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A LOMCE e a Lusofonia

Acho que nunca imaginámos que a LOMCE pudesse trazer algo de positivo ao curriculum escolar. E, no entanto, trouxo.

Como professora de galego e de português no ensino secundário, a minha surpresa foi imensa, quando, recentemente, ao folhear o manual de Língua Galega de 1º de Bacharelato que usamos no meu departamento, me encontrei com umha epígrafe dedicada à Lusofonia.

Logicamente, mal saí da aula esse dia, fui contrastar com manuais doutras editoras, para comprovar que, com efeito, a Lusofonia aparecia em todos. Era, portanto, longe do que tinha pensado, umha linha curricular e nom opçom linguístico-ideológica de umha editora concreta. O tratamento do tema, obviamente, divergia bastante entre uns e outros, sendo o melhor, na minha opiniom, o de Xerais, tanto quantitativa como qualitativamente: ao longo de quatro páginas (numha unidade didáctica de doze), partindo de um tópico clássico como a origem comum do galego e do português, apresentava umhas noçons básicas de dialectologia e da história da expansom do português arredor do mundo, para acabar com umha exposiçom sobre a Galiza e o âmbito da lusofonia, em que se desenvolviam aspectos económicos, socioculturais (literatura, Ponte nas Ondas!) e musicais (Cantos na Maré), para além de aspectos muito novidosos (num manual destas características, entenda-se), como a aprendizagem do português na Galiza (referindo expressamente o Instituto Camões e a Lei Valentín Paz Andrade) e o ensino do galego nos países lusófonos.

Ainda cheia de curiosidade fui comprovar o que acontecia nos manuais de 3º de ESO, por corresponder a este curso o mesmo temário que 1º de Bacharelato. Neste caso, o tratamento era desigual, nom aparecendo sequer em todos os manuais consultados (mas com ótimos resultados naqueles que o desenvolviam, nomeadamente o de Santillana). Fiquei um pouco desiludida, confesso, mas é claro que nom podia ser perfeito. Mesmo assim, já nom era mau e foi por isso mesmo que já nem me dei ao trabalho de consultar o decreto para descobrir por que uns manuais tratavam esse tema e outros nom. Fosse como for, o facto de que nalguns aparecesse era inquestionavelmente positivo e significava, em qualquer caso, umha mudança.

Repensei tudo de novo e a sensaçom que ficou foi de esperança: Será que, finalmente, as autoridades (Consellería de Educación e Secretaría Xeral de Política Lingüística) se aperceberam –de facto– da importáncia de promocionarem o espaço lusófono para o futuro do galego? E, ainda mais, será que isso vai mudar algumha cousa –que ainda nom vimos por enquanto– a nível prático?

Poderá ser ou nom, mas, pola primeira vez, já se dam passos nesse sentido, para além de promessas e palavraria política…

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