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Cinco vozes adolescentes da Nova Regueifa falam para o PGL sobre o “I Campus de Regueifa” de Vilalba

Vilalba acolhe estes dias 17, 18 e 19 de janeiro o “I Campus de Regueifa”, organizado polo IES Basanta Silva e o Projeto Regueifesta, que este ano fai dez anos.

O Campus reune mais de vinte regueifeiras e regueifeiros de Vila de Cruzes, Compostela, Courel, Vigo, Carvalho, Monforte, Porto Doçom e Vilalba em três dias de convívio, formaçom e festa.

Um seminario com Sés, um obradoiro com Laura Lamontagne, umha excursom à Casa Museu de Manuel Maria, dinámicas de grupo com o projeto “Regueifando con pracer”, foliadas e convívio com regueifeiras veteranas serám algumhas das atividades desta juventude improvisadora. Durante estas jornadas, ademais, haverá três equipas de cine a rodarem recursos para três projetos audiovisuais arredor da tradiçom oral, o feminismo e a atualidade do movimento socio-cultural da regueifa. 

Miguel Angel Lemos (Alonso dos Celtas) de Vigo

Para conhecermos melhor a situaçom atual do repente galego, recolhemos as vozes de cinco regueifeiras adolescentes. Som Tiziana Martínez e Miguel Varela, de Vila de Cruzes, Sara de Xermade, de Vilalba, Maré a Muda, de Compostela, e o Alonso dos Celtas, de Vigo, que participarám, junto a outras vinte improvisadoras, no I Campus de Regueifa de Vilalba. 

Miguel Angel Lemos, o Alonso dos Celtas, leva pouco nisto, começou o curso passado a regueifar no IES Sam Tomé de Vigo: “Picou-me a curiosidade e participei no Certame de Valadares”. Tiziana e Miguel conetarom formalmente com a regueifa no seu liceu, o IES Marco do Cambalhom, de Vila de Cruzes, nas aulas da matéria “Regueifa e improvisación oral en verso”, optativa em 2º da ESO. Sara é umha das regueifeiras do Clube de Regueifa do IES Basanta Silva de Vilalba, umha iniciativa que desde há três anos colocou a Terra Chá como um dos motores do repente galego, coincidindo com a entrada da regueifa adolescente no Festival de Pardinhas, a iniciativa “Regueifa na Chá”. Maré, de Compostela, explica que “regueifo desde que comecei a falar, e comecei porque meu pai me regueifava, era umha das nossas formas de passar o tempo e de brincar.” Maré, atualmente em 1º de secundário, com 12 anos, estudou na Escola de Ensino Galego Semente, onde a regueifa forma parte do projeto educativo desde os dous anos até o final de primário. 

Tiziana de Vila de Cruzes

Tiziana, de 16 anos, explica que começou com a regueifa porque “com a regueifa e a cultura galega sinto umha conexom mui forte e agora é a minha forma de expresar-me. Sinto-a também como umha ferramenta para o ativismo”. Para Miguel, de 15 anos, a regueifa significa tradiçom e gera ambientes de companheirismo: “Graças à regueifa puidem conhecer muitas amizades e, cada vez que vou impartir um obradoiro com os meus companheiros, sinto que estou aportando um bem à sociedade.” Também Maré dá importância aos vínculos pessoais: “É importante fazer atividades para que a mocidade regueifeira nos conheçamos”. Tizi acrescenta “A regueifa tem muitos valores como som o companheirismo e a coletividade, os dous som os meus valores preferidos”. Sara reflexiona: “Graças à regueifa figem novas amizades e descobrim umha nova forma de desabafar. É um jeito original e divertido de expresar-se”. Para Miguel a regueifa tem muitos outros valores: “Aprendizagem, empatia, riqueza e reconhecimento.” Ademais, sinala Alonso, “tes que ter a mente mui ágil para que as rimas chamem a atençom”, e acrescenta: “Tem valores importantes: uniom da gente, competência saudável, diversom, festa rachada, compromisso com o galego. O meu preferido é a foliada”.

Miguel Varela, de Vila de Cruzes

Nos últimos anos a regueifa passou a ocupar espaços mui diversos: festivais de verao, certames escolares, ateliês, cursos de formaçom de professorado, festas em institutos, presença em documentários audiovisuais, encontros internacionais, mesmo umha turnê, o “Regueifa Tour”, que está a levar a improvisaçom oral polo país adiante, e fora dele, com viagens, por exemplo, a Euskal Herria ou aos Países Cataláns.

Estas cinco rapazas e rapazes formam parte dumha geraçom que está a protagonizar, com um impulso baseado na autoorganizaçom e no ativismo, com base no trabalho local e horizontal articulado em rede, um movimento de renascemento e modernizaçom do género, com raíz no tradicional, e a evoluir com influências múltiplas, do pop ao techno. 

Improvisar em público tem umha dimensom emocional axial: autoestima, confiança pessoal, aceitaçom do erro como forma de aprendizagem, afetividade… Sobre isto, perguntamos como se sentem ao estarem no palco, no momento da improvisaçom. Explicam que saber que tenhem a atençom do público é mui importante. Sara fala sobre isso: “O pessoal admira o valor de quem tentamos manter viva umha tradiçom tam complexa. Sinto muita adrenalina ao ter que pensar rápido ante os olhos do público, com esses nervos…” Tiziana confessa:  “Sinto-me mui viva e com umha emoçom indescritível”. Maré reconhece que, “por umha parte, tenho medo a equivocar-me mas, pola outra, é reconfortável sentir que todo o público está a escuitar a tua voz e esperando o momento em que saco a copla.”

Sara de Germade

A regueifa é interativa com o público, e isso, entre outras cousas, é o que está sumando ao sistema musical e cultural galego. “Sempre é um espetáculo diferente e cheio de surpresas.”, conta Maré.  “Ademais, a regueifa fala da realidade social, sobre situaçons críticas da sociedade, da nossa língua. Isso é o que está a fazer a regueifa pola Galiza.” Miguel explica que o repentismo está a sumar muita rapazada na descoberta da nossa cultura. Dessa ponte entre a língua e as novas geraçons também fala Tiziana: “Vejo-a com muita potência, já que cada vez há mais mocidade a unir-se a esta tradiçom oral”. Ademais, completa Sara, “ligamo-nos com a tradiçom e os nossos antepassados criando novas geraçons de artistas. Regueifa é identidade cultural, raízes, criatividade e expresom artística. E é um jeito divertido de aprender e melhorar o uso da nossa língua.”

Mas como vê o futuro da regueifa esta juventude? Sara liga-o com a situaçom atual do idioma: “A raíz das recentes notícias sobre o uso decrescente da língua, algumha gente trata de trazer de volta tradiçons que nos lembram de onde vimos e nos fam sentir orgulho”. Nestas cinco repentistas a vivência da regueifa é singular mas também coletiva, umha ferramenta para criar vínculos sociais e com dous objetivos que bem claros: ser ferramenta para unir a língua com a gente nova e fazer festa. Ademais, “Nós estamos a colher o relevo geracional dos nossos maiores”, destaca Alonso dos Celtas. 

Maré a Muda, de Compostela

Finalmente, sobre as expetativas postas no I Campus de Regueifa em Vilalba, o primeiro encontro de formaçom, reflexom e festa das adolescentes do movimento da Nova Regueifa, som mui positivas. Que esperades destas três jornadas de convívio? “Espero que venham momentos mui divertidos, para fundar vínculos mais íntimos com as regueifeiras do resto da Galiza. Estou convencida de que assim será”, explica Maré. Tiziana destaca que “vai ser mui emocionante, e umha grande experiência de aprendizagem para todas.” Para Sara, este Campus vai “ampliar os conhecimentos e achegar novos recursos para o futuro, em quanto o passamos bem.” Alonso dos Celtas deseja “Aprender dos melhores e trocar impresions con outros regueifeiros”. E Miguel finaliza: “Espero rir muito com o resto de regueifeirxs e petá-lo ali em Vilalba!”

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