«Sim, sim»

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No galego-português a palavra mais estendida para mostrar afirmaçom é sim. Contudo, os dicionários ainda registam umha variante arcaica si, sem nasal, que é a mais estendida na Galiza. No occitano figérom da sua partícula afirmativa, òc, o seu estandarte. Daí vem o nome da língua, occitano, e do território onde é falada, a Occitânia.

No francês existem duas maneira de dizer sim: oui, que é a forma usada na maioria de casos; e si, que é usada como resposta a frases negativas para evitar a ambiguidade. Algo semelhante acontece no sueco, que usa as palavras ja e jo, respetivamente. E aqui, ao sueco, era onde queria eu chegar.

Principalmente no norte da Suécia, ainda que também noutras partes do domínio linguístico, existe umha maneira peculiar de dizer sim. É um som inspiratório, feito com a boca pequena, como sorvendo por umha palhinha. Sim, sei que me explico perfeitamente e todas vós entendestes como é o som, mas de todas as maneiras deixo-vos este vídeo onde podedes vê-lo e escuitá-lo.

O fenómeno é chamado inandnings-jo (sim inspiratório), já que esse som é precisamente umha variante aspirada da palavra jo. Por isso, a forma mais correta de representá-lo na escrita é .jo, com o ponto diante para marcar a inspiraçom, ainda que coloquialmente as falantes de sueco escrevem schu, schwwp, schoup e outras variantes.

Nestes momentos seguro que estades fascinadas com um fenómeno tam curioso, mas é preciso ter um pouco de perspetiva. Pensai no vosso dia a dia, quando outra pessoa está a falar e queres dar-lhe a razom sem interrompê-la. Ou quando queredes dizer sim com a boca cheia. Que fazedes nesses casos? Pois a maioria de vós dizedes mm-hmm. Isto é, fazedes um som gutural, semelhante a a-há mas com a boca fechada, com a segunda sílaba mais aguda que a primeira. Ou se quigerdes enfatizar, esse mesmo mm-hmm pode ser mais bem um hi-hi, igualmente gutural e com a bocha fechada, como dizendo sim, sim.

Entom, que é mais fascinante, o mm-hmm que fazemos nós ou o .jo que fam as suecas? Pois vós pensai o que quigerdes, mas eu prefiro fazer ruidinhos com a boca fechadinha antes que andar a sorver o frio ar nórdico.

Máis de Jon Amil