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Réquiem, livro escrito em galego internacional, ganhador dos Prémios Johán Carballeira

Réquiem, de Eugénio Outeiro Lojo, foi a obra premiada na categoria de poesia. Na categoria de jornalismo, o prémio foi para Cláudia Morán e Manolo Broa pola reportagem Convivir co lume. O baleiro que arde: un territorio a mercé do lume

Em 31 de março deste ano, o concelho de Bueu convocou os Prémios Johán Carballeira de poesia e jornalismo. Apesar de que nunca estivera explicitamente proibida, na ediçom deste ano fôrom modificadas as bases para aceitar explicitamente a norma internacional da nossa língua, graças a uma petiçom do vereador independente Daniel Chapela. Deste modo, as bases indicavam textualmente que “Poderán concorrer a el tódalas persoas físicas maiores de idade que presenten os seus orixinais escritos en lingua galega, incluída a normativa reintegracionista” na categoria de poesia e “Poderán concorrer a el tódalas persoas físicas maiores de idade que presenten os seus traballos, os cales deberán ter sido publicados en medios impresos ou dixitais, escritos en lingua galega, incluída a normativa reintegracionista” na categoria de jornalismo.

Poderán concorrer a el tódalas persoas físicas maiores de idade que presenten os seus orixinais escritos en lingua galega, incluída a normativa reintegracionista.

Casualmente, ou talvez por causa disso, os prémios deste ano fôrom repartidos de maneira binormativa. O prémio na categoria de poesia foi para uma obra escrita em galego internacional, e o prémio na categoria de jornalismo foi para uma reportagem escrita na ortografia da RAG.

Réquiem, de Eugénio Outeiro, ganhador na categoria de poesia

O júri do prémio na categoria de poesia estava composto por Xosé Luis Mosquera, poeta e ganhador da ediçom anterior; Silvia Penas, poeta; e Manuel Forcadela, crítico literário, escritor e professor da Faculdade de Filologia e Traduçom da Universidade de Vigo. Da leitura dos 44 poemários apresentados, o prémio foi parar à obra de Eugénio Outeiro Lojo, da que salientam que “está bem artelhada e mui acaída para o significado do prémio convocante, com uma estrutura e arquitetura poética trabalhada, delicado no tratamento, nada panfletário que engancha por uma musicalidade evidente, de vocaçom trovadoresca e que conecta com a oralidade”. Aliás, trata-se de uma poética mais clássica e diferente da cultivada na atualidade e formulada como um verdadeiro ato de memória histórica.

Eugenio Outeiro Lojo é licenciado en Filologia Portuguesa pola Universidade de Santiago de Compostela. Foi membro da directiva da AGAL e atualmente trabalha como professor de português na Escola Oficial de Idiomas de Lugo. Publicou poemas em diversas revistas como Ólisbos, Agália ou Sítio. Entre as suas obras publicadas destacam Às vezes vida e Mordida.

A obra Mordida, publicada pola Através Editora, selo editorial da AGAL, pode ser baixada totalmente grátis do sítio web da editora em formato digital

Os direitos de publicaçom de Réquiem, a obra premiada, pertencem ao Concelho de Bueu durante o primeiro ano. Na página em que se convoca o prémio, o texto indica que “os premios constarán de 1500 € en ambas categorías máis a publicación na editorial Xerais do poemario gañador no caso do de poesía, polo que num princípio tudo indica que poderemos ver proximamente um livro em galego internacional publicado por uma das maiores editoriais do país.

O baleiro que arde: un territorio a mercé do lume, de Cláudia Morán e Manolo Broa, ganhador na categoria de jornalismo

Na categoria de jornalismo, o jurado estivo composto por Lois Pérez, ganhador da anterior ediçom; Diana López Varela, jornalista pontevedresa; e Manuel A. Mosteiro, presidente da Associaçom de Amigos de Johán Carballeira. De entre os dezasseis trabalhos apresentados ao certame, a ganhadora foi a reportagem de Cláudia Morán e Manolo Broa, de cujo traballo o jurado valorizou “a análise das aldeias sem quase vizinhança, com uma perspetiva original sobre os tópicos dos incêndios”. A reportagem estabelece a correlaçom entre a despovoaçom e os incêndios, e o contraste entre o urbano e o rural, tal como as distintas vagas de lume. Encontra-se, para além disto, a análise entre a responsabilidade cidadã e política e o impato sobre o território, oferecendo uma visom direta do conflito e estabelecendo uma progressom eficaz no conteúdo da reportagem. A perspetiva trasluz um projeto mais global, em que se achegam dados e contexto a um problema nada singelo como é a despovoaçom do rural e os incêndios. Chama à reflexom de um jornalismo que reivindica o valor fundamental como elemento democratizador e emancipador da cidadania, contribuindo à sua autonomia e conformador do espírito crítico.

Cláudia Morán e Manolo Broa som jornalistas e assinam conjuntamente a reportagem premiada. Cláudia Morán é graduada em Jornalismo pola Universidade Ramon Llull, com um mestrado em Jornalismo Especializado em Política Internacional pola Universidade Pompeu Fabra. Trabalhou en La Voz de Galicia, Revista Luzes, Axencia EFE (Bruxelas), Radio Coruña-Cadena Ser e Cope Barcelona. Atualmente colabora em diversos meios de comunicaçom, e recebeu o prémio 20Blogs polo blogue coletivo Goldman Sachs is not an Aftershave e o prémio Comunicar em Igualdade da Junta da Galiza pola reportagem coletiva “As mulleres na opinión: un elefante rosa no medio das redaccións”.

A reportagem O baleiro que arde: un territorio a mercé do lume foi publicada no jornal Nós Diario, e pode ser lido na íntegra no seu sítio web

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