O livro Seique de Susana Sanches Arins, é a única obra premiada em galego internacional nesta convocatória. Trata-se da segunda ediçom, ampliada, da que o júri valorou “o exercício da memória pessoal e familiar e a projeção universal da mesma para compor um mosaico que se volve innovação estrutural e que o leitor tem que recompor, assim como a utlilização da oralidade na escrita.”
O veredicto fixo-se público no sábado passado, dia 9 de maio. A organizaçom da Gala do Livro Galego decidiu manter nesta data o anúncio das obras ganhadoras, porém, a celebraçom do evento de entrega dos prémios fica pendente para o outono próximo, assim que as condiçons sanitárias permitam o ato público presencial.
O jurado desta ediçom estivo formado pola jornalista e poeta Ana Romaní, a profesora Anxos Rial, o escritor Antón Riveiro Coello, a poeta Estíbaliz Espinosa, o editor e professor Manuel Bragado, a tradutora María Alonso Seisdedos e o crítico literário e escritor Ramón Nicolás. Os livros que concorriam correspondem-se com obra publicada ao longo do ano 2019, e as finalistas podem-se consultar aqui.
Esta é a listagem completa de obras ganhadoras, por categorias:
Ensaio e investigaçom
– Dentro da literatura, de Suso de Toro (Edicións Xerais de Galicia)
Divulgaçom
– A que cheiran as cores? A esperada guía para coñecer o cerebro, de Juan Casto Rivadulla Fernández (Editorial Galaxia)
Narrativa
– Seique (2ª ed. ampliada), de Susana Sanches Arins (Através Editora)
Infantil
– A tartaruga Amodovou, de Paula Carballeira (Oqueleo)
Xuvenil
– Os corpos invisibles, de Emma Pedreira (Edicións Xerais de Galicia)
Livro ilustrado
– Irmá paxaro, de Tamara Andrés, ilustracións de María Montes (Cuarto de Inverno)
Livro de banda desenhada
– A chaira, de Antonio Seijas (Alita Cómics Editorial)
Iniciativa bibliográfica
– Castelao. Construtor da nación. Tomo I. 1886-1930, de Miguel Anxo Seixas Seoane (Editorial Galaxia/Consorcio de Santiago)
Traduçom
– Frankenstein ou o Prometeo moderno, de Mary Shelley/Tradución de Samuel Solleiro (Aira Editora)
Poesia
– Feliz Idade, de Olga Novo (Kalandraka Editora)
Teatro
– Citizen, do Grupo Chévere (Kalandraka Editora)
Livro melhor editado
– Fosforescencias, de Lupe Gómez/Ilustraçons de Anxo Pastor (Alvarellos Editora)
E na categoria de trajetórias os prémios forom para:
Iniciativa cultural ou fomento da lectura
– Libraría Chan da Pólvora
Projeto literário na rede
– Kalandraka TV
Jornalismo cultural
– María Yáñez
Esta Gala é organizada pola Asociación Galega de Editoras (AGE), a Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega (AELG) e a Federación de Librarías de Galicia (FLG).
Sobre o “Seique”
seique não é um poemário, seique não é um romance, seique não é um ensaio, seique não é uma pesquisa histórica. porém, seique recolhe alguma cousa de cada um desses géneros. seique nasce duma estória de vida insignificante, anónima, para abordar uma reflexão sobre a [des]memória e as maneiras de construir a História.
seique não pretende ficcionar uma história, tomando como base uns factos conhecidos de todas, mas todo o contrário, seique parte de uns factos desconhecidos, seique por particulares, ou por insignificantes, seique: a história de um fascista tão sem importância que nem sequer aparece nos arquivos, mas que sim existiu, deixando, seique, marcas que as suas vítimas não esquecem [ou sim].
seique nasce de depoimentos orais, em parte fabulados polas suas próprias emissoras, pois seique o protagonista está desaparecido das fontes documentais. porém, se essas pessoas que viveram e falaram estão já mortas… que contamos, ló? como? que há de certo no que contam umas e outros? e se ademais quem narra faz parte da família? seique.
Susana Sanches Arins
Foi ganhadora do XXI Premio Nacional de Poesía Pérez Parallé com a obra [de]construçom, editada por Espiral Maior (2009). Posteriormente publicou aquiltadas (Estaleiro Editora, 2012), a noiva e o navio (Através Editora, 2012), seique (Através Editora, 2015), Carne da minha carne (Apiario 2018) e Tu contas e eu conto (Através Editora 2018). A segunda ediçom, ampliada do Seique, é de 2019. Na actualidade faz parte, também, da plataforma de crítica literária A Sega.