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NGZ 146: Mulheres luitando num tabuleiro feito para homens

Capa do 'Novas da Galiza' n.º 146
Capa do ‘Novas da Galiza’ n.º 146

Passou o dia, mas nom a romaria. Após a chuva de estatísticas e atos institucionais do 8 de março, o feminismo volta desaparecer das agendas oficiais até o próximo ano, também dos media convencionais. Mas o Novas da Galiza nom é um meio de comunicaçom convencional e, igual que no resto do ano, a nova entrega do jornal dedica especial atençom às luitas feministas.

O número 146 do mensal galego leva à sua capa o caso da Cleanet, a empresa contratada polo Ministério espanhol da Defesa para a limpeza das instalaçons militares, cujas empregadas personificam a precarizaçom dos trabalhos feminizados e as agressons aos direitos laborais quando se externalizam serviços. As trabalhadoras mesmo chegárom a sofrer ameaças por parte de mandos militares quando começárom a reivindicar o pagamento dos seus salários, como denunciou a CIG.

O carácter machista dos conflitos laborais tem a sua expresom estrema no caso das trabalhadoras sexuais, umha realidade que o NGZ trata noutra reportagem. De reconhecer-se a laboralidade desta atividade, os feminicídios por prostituiçom (nom contabilizados polo estado como violência machista) seriam assassinatos durante a vida laboral, dos que em apenas quatro anos se contam vinte e quatro casos no estado espanhol.

Muitas das pessoas assinantes do Novas nom saberám o que é a endometriose quando leiam esta palavra nas páginas centrais do periódico. E é que a endometriose continua a ser invisilizada apesar de ser umha doença benigna crónica que afeta umha em cada dez mulheres em idade fértil (60.000 na Galiza) e que mesmo pode provocar dores incapacitantes. O diagnóstico médico demora em média oito anos.

Milhares de mulheres luitam na Galiza contra estas e outras agressons; algumhas delas som entrevistadas no NGZ 146. Pola sua parte, Raquel Lema, secretária comarcal da CUT em Compostela, reflexiona sobre a prática sindical feminista e critica as eivas que ainda arrastam as organizaçons de trabalhadoras e trabalhadores em matéria de género. Noutra entrevista, o Novas quijo dar-lhe voz a um feminismo que opera longe do foco mediático e que cada vez conta com maior presença social: o feminismo autónomo. As participantes do coletivo de Mulheres Galegas Rebeldes e Engraçadas (MUGRE), de Compostela, falam da experiência colheitada nos seus dous anos de vida: “Buscamos umha resposta coletiva e de género aos nossos conflitos individuais”.

Por outra parte, o Novas da Galiza também leva a um lugar central da sua capa a ilustrativa análise de Joám Lopes Facal sobre o comportamento dos depósitos e do crédito na Galiza. Enquanto o aforro galego continuou crescendo nos últimos anos, os empréstimos concedidos polos bancos no País forom desmoronando-se até ser já inferiores aos primeiros. Na atualidade, Galiza tem colocado fora 14.400 milhons de euros de aforro que nom encontra aqui destino, ficando apanhada “entre as duas láminas da tesoura financeira”.

Em Internacional, Carlos C. Varela leva-nos de viagem ao Curdistám para aprender das experiências desse povo longe dos estereótipos mediáticos habituais. Sob o sugerente título de ‘Democracia sem estado no Curdistám’, o autor analisa a nova estratégia do PKK para a libertaçom: “No Curdistám estám a ensaiar umha das propostas emancipatórias mais originais da regiom, um ‘zapatismo de guerra’ em cuja superaçom do capitalismo e do Estado-naçom poderia estar a chave para a paz no Oriente Médio”.

Capa do suplemento 'A Revista' n.º 76
Capa do suplemento ‘A Revista’ n.º 76

Nas páginas habituais de Cultura, Antom Santos resgata do esquecimento umha das facetas menos conhecidas e mais interessantes de George Orwell, a de “herói preguiceiro”, como diria o psiquiatra Guillermo Rendueles. O jornalista e escritor inglês “nada quijo saber de puritanismos morais, de martiriológios em de revoluçons profissionalizadas. E contodo, declaradamente amarrado aos prazeres do homem convencional, soubo deixar de parte o que lhe era mais caro para atender o chamado do dever”.

Na seçom de Desportos, o Novas detém-se no fenómeno da Unión Deportiva Ourense, a equipa de futebol que veu a ocupar o sítio do falido CD Ourense. Em apenas sete meses, o ourensanismo passou de chorar a desapariçom dumha equipa histórica a levar adiante um projeto popular movido polos sócios e sócias e que já conseguiu o seu primeiro êxito desportivo: o ascenso à Segunda Regional. E como nom podia ser doutro jeito, o Novas também analisa o sucesso atingido polas seleçons galegas de futebol gaélico em Abu Dabi. É primeira vez na história em que combinados desportivos galegos competem internacionalmente de forma oficial.

No suplemento central A Revista, Carlos C. Varela publica a segunda parte do seu artigo dedicado a Santo António de Lisboa, o patrom da sexualidade popular na Galiza tradicional. Na Galiza Natural de primavera, João Aveledo fala-nos do cuco, um pássaro bem presente na cultura popular e mui próprio destes meses.

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