

     

  1. Guilherme de Almeida: Poesia. (Nota: Recita o próprio Almeida).

     Duração: 24 minutos. Ano 2012.

     

  1. Casa Guilherme de Almeida.

     Duração: 9 minutos. Realiza: Globo

     Ver aqui.

  1. Texto de uma exortação de Guilherme de Almeida.

     Duração: 4 minutos. Ano 2008.

     

  1. Poema Esta vida de Guilherme de Almeida.

     Duração: 3 minutos. Ano 2007.

     

  1. Canto da Literatura: Homenagem a Guilherme de Almeida.

     Duração: 4 minutos. Ano 2017.

     

GUILHERME DE ALMEIDA POR DUÍLIO B. FILHO

O Professor brasileiro de História da Arte Duílio Battistone Filho escreveu um lindo depoimento dedicado ao poeta, que a seguir reproduzimos.

“Guilherme de Almeida, um dos maiores poetas do Brasil, nasceu em Campinas, SP, em 1890, numa casa localizada na rua Dr. Quirino nº 21 que não mais existe. Cantou as glórias de São Paulo, deu-lhe o sangue e sentiu na própria carne as suas desventuras.

Sua infância foi passada em Araras e Rio Claro, por várias circunstâncias. Aos doze anos foi para São Paulo. Pouco depois estudou na cidade mineira de Pouso Alegre. Retornou a São Paulo onde estudou no Ginásio do Carmo, chegando a concluir seus estudos de humanidades, matriculando-se, a seguir, e segundo a tradição paterna, na Faculdade de Direito, pela qual se diplomou em 1912.

Mais do que o canudo de doutor, interessavam-lhe, nessa época, os versos que ia publicando cada vez mais com frequência nos periódicos estudantis e nas revistas de maior evidência. À iniciação nos segredos da Ciência do Direito, apesar dos esforços do pai, Dr. Estevão, que exigia sua presença diária no escritório, ele preferia o convívio com as musas e a iniciação na vida boêmia da juventude dourada da cidade, que então no auge da riqueza proporcionada pelo café.

Mas sua vocação sempre foi a poesia. Aos vinte e sete anos saiu seu primeiro livro, Nós, primeiro de uma série que seria longa, com abras importantes, dentre elas Messidor, A dança das horas, Livro das horas de Sóror Dolorosa, esta última inspirada numa história real de uma moça da sociedade paulistana que, desesperada por não ver a sua paixão correspondida pelo poeta, enclausurou-se para sempre no Convento da Luz.

Quando em fevereiro de 1922 celebrou-se no Teatro Municipal de São Paulo os três festivais da Semana de Arte Moderna, Guilherme percorreu o Brasil, difundindo as ideias de renovação artística e literária através de conferências e artigos, adotando a linha nacionalista do Modernismo. Foi um dos redatores da revista Klaxon, importante órgão divulgador das ideias modernistas sobre literatura, música, artes plásticas, cinema e teatro que viveria até janeiro de1923. Sua obra expressa, principalmente na poesia, um ritmo de flexões surpreendentes, máxime pela manipulação verbal, fiel à temática brasileira.

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Notabilizou-se também como ensaísta e cronista. Em fins de 1926, foi chamado para cuidar de uma seleção de “O Estado de São Paulo”: a de cinema. Escrevendo, então duas crônicas diárias e, a partir de 1928, três – “Cinematógrafos” e “Sociedade”, para o Estado e “Pela Cidade”, para o Diário Nacional – e exercendo, de quebra, suas funções de secretário da Escola Normal do Brás, transformou-se num homem de múltiplas facetas. Sua consagração veio quando foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, na vaga de Amadeu Amaral.

O que nos chama a atenção em sua obra é o seu amor a São Paulo, pois participou de quase todos os movimentos cívicos da história na primeira metade do século XX, como a Revolução Constitucionalista de 1932. Inicialmente alista-se como soldado raso no Batalhão da Liga da Defesa Paulista e, depois, à frente do “Jornal de Trincheiras”, do qual foi diretor. Com a derrota de São Paulo, foi preso e condenado ao exílio, em Portugal.

Compreendeu-o, porém, muito bem, o poeta português Leitão de Barros que, em dezembro desse mesmo ano, ao receber Guilherme, com todas as honras, na Academia de Ciências de Lisboa, como um dos grandes poetas da língua portuguesa, concluiu suas palavras com a seguinte observação: “…o poeta que luta, de armas na mão, por causa oportuna ou inoportuna, útil ou inútil, mostra-se claramente, indiscutivelmente, um idealista extremo – e que a sua poesia, a sua faculdade poética, assentam em bases de inabalável solidez, porque nasce de uma sôfrega sede de altura e de um profundo anseio de superar as inércias quotidianas, as cobardias e as hesitações que nos diminuem”.

Para o grande mausoléu que abriga os restos mortais dos 16 voluntários de Campinas que encontraram a morte no movimento de1932, Guilherme escreveu um dos seus mais belos e inspirados versos:

   “Não é túmulo, é berço. É sementeira
de ideal; balizado futuro; pista,
Rastro de heróis na terra campineira
Sobre eles, cor a cor, lista por lista,
Eternizou seu voo essa bandeira,
Petrificou-se o pavilhão paulista.
Bandeirantes, por vós, nesta jazida,
Valem as pedras, que esta morte é vida”

Durante a participação da Força Expedicionária Brasileira, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, escreveu a Canção do Expedicionário, musicada por Spartaco Rossi.

Entre os inúmeros títulos e condecorações com que o distinguiram, o de “Príncipe dos Poetas Brasileiros” foi o de maior expressão, pois foi conferido em votação Nacional, em 1959.

Depois de longa enfermidade, o poeta faleceu a 11 de julho de 1969. Seus restos mortais repousam na vigília do Mausoléu do Soldado Constitucionalista, em São Paulo, a trincheira que jamais capitulou.

Campinas consagrou-lhe uma semana no calendário cívico da cidade e no tradicional Largo do Rosário foi inaugurado, em 1972, o busto do poeta. No pedestal foram inscritos os seus versos:

   “Como de mim há de partir uma alma
De mim partiu o meu primeiro verso
Campinas, amorosa amada minha
Eu deixei de ser eu para ser nós”

Sua casa, em São Paulo, na rua Macapá, transformou-se num museu, hoje propriedade do Estado, revelou nos versos que gravou em nossos monumentos, nas 7.500 crônicas escritas e publicadas diariamente um entranhado à sua terra”.

UM POEMA DE TAGORE EM TRADUÇÃO DE ALMEIDA

    Do livro O Jardineiro: POEMA nº 30, por R. TAGORE

    (Tradução de Guilherme de Almeida)

    És como a nuvem da tarde
flutuando no céu do meu sonho.
Posso criar-te e modelar-te segundo
os caprichos do meu amor.
E és minha, ó habitante dos meus
sonhos infinitos!

    Os teus pés estão orvalhados pela glória
do meu desejo, ó respingadora dos meus cânticos
da tarde.
Os teus lábios tornaram-se amargos e doces
pelo vinho da minha dor.
E és minha, ó habitante dos meus
sonhos solitários!

    É a sombra das minhas paixões que torna
sombrios os teus olhos. És a alucinação do
meu olhar.
Eis que te prendi e envolvi nas malhas dos
meus cânticos, ó meu amor.
E és minha, ó habitante dos meus
sonhos imortais!

 

Nota : Este poema, ademais de formoso, é muito importante e em Bengala é uma cantiga de amor muito linda e popular intitulada “Tumi sondaro meghomala”. É um prazer escutá-la na voz do intérprete Sumon Kobir. Também influenciou em Pablo Neruda, que no seu famoso livro Vinte poemas de amor realiza uma paráfrase deste poema, que é o que leva o número 16.

GUILHERME DE ALMEIDA NA REVISTA NÓS

Guilherme de Almeida, sob o título de “Galiza, pátria da canção”, publicou na galega revista Nós, número 135 de 15 de março de 1935, páginas 46 a 50, um muito lindo depoimento, do que apresentamos os fragmentos mais significativos. O mesmo começa da seguinte maneira:

“Pelas mãos amicíssimas, hispano brasileiras, de Vidal Reis, mando aos intelectuais da Galiza – Pátria da nossa língua – a saudação fraternal e a saudade constante dos instantes de emoção que aí vivi, há dois anos. S. Paulo, 16 de abril, 1935”. Outro formoso treito é aquele em que diz: “Há dois anos, eu estava, extasiadamente, em terras da Galiza. Não foi um puro acaso, não foi um cego destino que para ali me levou. Foi um impulso, talvez inconsciente, instintivo no momento; mas, depois, consciente, refletido, proposital. Um desses súbitos retornos sobre si mesmo, em que a gente se encontra bruscamente consigo mesma, estremece e estranha um instante, para logo depois se reconhecer e calmamente se admirar. Corriam os últimos dias lindos de março de 1933. Era a “Semana Portuguesa de Vigo”. Como as águas doces do Minho, que se deslizam entre terras lusas e terras galegas, toda a doce gente portuguesa – e eu com ela – correu para a doce gente galega. Ao transpor, entre Valença e Tui, sobre o rio a ponte longa, que não tem apenas um jeito material de ponte, “senão de braços de irmãos, que de uma a outra ribeira estreitem as suas mãos”, enquanto eu me perguntava: “Ter-se-á mesmo acabado Portugal?”, já ia ouvindo as comovidas águas, que são vossas e que são nossas, responderam-me cantando o cantar de um vosso e um nosso poeta: “Não, não pode ser que o Minho, nado em terra galicião, separe do nosso chão o chão dum povo vizinho e, mais que vizinho, irmão”…O que a seguir Almeida escreve não tem qualquer desperdício, reafirmando-se em que “Galiza é a pátria primeira da minha raça; e ainda mais, da minha língua; e, mais ainda, da minha canção…”. A seguir escreve cumpridamente sobre as cantigas medievais de amor e de amigo e das suas origens. Sem esquecer-se de Rosália de Castro e do seu poema “Airinhos, airinhos ares, airinhos da minha terra”, que Almeida mesmo faz seu dentro do coração. Com verdadeiro sentimento, Almeida fecha o seu depoimento, com este poema: “Se o mar tivera varandas fora-te ver ao Brasil; mas o mar não tem varandas, amor meu, por onde hei de ir?”.

Os coordenadores da Nós, e estou seguro que o texto é de Vicente Risco, que era o diretor da revista, que cumpre em 2020 o seu centenário, colocam ao final um pequeno depoimento sobre o artigo de Almeida, em que se diz acertadamente: “Guilherme de Almeida pertencente à grande família de fala galaico-portuguesa, impulsiona em verbas de funda fraternidade a lembrança lírica de uma época e dum senso de beleza e continuidade de tradição e companha. Sabe da árvore bem plantada na terra nativa pela que sobe num maio de ledícia e de vida, todo o sangue poético de uma língua e de um sentir comuns, e dize-o em singela conversa de artista. Guilherme de Almeida filho da civilidade e da rebeldia. Poeta de escumoso astro, tatuou na carne vegetal da sua Terra, rungidos de luita e epitáfios de revolução, cantaram-lhe nos ouvidos todos os desejos de sentir a comarca como vítima. E em quanto insinua o cerne do martírio faz-se música patriótica e ergueita a sua sensibilidade terrunheira. Ao saúdo cordial e garimoso do poeta irmão, correspondemos nós com a arela saudosa dum intercâmbio firme e sereno nos destinos comuns, a que nos conduz a identidade de língua que é comunhão final dum mesmo espírito nos dous povos”.

TEMAS PARA REFLETIR E REALIZAR

Vemos os documentários citados antes, e depois desenvolvemos um Cinema-fórum, para analisar a forma (linguagem fílmica) e o fundo (conteúdos e mensagem) dos mesmos.

Organizamos nos nossos estabelecimentos de ensino uma amostra-exposição monográfica dedicada a Guilherme de Almeida, poeta modernista brasileiro, jurista e professor de direito, tradutor e tagoreano. Na mesma, ademais de trabalhos variados dos escolares, incluiremos desenhos, fotos, murais, frases, textos, lendas, livros e monografias.

Podemos realizar no nosso estabelecimento de ensino um Livro-Fórum, em que participem estudantes e professores. Podemos escolher para ler alguns dos seguintes livros: O meu Portugal (1933), em que fala das suas vivências na Galiza e em Portugal, e do que existe uma edição de 2016 pela Annablumme de S. Paulo, As palavras de Buda (1948, José Olympio editora do Rio de Janeiro), e de poesia, Meus versos mais queridos (1967, Edições de Ouro) ou Os sonetos de G. de Almeida (1968, Martins editora).

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