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Tiago Andelo: “Foi através do trabalho militante desde onde se conseguiram as vitórias mais importantes”

foto-11Neste ano 2021 cumprem-se 40 anos desde que o galego passou a ser considerada língua co-oficial na Galiza, passando a ter um status legal que permitiria sair dos espaços informais e íntimos aos que fora relegada pola ditadura franquista. Para analisar este período, iremos realizar ao longo de todo o ano umha série de entrevistas a diferentes agentes sociais para darem-nos a sua avaliaçom a respeito do processo, e também abrir possíveis novas vias de intervençom de cara ao futuro. Desta volta entrevistamos o historiador e professor Tiago Andelo, autor do livro Breve História do Reintegracionismo.

Qual foi a melhor iniciativa nestes quarenta anos para melhorar o status do galego?
O projeto educativo Semente, o único projeto a dia de hoje que garante que as crianças de zonas urbanas possam desenvolver a sua vida normal em galego.

Se pudesses recuar no tempo, que mudarias para que a situação na atualidade fosse melhor?
Mudaria a posição histórica do nacionalismo galego. De não ter tido uma postura tão ambivalente com respecto às NOMIGA ou de ter apostado pola construção de um Ensino Nacional Galego à margem do Sistema Educativo Espanhol, muito provavelmente estariamos noutra situação.foto-2

Que haveria que mudar a partir de agora para tentar minimizar e reverter a perda de falantes?
Para o meu alunado de 1º da ESO de Vigo o galego continua a ser uma lingua rural, motivo de mofa e que falam os paletos ou pessoas da aldeia. Os preconceitos que existiram de sempre a respeito do galego ainda continuam e transmítem-se de geração em geração, de modo que eu  procuraria mudar essa ideia de lingua. E nesse sentido o Reintegracionismo oferece umas ferramentas que não oferece o isolacionismo.

Qual achas que devera ser o papel do reintegracionismo hoje?
É uma pergunta complicada. Eu comecei a militar nos Grupos Reintegracionistas de base e do meu ponto de vista foi através do trabalho militante desde onde se conseguiram as vitórias mais importantes (a introdução do português nas EOI, os centros sociais, o Novas da Galiza, a Iniciativa legislativa popular Paz Andrade ou o Projeto Educativo Semente). De modo que embora seja necessário explorar todos os caminhos possíveis para difundir o galego internacional, incluído o institucional, gostaria que o setor maioritário do Reintegracionismo continuasse focado no trabalho militante e de base.

Embora seja necessário explorar todos os caminhos possíveis para difundir o galego internacional, incluído o institucional, gostaria que o setor maioritário do Reintegracionismo continuasse focado no trabalho militante e de base.

Achas que seria possível que a nossa língua tivesse duas normas oficiais, uma similar à atual e outra ligada com as suas variedades internacionais?
Eu acho que não seria possível. Não vejo nenhuma intenção por parte do isolacionismo nesse sentido, embora um setor do reintegracionismo tenha formulado a sua proposta binormativista em termos democráticos. Além disso, de existirem duas normas oficiais, não seria o mesmo caso do que o norueguês. Se bem é certo que a oficialidade não deixaria a ninguém fora como acontece agora, a meio prazo cabe perguntar-se quais seriam os motivos das pessoas para continuarem a escrever numa variante que os isola do galego internacional. De serem as duas normas oficiais, a meio prazo uns ganham e outros perdem e acho que o isolacionismo é perfeitamente consciente disso.

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