Partilhar

Baiuca: “Não descarto publicar mais músicas em português no futuro”

baiuca_metalmagazine_2Baiuca é um projeto galego que mistura a música tradicional com sons mais contemporâneos. Acaba de publicar o seu primeiro tema em português, “Adélia”, em homenagem à cantareira do Vimioso, Adélia Garcia. O Interior do Avesso conversou um pouco com Alejandro Guillán, o nome verdadeiro de Baiuca.

Explica-nos o que pretendes com o projeto “Baiuca” e o porquê do nome

Principalmente é uma experiência e um desafio pessoal. Misturar as músicas que estão perto e que giraram em derredor da minha vida. Pero conectar com a gente fez nascer em mim outras inquedanças que podem enriquecer a cultura galega, como conectar a gente nova com a nossa tradição por meio de novas propostas como a minha. Além de recuperar e atualizar o cancioneiro e os nossos instrumentos tradicionais.

Como surgiu a ideia de misturar música tradicional galega com música eletrónica e como foi o processo até chegar aqui?
Surgiu como uma necessidade vital de experimentar e ver se eu era quem de estabelecer esta conexão de dous mundos que se entendem mui bem, pelo componente tribal e ritual que gira em derredor da tradição e que é algo que conecta assaz bem com outro ritual como é o da música eletrónica.

Surgiu como uma necessidade vital de experimentar e ver se eu era quem de estabelecer esta conexão de dous mundos que se entendem mui bem, pelo componente tribal e ritual que gira em derredor da tradição e que é algo que conecta assaz bem com outro ritual como é o da música eletrónica.

Foi um processo de prova e erro, de provar diferentes caminhos até achar um ponto no que estivesse cómodo, mas em certo grau com um feixe de linhas de investigação abertas para poder seguir indagando no futuro. Penso que é um dos pontos que me motivam para seguir adiante com a mesma ou com mais ilusão cada dia.

Fala-nos um pouco dos álbuns e temas que já tens publicado
Publiquei “Solpor” em 2018. Foi o meu primeiro LP e serviu como ponto de partida para sentar as bases do que queria fazer e ver que caminhos podia explorar. Depois, em 2019 publiquei “Misturas”, um EP no que remisturei algumas músicas do primeiro disco do grupo galego Aliboria. E já em 2020 publiquei um EP chamado “Paisaxes” onde conecto com 2 artistas de diferentes pontos da península, explorando a conexão com o flamenco no tema “Caravel” e reinventado “Fisterra”, um clássico da música galega. Recentemente venho de publicar “Adélia”, o meu primeiro tema em português.

Já passaste por Portugal duas vezes, uma em 2019 e a mais recente em Guimarães. Qual foi a sensação?
Em Guimarães foi a terceira vez, a primeira acompanhado da minha banda e foi uma noite muito especial. A primeira foi em Braga no Vira Pop e a segunda no Porto. As três foram experiências maravilhosas. Gosto muito de visitar sempre Portugal e espero voltar em breve quando tudo melhorar.

Recentemente realizaste um trabalho, o tema “Adélia”, em parceria com a dupla portuguesa Haêma, sobre a Adélia Garcia, a cantareira de Caçarelhos, de Bragança. O que te motivou?
Conheci Haêma por meio de Lucas, um vizinho da minha vila que estudou no conservatório em Lisboa. Falamos de fazer algo juntos e buscamos qual podia ser a conexão existente entre as nossas músicas e a tradição do norte de Portugal, muito ligado com a Galiza. Foi uma sorte ter a oportunidade de conhecer a música de Adélia Garcia e homenageia-la por meio de esta música e pôr-lhe o seu nome.

Pude ver todo o projeto que realizou Tiago Pereira no trabalho de Adélia e foi muito emocionante trabalhar na música “Vou o Restaurante”.

Vais fazer ou gostarias de fazer mais trabalhos que envolvam a Lusofonia?
Não descarto publicar mais músicas em português no futuro. É uma língua irmã do galego e ademais adoro a sonoridade que tem para fazer música. Adélia foi um sonho que eu tinha de fazer música em português e oxalá poda fazer mais.

O que achas que é necessário para uma maior aproximação entre Portugal e Galiza?
É precioso ter uma maior conexão cultural porque há semelhanças, mais muitas vezes não achamos essa interação necessária. Ter mais intercâmbio de bandas e artistas tocando a ambos lados da raia e unir mais os dous territórios. Para mim Portugal é um lugar onde quero chegar com a minha música e creio que deveria poder ser o objetivos de muitos outros artistas galegos, igual que ao revés, porque sempre que toco ai desfruto e sinto que o público se pode identificar com o que eu faço.

É precioso ter uma maior conexão cultural porque há semelhanças, mais muitas vezes não achamos essa interação necessária. Ter mais intercâmbio de bandas e artistas tocando a ambos lados da raia e unir mais os dous territórios.

Que artista ou banda destacarias em Portugal?
Há muitos projetos dos que gosto muito, mas onde acho mais conexão com o que eu podo fazer é com Branko, Ohxalá, Pedro, Dj Nigga Fox, Dj Firmeza ou Nidia.

É maravilhoso ver a quantidade de propostas e de produtores que há agora mesmo a fazer música em Portugal e é um dos cenários que mais escuto atualmente na casa.

[Este artigo foi publicado originariamente no Interior do Avesso]

Gentalha do Pichel comemora 25 de Abril esta sexta-feira

A iniciativa Aquí Tamén Se Fala organiza festival

Escolas Semente e Concelho da Corunha comemoram o centenário da Escola de Ensino Galego das Irmandades da Fala

Ateneo de Ponte Vedra organiza jornada polo 25 de abril

Lançamento do livro 50 anos de Abril na Galiza, na faculdade de Filologia da USC

“Nunca será suficiente lembrar o que significou Abril nas duas margens do mesmo rio”, Carlos Pazos-Justo e Roberto Samartim falam para o PGL a respeito do livro 50 anos de Abril na Galiza

Gentalha do Pichel comemora 25 de Abril esta sexta-feira

A iniciativa Aquí Tamén Se Fala organiza festival

Escolas Semente e Concelho da Corunha comemoram o centenário da Escola de Ensino Galego das Irmandades da Fala

Ateneo de Ponte Vedra organiza jornada polo 25 de abril