Ódio, amor, raiva, frustraçom, impotência, medo, dúvida… som algumas das emoções que desfilam pola nova produçom do Centro Dramático Galego (CDG). Jardim suspenso, de Abel Neves, ganhou em 2009 a terceira ediçom do concurso teatral mais importante da lusofonia: o Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva, uma iniciativa conjunta do ‘Instituto Camões’ de Portugal e da ‘Fundaçom Nacional de Artes – Funarte do Brasil’. Ademais da publicaçom do livro, esta distinçom levava consigo a encenaçom do texto numa coproduçom luso-brasileira. O espetáculo estreou no Teatro Nacional Dona Maria II em abril de 2010 com direçom cénica de Alfredo Brissos.
Na versom galega, a direçom teatral corre por conta de Candido Pazó e será estreada esta sexta-feira, dia 13 de março, sendo representada todos os dias até domingo 29. Sempre às 20:30h, menos os domingos, que será às 18 h.
As sócias e sócios da da AGAL poderám já desfrutar de um preço especial de 3 € graças ao acordo assinado entre a associaçom e a o CDG para a promoçom deste programa de teatro galego e português. Pata terem o bilhete reservado a preço especial, deverám escrever a logistica@agal-gz.org antes do dia da funçom às 15:00h, indicando o seu nome e apelidos. Além, da fanpage da AGAL e o PGL no Facebook serám sorteados 5 bilhetes para assistir gratuitamente a esta obra nalgum dos dias em que será representada, com excepção do dia da estreia.
A obra
Até onde pode levar a fidelidade a um amor que nom é correspondido? Luzia, nova arquiteta, nom desiste da sua fidelidade. Concebeu um jardim despejado, composto tam só por fina areia bem alisada e umas poucas pedras, na antiga casa dos seus pais, o fogar que abandonou em três ocasiões e ao qual regressou sempre o pedido de Mateu, o seu amor impossível e com quem, sem ser o seu irmão de sangue, cresceu desde a infância. É a ele a quem Luzia lhe dedica este jardim zen que a família se dispõe a inaugurar quando Mateo anuncia que vai casar com outra mulher, Paula.
A partir desse momento, Luzia desiste de comer; decide abandonar-se dissolvendo-se na vida por inaçom. Numa espiral de dor, desleixo e vazio fecha-se frente os outros. Ignorando os seus sentimentos, a família tenta compreender o enigma. Mariana, a avó, resolve o mistério desde muito cedo. Com a sabedoria que propícia a idade, aconselha ao filho: “Se ouvimos bem, respiramos melhor”. Mas na casa, ninguém a escuta. Mas a vida continua e o jardim… suspenso.
Em Jardim suspenso, Abel Neves assina um texto que semelha simples mas que adquire uma enorme complexidade, pois é uma história da nossa condiçom humana. O dramaturgo português indaga nas relações familiares e no microcosmos no que se sustém o nosso (in)felicidade. E confrontam com o poder das palavras simples, essas que surgem quase sem nos dar conta e que, à mínima fenda, rematam convertidas em facas letais. Palavras com as que prometemos o impossível e com as que defraudamos as expectativas. Palavras que, de repente, já não servem pois já nom há ninguém que as possam ouvir.
O autor
Poeta, romancista, ensaísta e, sobre todo, prolífico dramaturgo, Abel Neves está considerado um dos nomes mais relevantes da dramaturgia portuguesa contemporânea.
A sua abundante produçom abrange mais de 30 peças teatrais publicadas e encenadas como Anákis, Amadis, Touro, Terra, Medusa, Amo-te, Atlântico, Finisterrae, Arbor Mater, Lobo-Wolf, El Gringo, Inter-Rail, Supernova, Fénix e Kota-Kota, A Caminho do Oeste, Amor-Perfeito, Olhando o céu estou em todos os séculos, Provavelmente uma pessoa, Este Oeste Éden, Qaribó, Ubelhas- Mutantes e Transumantes, Vulcão, Querido Che, A visita, A mãe e o urso, Sallon Yé-Yé, Vulcão, Flor e Cinza, Clube dos pessimistas ou Atlântica.
Além cultivou géneros como a poesia (Eis o Amor a Fame e a Morte e Quasi Stellar), o romance (Asas para que vos quero, Sentimental, Precioso, Cornos da Fonte Fria, Lisboa aos seus amores (Felizes e Aliança), entre outras) e o ensaio teatral (Algures entre a resposta e a interrogaçom). A sua obra, traduzida a multidom de idiomas, foi publicada ou representada na Alemanha, Brasil, Escócia, Espanha, França, Luxemburgo, Hungria e Roménia.
A ficha
- Autoria: Abel Neves
- Direçom: Cándido Pazó
- Data: De sexta-feira 13 até domingo 29 de março, todos os dias às 20:30h e domingos às 18h
- Lugar: Salón-Teatro (Compostela)
- Cenografia e figurinismo: Carlos Alonso
- Composiçom musical: Manuel Riveiro
- Iluminaçom: Afonso Castro
- Maquiagem: Martina Cambeiro
- Produçom: Fran Veiga
- Assistente de direçom: Belén Pichel
- Versom galega: Cándido Pazó e Manuel Guede Oliva
- Caderno pedagógico: Afonso Becerra de Becerreá
- Comunicaçom: Ana Rosales, Ana Miragaya (Agadic)
- Escritório de comunicaçom e imagem: Trisquelia