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Obituário: Hugo Domínguez Silva (1991-2024)

No passado 25 de dezembro faleceu em trágico acidente Hugo Domínguez Silva. Natural de Vigo, desenvolveu toda a sua vida académica e profissional no ramo das línguas, das literaturas e das culturas, nas suas várias declinações. Graduado em Tradução e Interpretação pela Universidade de Vigo, fez estadias posteriores tanto em França como na Universidade Federal de Minas Gerais, no Brasil, país este último que marcou sensivelmente a sua formação intelectual, literária e pessoal. Em 2019 iniciou os seus estudos de Galego e Português na Universidade da Corunha, com o objetivo confesso de poder optar a algum dos postos docentes que periodicamente são convocados para os Centros de Estudos Galegos de universidades brasileiras. Conseguiu esse objetivo na Universidade de São Paulo, dado que foi o leitor da Cátedra de Galego dessa instituição de inícios de 2021 a finais de 2023.

Extremamente curioso no plano intelectual, enquanto aluno foi sempre crítico com os seus professores, com os planos docentes e com as estruturas administrativas das instâncias educativas, qualidade notoriamente invulgar na universidade de hoje em dia. A partir desse mesmo espírito crítico assumiu um interesse específico pelo pensamento contemporâneo que contesta os saberes instituídos. Tinha, neste sentido, uma ampla bagagem de leituras e um conhecimento muito sólido sobre as teorias decoloniais ou sobre os novos paradigmas críticos da diversidade sexual. Estes posicionamentos não impediram que realizasse diferentes investigações sobre outros assuntos mais clássicos, aos quais tentou incutir uma visão atualizada e renovadora. O melhor exemplo foi o seu interesse pela obra de Guimarães Rosa, a quem dedicou o seu trabalho de fim de grau na Universidade da Corunha, e cujo texto, graças à boa qualificação obtida, está acessível no repositório desta universidade.

De mentalidade aberta e livre, Hugo Domínguez foi tanto no plano académico como no profissional um autêntico fura-vidas. Sempre a saltar de bolsa em bolsa, de país em país, de língua em língua (francês, português e italiano, para além das mais óbvias), de contrato precário em contrato precário, era daqueles seres humanos que costumam deixar uma marca quando se cruzam na tua vida, ainda que o tempo com ele compartilhado (como aconteceu no meu caso) fosse relativamente breve. Por isso, não admira que a imensa maioria de mensagens partilhadas nestes dias nas suas redes sociais pertençam a pessoas que foram as suas alunas na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. A calidez mostrada nesses testemunhos evidencia não apenas as qualidades humanas mas o compromisso docente de uma pessoa que foi durante três anos um embaixador privilegiado da cultura galega no Brasil.

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