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Jornalista e artista curda na prisão por um quadro

Zehra Dogan
A jornalista Zehra Dogan (JINHA Women’s News Agency @jinhanewsagency)

A jornalista, artista e ativista curda de 27 anos Zehra Dogan foi sentenciada por um tribunal turco a dois anos e dez meses de cadeia por causa duma pintura a representar a destruição da cidade fronteiriça de Nisêbîn (Nusaybin em turco) por parte das forças armadas turcas.

Dogan foi detida a 23 de julho de 2016, uma semana depois da tentativa de golpe de estado em Turquia, sendo acusada de organização ilegal e propaganda terrorista. Aliás, os advogados de acusação usaram os quadros da Zehra como prova da sua culpabilidade do delito de propaganda, pelo qual foi finalmente condenada.

O cerco de Nisêbîn esteve enquadrado numa ofensiva do governo turco contra o Partido dos Trabalhadores Kurdos (PKK) durante a primavera de 2016. Nos 74 dias que durou o ataque, o exercito turco usou artilharia pesada e bombardeios aéreos, o que causou o deslocamento de até dois terços das 88.047 pessoas que moravam na cidade.

Para além da sua atividade como pintora, Zehra também era a editora da agência de notícias feminista em língua curda JINHA, composta unicamente por mulheres e encerrada pelo estado turco a 29 de outubro de 2016. No entanto, este não foi o único órgão de comunicação social pró-curdo vítima do estado de emergência em que vive o país depois do golpe de estado de julho, que também levou ao encerramento da agência de notícias DIHA, mais dez jornais e três revistas culturais. Entre julho e setembro do ano passado, foram despedidos 2.500 jornalistas, enquanto que no mês de outubro, foram 117 os profissionais presos.

People wave national flags with an image of Turkey's President Recep Tayyip Erdogan during celebrations marking the 563rd anniversary of the Ottoman conquest of Constantinople, now Istanbul, in Istanbul, Turkey, Sunday, May 29, 2016. (AP Photo/Emrah Gurel)
AP Photo/Emrah Gurel

No começo do mês de março, começou uma nova ofensiva repressiva no Curdistão turco, com cerca de 18 povoações afetadas. A hostilidade do estado turco contra os curdos ultrapassa mesmo as fronteiras da Turquia, visto que a artilharia turca ter já atacado as bases das Unidades de Proteção Popular (YPG) na Síria, como aconteceu recentemente perto de Kobanê.

A este respeito, o presidente Recep Tayyip Erdogan exprimiu no mês de novembro o seu desejo de alargar as fronteiras da Turquia atual, com referencia aos territórios curdos do Iraque e da Síria. E isto, em vésperas do referendo de abril, que poderá dar poder absoluto ao Erdogan.

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