O evento da leitura continuada do Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago, realizada ao longo do dia 17 de dezembro no Centro Galego de Arte Contemporânea (CGAC) de Santiago de Compostela, contou com um vídeo disponibilizado no youtube deste praticamente o momento da gravaçom, mas registava algumas falhas por problemas de ediçom que já foram solucionadas na sua maior parte. Agora, poderá ser consultado praticamente completo e até será possível localizar facilmente a pessoa/o ou o trecho de leitura que interessa. Os vídeos som os seguintes:
Por outro lado, também está a ser enviada a todos os participantes uma pasta com as fotos de cada leitura (e não só). O acesso a esta pasta, porém, será público só durante umas semanas e unicamente para as pessoas leitoras.
Sucesso de participaçom
O evento deu começo às 9h15 com a interpretaçom ao piano por Xian Ardións de um tema de Leonard Cohen e outro de Beethoven (autores muito apreciados por Saramago). A seguir, Eduardo Maragoto, presidente da AGAL; Sabela Gil, da Secretaria Geral de Política Linguística, e Xosé Sánchez Bugallo, alcalde da cidade, apresentárom o evento e cedêrom a palavra à jornalista Pilar del Río, viúva do escritor e presidente da Fundação José Saramago, para que fosse ela a ler o primeiro trecho de leitura. Após as leituras da mesa presidencial foi a vez, entre outros e outras, do decano da Faculdade de Filologia, Elias Torres Feijó, do locutor radiofónico Marcos Pereira, que leu o seu trecho em braille, ou de Xabier Mouriño, atual diretor do IES Rosalia de Castro.
Após as leituras da mesa presidencial foi a vez, entre outros e outras, do decano da Faculdade de Filologia, Elias Torres Feijó, do locutor radiofónico Marcos Pereira, que leu o seu trecho em braille, ou de Xabier Mouriño, atual diretor do IES Rosalia de Castro.
Ao longo do dia foram passando polo auditório do Auditório do CGAC numerosas personalidades da política galega, como o próprio secretário geral da política linguística, Valentín García, os dirigentes políticos locais Borja Verea, María Rozas, Marta Lois, Goretti Sanmartín e Mercedes Rosón, ou parlamentares como Paula Prado (PP), Noa Díaz (PSOE) ou Mercedes Queixas (BNG).












Do âmbito da cultura, a leitura contou, entre outros e outras, com a presença de Comba Campoy, Borxa Insua, Henrique Dacosta, Xiao Berlai, Cándido Pazó, Marcos Nine, Manolo Portas, Pepa Baamonde, Isabel Pichel, Gonzalo Constenla, Vicente Mohedano, Suso Samartinho, Madalena Gamalho, Monti Castinheiras, Margarita Ledo Andión, Joel Gomes, Isabel Rei, Xoán Antón Pérez Lema, Neves Rodríguez Román, Paulo Fernández Mirás, Artur Alonso Novelhe, Encarna Otero Cepeda, Vicente Moedano, Tiago Alves Costa e muitas outras pessoas destacadas polo seu trabalho no ensino ou em prol da cultura galega ou luso-braseileira. De facto, na leitura foram usados diferentes sotaques galego-portugueses, até porque houve uma notável participaçom luso-brasileira.
De facto, na leitura foram usados diferentes sotaques galego-portugueses, até porque houve uma notável participaçom luso-brasileira.
A obra, o autor e o espaço
Nem o autor nem a obra nem o espaço para realizar o evento fôrom escolhidos à toa. O Ensaio sobre a Cegueira é um dos livros mais lidos de Saramago na Galiza, pois a sua publicaçom três anos anterior ao Nobel foi considerada por muitas pessoas determinante para a receçom do prémio. Mas, para além disso, acabados de sair de uma pandemia, esta é uma obra que nos convida a refletir com toda a crueza sobre situações que podem alterar completamente as nossas vidas, provocando até o colapso das estruturas sociais.
Saramago, para além de um dos autores mais lidos na nossa língua, vinculou-se à Galiza em várias ocasiões, uma delas através da própria Associaçom Galega da Língua (AGAL), pois ele chegou a participar fisicamente num dos seus congressos.
Saramago, para além de um dos autores mais lidos na nossa língua, vinculou-se à Galiza em várias ocasiões, uma delas através da própria Associaçom Galega da Língua (AGAL), pois ele chegou a participar fisicamente num dos seus congressos. Ainda, trata-se de um autor mui lembrado em Santiago de Compostela, onde recebeu o primeiro prémio após o Nobel, o São Clemente, por parte dos alunos e alunas do Instituto Rosalia de Castro. Maribel Martín, chefa de estudos deste centro naquela altura foi a encarregada de ler o último e emocionante trecho de leitura da obra por volta das 21h30 da noite, segundos antes do ato ser encerrado novamente por Xiao Ardións ao piano por umas breves palavras de Eduardo Maragoto.
Em relaçom ao espaço escolhido, o Centro Galego de Arte Contemporânea, a organizaçom do eventou salientou que se trata de um dos símbolos da uniom galego-portuguesa através do seu arquiteto Álvaro Siza.
Imagem de evento
Contudo, a imagem do evento, que também contou com o apoio da Secretaria Geral de Política Linguística, do Concelho de Santiago de Compostela e da Fundação Saramago, foi monopolizada por um cabeçudo de Saramago e uma camisola editada exclusivamente para esta homenagem, com o mote “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”.






