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Propõem português no ensino e ortografia reintegrada para o galego-português da Estremadura espanhola

Apesar de que nõ todos os falantes das Elhas, Sã Martim de Trebelho e Valverde do Fresno defendem ũa normativa unitária para os trés lugares, sendo reticentes a que poda leval consigo um empobrecimento da riqueza dialetal, os autores desta proposta pensamos que a necessidai de uns critérios orientadores da escritura é cada vé mais reclamá por as pessoas que de ũa forma ou outra venem escrivindo na “fala” o u língua de Xálima nos últimos tempos. A irrupciõ das telecomunicaciõs e a apariciõ da Internet hã acentuau inda mais esta necessidai, já que as que asta fai poico unicamente eram ũas falas locais, devem cumpril agora novas funciõs comunicativas, relacionando, por exemplo na rede, os usuários deste val.

Corredera, Martín Galindo e Maragoto | Foto: sierradegatadigital.es
Corredera, Martín Galindo e Maragoto | Foto: sierradegatadigital.es

Assim começa o texto introdutório dos Critérios para orientar a ortografia do xalimego, proposta feita pública esta mesma semana e de aplicaçom para as variedades linguísticas galego-portuguesas do vale do Xalma, na estremadura espanhola. Os seus autores som Os seus autores som Antonio Corredera Plaza (Valverde do Freixo), José Luis Martín Galindo (Cáceres) e o galego Eduardo Sanches Maragoto, quem pretendem com a iniciativa substituir a ortografia castelhanizante que vigora por umha outra, precisamente, galego-portuguesa, bem que mantendo as particularidades próprias xalimegas.

Os autores dos Critérios acham que qualquer política lingüística a implementar no vale deve incluir a «introduçom do português no ensino como língua estrangeira obrigatória». Nom proceder desta forma seria «desaproveitar a enorme vantagem que os falantes têm, em relaçom ao resto dos estremenhos, para aprenderem esta língua com projeçom internacional e significaria renunciar também ao reforço lingüístico das falas através da língua do Estado vizinho».

Estes Critérios estám disponíveis na internet para consulta de qualquer pessoa interessada. No entanto, antes dessa fase, a primeira cópia foi entregue à associaçom ‘A Nosa Fala’ e, a seguir, foi distribuída para o exame, crítica ou apoio a um amplo grupo de filólogos e filólogas. Atualmente conhecem-se as seguintes adesões à proposta:

  • Maurício Castro Lopes, professor de português na Escola Oficial de Idiomas de Ferrol
  • Valentim Fagim Rodrigues, profesor de português na Escola Oficial de Idiomas de Ferrol e vice-presidente da AGAL
  • Carlos Garrido Rodrigues, professor de Traduçom e Interpretaçom na Universidade de Vigo e presidente da Comissom Lingüística da AGAL
  • Beatriz Peres Bieites, professora de português na Escola Oficial de Idiomas de Santiago de Compostela
  • Jorge Rodrigues Gomes, doutor em Filologia e membro da Comissom Lingüística da AGAL
  • José Luís Rodríguez Fernández, catedrático de Filologia Galega e Portuguesa na Universidade de Santiago de Compostela
  • João Varela Aveledo, co-autor do documentário Entre Línguas
  • Fernando Venâncio, doutor em Lingüística Geral da Universidade de Amsterdam
  • Vanessa Vilaverde Lamas, co-autora do documentário Entre Línguas

Também reconhecêrom a «coerência» da proposta, ainda que achegárom as suas próprias reflexões, os professores José Enrique Gargallo Gil (professor titular de Filología Românica na Universidade de Barcelona, especialista em dialetologia) e Juan María Carrasco González (chefe do departamento de Línguas Modernas e Literaturas Comparadas da Universidade da Estremadura espanhola, especialista nas variedades lingüísticas fronteiriças). Precisamente, Carrasco González defende que «a ortografia nom é só uma representaçom dos sons», mas «a imagem visual de umha língua, com a qual se devem identificar os seus falantes». Após reafirmar que as falas de Xalma«procedem do tronco medieval galego-português, em contato sempre com o leonês desde as suas origens», o professor defende que «a tradiçom galego-portuguesa medieval nãom é alheia às falas de Xálama».

Principais critérios

Critérios para orientar a ortografia do xalimegoA proposta para o galego-português do Xalma assenta em três princípios básicos:

  • A solidariedade com o galego-português, especialmente com o português moderno. Por exemplo, no lugar de grafar *carru, *cutuvía , *xenti ou *pesoa, grafar «carro», «cotovia», «gente» ou «pessoa», mas mantendo a pronúncia autóctone.
  • O reconhecimento da diversidade lingüística dos três lugares que integram o vale do Xalma. Por exemplo, admitir a pluralidade de formas em palavras como médico/meico/meco ou os pares axim (plural axins ou axis)/pimento.
  • A estremenhidade, designadamente as terminações em -l dos verbos, soluçom comum a outras variedades lingüísticas presentes na Estremadura: cantal (cantar), dizel (dizer), frigil (frigir), etc.; ou também a queda do -d- em posiçom intervocálica, como em cantau (cantado), comiu (comido), adequá (adequada), metai (metade), boiga (bodega), etc.

 

ATUALIZAÇOM 28 DE AGOSTO DE 2015

 

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