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A história dos excluídos tem seu dicionário

alba-valdez-dicionario-excluidosA máxima entre os historiadores é que sempre é o vencedor que conta a sua versão da história. Por isso, a direção da Olimpíada de História desafiou estudantes de todo o Brasil a criarem o dicionário dos excluídos e, os organizadores foram surpreendidos pelo resultado.

A Olimpíada de História, criada pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, em 2009, alcança atualmente mais de 70 mil estudantes dos ensinos fundamental e médio, em todo o Brasil, em uma grande disputa pela busca do conhecimento. A Olimpíada é dividida em cinco fases online e uma prova para os finalistas das equipes com melhores pontuações.

Assim, na primeira semana de junho de 2019, 6.753 alunos de todo o Brasil criaram o dicionário biográfico Excluídos da História, que inclui 2.251 verbetes sobre personagens raramente estudadas na historiografia tradicional e, agora, disponíveis em um sítio na Internet.

Assim, na primeira semana de junho de 2019, 6.753 alunos de todo o Brasil criaram o dicionário biográfico Excluídos da História, que inclui 2.251 verbetes sobre personagens raramente estudadas na historiografia tradicional e, agora, disponíveis em um sítio na Internet.

As personagens

Com a principal regra em mente: escolher uma personagem dentro critério de ser importante para a história do Brasil e não ser lembrado nos livros didáticos, os alunos saíram por suas cidades, regiões e até por orientações de familiares e foram montando as biografias.

Desta forma, superou a expectativa dos organizadores, onde depararem-se com personagens desconhecidas, muitas ainda vivas, que são importantes para a História do Brasil. E essas personagens estão do Brasil Colônia até os dias de hoje.

São professores e estudantes perseguidos pela ditadura militar, como Alexandre Vanucci Lemos, estudante da USP, assassinado pelas forças de repressão no dia 17 de março de 1973, aos 23 anos. Outro exemplo, este do Brasil Colônia é do líder indígena Ajuricaba (1701-1727), que lutou contra a escravidão de seu povo pelos colonizadores portugueses, onde o cacique afirmava que “Era melhor a morte que a escravidão”.

Muitas mulheres, de várias épocas também foram selecionadas, como a Maria Rodrigues Peixe (ou Alba Valdez – Ceará- 1874-1962), de família pobre, formou-se professora e, em 1904, fundou a Primeira Liga Feminista Cearense e lutou até a sua morte pela inclusão das mulheres na política, nas artes e no mercado de trabalho.

Muitas mulheres, de várias épocas também foram selecionadas, como a Maria Rodrigues Peixe (ou Alba Valdez – Ceará- 1874-1962), de família pobre, formou-se professora e, em 1904, fundou a Primeira Liga Feminista Cearense e lutou até a sua morte pela inclusão das mulheres na política, nas artes e no mercado de trabalho.

O dicionário registra a escritora e jornalista Patrícia Galvão, a Pagu, que participante ativa do Movimento Modernista brasileiro e militante pela liberdade de expressão e maior participação das mulheres na vida pública. Além de artigos para jornais e revistas, publicou “Parque Industrial”, considerado o primeiro romance proletário brasileiro,

Algumas personagens foram lembradas por mais de um grupo, portanto, há verbetes repetidos no dicionário, mas que trazem abordagens diferentes sobre a mesma pessoa, como é o caso de Alba Valdez.

alexandre-excluido-historiaCuriosamente, a ideia do dicionário surgiu em razão de um samba enredo da escola carioca Estação Primeira de Mangueira, que foi a campeã do carnaval de 2019 com o tema “História para ninar gente grande”.

A coordenadora da Olimpíada Nacional em História do Brasil, Cristina Meneguello, explica que os versos do samba enredo falavam sobre os “heróis de barracões” com “versos que o livro apagou” para contar “a história que a história não conta” e mostrar “um país que não está no retrato” e o “avesso do mesmo lugar”. Esse samba ficou bastante popular e ganhou as ruas e rodas de samba, abrindo espaço para a discussão sobre os excluídos da História do Brasil.

Inicialmente, os organizadores da Olimpíada não tinham intenção de publicar o material produzido pelos estudantes. No entanto, ao depararem-se com tamanha diversidade e riqueza pesquisadas, decidiram compartilhar o material com a sociedade, com os professores, estudantes e todos os interessados, disponibilizando o conteúdo online.

E, mesmo antes de ser lançado, o Dicionário dos Excluídos já começou a ganhar prêmios, como a medalha de prata no Brasil Design Award 2019, como melhor projeto de sistema educativo”.

Para conhecer o Dicionário dos Excluídos acesse aqui.

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