Partilhar

Bernadette O’Rourke : “A proposta reintegracionista na Galiza acrescenta uma dimensão interessante ao paradigma neofalante “

s200_bernadette-o_rourkeAlejandro Dayán entrevista para o PGL com motivo do “Dia do Orgulho Neofalante” à professora Bernadette O’Rourke.

Bernadette O’Rourke é professora de Linguística Geral e Espanhol na Universidade de Heriot-Watt em Edimburgo. A sua linha de pesquisa centra-se no papel da linguagem na construção da diferença e desigualdade sociais, baseando-se em estruturas teóricas e conceitos na área geral da sociolinguística e da sociologia da linguagem. Examina como esses processos se desenvolverem em contextos de línguas menorizadas com foco particular nos casos irlandês e galego. Atualmente, está a explorar a dicotomia do ‘falar nativo’ e ‘não-nativo’ e o conceito de “neofalante” nesses eidos. Enquanto os seus estudos anteriores visavam principalmente ás línguas de minorias indígenas, o seu trabalho mais recente incorpora questões relacionadas à prestação de serviços (incluindo tradução e interpretação) para imigrantes na Irlanda e no Reino Unido. Além dessas áreas de pesquisa ativas, também está interessada em questões gerais de planejamento e política linguística, direitos linguísticos e ideologias linguísticas.

Lidera a rede COST “Neofalantes numa Europa multilingue: oportunidades e desafios” financiada pela UE. Juntamente com pesquisadores/as de numerosos países europeus, está a investigar as implicações políticas em torno da aquisição, utilização e adoção de novas línguas no contexto duma Europa multilingue.

 

**

nspk_logo

Podes-nos contar um bocadinho de que vai isto da rede de Neofalantes?

A rede de Neo-falantes (NSPK network) é umha rede Europeia financiada sob os auspícios de COST, um enquadramento intergovernamental para a cooperação europeia em ciência e tecnologia. A rede reúne pesquisadores/as, responsáveis políticos/as e profissionais de 28 países europeus diferentes para examinar o que é que significa sermos “neofalantes” duma língua no contexto duma Europa multilingue. Tive o privilégio de liderar o projeto e a sua rede em colaboração com o meu colega Joan Pujolar da Catalunha.

Ainda que hoje em dia haja mais reconhecimento do multilinguismo, a maneira em que se gera a diversidade linguística continua a estar influenciada pelos alicerces fundamentais do nacionalismo linguístico sobre os quais se construíram os Estados-nação europeus. Estes alicerces baseiam-se nos princípios do “falar nativo” e o “monolinguismo”, e que têm ajudado a manter uma certa ordem social, caracterizada por hierarquias sócio-económicas e desigualdade. Estes princípios penetram a epistemologia fundamental da linguística mesma, dando importância ao falante “nativo”, de “primeira língua”, ou de “idioma materno” duma língua como modelo linguístico sobre do falante “não-nativo” ou de “segunda língua”.

Na nossa rede, procuramos deslocar o foco desse modelo de competência linguística deficiente, muitas vezes implícito em rótulos como o/a falante “não-nativo/a”. Em vez disso, a atenção é dada às oportunidades do multilinguismo, muitas vezes inexploradas, presentes na forma de neofalantes numa Europa linguisticamente diversa.

A ideia de se tornar um/a “neofalante” e adotar uma língua adicional não é em si mesma nova. A noção duma língua adotiva pessoal, distinta da língua identitária duma pessoa, também foi explorada no conjunto de propostas de 2008 do Grupo de Intelectuais para o Diálogo Intercultural, que foi criado por iniciativa da Comissão Europeia como meio para fortalecer a Europa.

O próprio facto da noção ser apresentada nesta iniciativa é testemunho do papel significativo que esses/as falantes multilíngues desempenham no projeto europeu, mas percebemos que era necessário conhecermos mais sobre como o conceito de neofalante podia ser entendido e também sobre os complexos mecanismos envolvidos na aquisição, adoção, uso e compreensão duma nova língua adotiva. Em particular, queríamos saber mais sobre como tais mecanismos são afetados pelas relações de poder entre usuários/as “antigos/as” e “novos/as” e as tensões potenciais que isso pode criar em torno de questões que tem a ver com a legitimidade e o poder na sociedade contemporânea.

 

Quais são os objetivos desta rede de neofalantes numa Europa multilingue?

O principal objetivo da rede é o de focarmo-nos nos desafios e oportunidades envolvidos na aquisição e utilização duma nova língua e a maneira em que o/a “neofalante” é compreendido como tal no contexto duma Europa multilingue.

nspk

Como é que a rede funciona?

A rede foi criada em 2013 e, graças ao financiamento da UE, fomos capazes de apoiar viagens de pesquisa e colaborações entre pesquisadores/as em diferentes contextos europeus. A nossa reunião de lançamento ocorreu em Bruxelas e durante os quatro anos seguintes, realizamos seminários, conferências, missões científicas e retiros de escrita que foram realizados em diferentes locais europeus, desde Barcelona a Budapeste até Coimbra, Tallinn, Tilburg e Vigo. Isso levou a muitas publicações, relatórios e recomendações de políticas públicas tanto a nível local, nacional como europeu.

 

Por que foi criada esta rede?

A ideia de se criar esta rede proveio dum pequeno grupo de pesquisadores/as europeus/ias que trabalham no contexto dalgumas das línguas menos utilizadas da Europa, incluindo o catalão, o galego e o irlandês. O novo conceito de neofalante foi explorado através de vários projetos financiados a nível regional e nacional. Disto fez parte um seminário que eu organizara em Edimburgo em 2011 com o meu colega Wilson Macleod, um especialista em língua gaélica. Este seminário contou com a presença de pesquisadores/as da Irlanda, da Polónia, da Galiza, do País Basco, da Catalunha e do País de Gales, estendendo o leque de línguas além das do núcleo inicial para incluir especialistas que trabalham sobre o bretão, o manês, o gaélico, o basco, o iídiche, o galés e a língua de sinais britânica. A isto seguiu-se com um simpósio internacional sobre o tema em 2012, que reuniu mais de 70 participantes de diferentes partes da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá.

A divulgação do conceito a pesquisar levou a conexões com académicos/as que trabalham noutros contextos multilingues. Isto incluiu as seguintes linhas de pesquisa: comunidades imigrantes onde a língua mãe dos falantes era diferente da língua da comunidade de acolhimento, académicos/as do TEFL (Teaching English as a Foreign Language – Ensino do Inglês como Língua Estrangeira) que questionaram a centralidade tradicionalmente concedida aos falantes nativos no ensino do inglês no mundo, pesquisadores/as em tradução que indagaram sobre a supremacia na tradução outorgada à língua mãe, pesquisadores/as que examinaram as experiências de trabalhadores/as transnacionais e/ou as práticas linguísticas desses trabalhadores/as transnacionais ligadas a culturas juvenis frequentemente associadas com o uso de línguas internacionais como o inglês, o chinês, o francês e o espanhol.

Entre os académicos destas subdisciplinas especificas, existia uma certa interrogação da epistemologia linguística, do jeito em que pensamos a língua e a ênfase que tem existido no modelo de falante “nativo”. Enquanto pesquisadores/as individuais falavam e recolhiam dados sobre perfis de neofalantes, chegava-se também a um acordo de que não existia um  quadro teórico satisfatório em que estes perfis se pudessem conceber através de diferentes vertentes multilingues (minorias regionais, imigrantes e trabalhadores transnacionais). O conceito de “neofalante”, portanto, procurou estabelecer um modelo linguístico alternativo para nos ajudar a entendermos a complexidade de perfis de falantes que estão a emergir na Europa multilingue do século XXI.

O conceito de “neofalante”, portanto, procurou estabelecer um modelo linguístico alternativo para nos ajudar a entendermos a complexidade de perfis de falantes que estão a emergir na Europa multilingue do século XXI.

 

Que tipo de pesquisa se tem elaborado nesta rede?

Pois pesquisadores/as através dos 28 países têm estado envolvidos/as em projetos de pesquisa com “neofalantes” ligados aos seus contextos específicos. Então, temos gente na Bretanha a trabalhar no que significa ser-se neofalante de bretão, no Pais Basco estão-se a levar a cabo pesquisas sobre o tornar-se neofalante de basco, e na Escócia, foram feitos estudos sobre neofalantes de gaélico escocês. O nosso trabalho compara e contrasta diferentes contextos, pelo que contamos com um número considerável de colaborações através de publicações e artigos conjuntos. Em 2015, publicamos a primeira obra comparativa intitulada New Speakers of Minority Languages – the Challenging Opportunity, que incluía casos do catalão, do irlandês, do gaélico, do manês, do bretão, do basco, do occitano e do galego.

 

Que entende a rede por «neofalante» nesta altura e como se relaciona essa conceção com o contexto galego?

Neofalantes para a nossa rede são cidadã(o)s multilingues que, ao interagirem em línguas diferentes à sua nativa ou ‘nacional’, têm de atravessar limites sociais existentes, reavaliar o seu nível de competência linguística e reestruturar as suas práticas sociais de maneira criativa para se adaptarem a espaços novos e às vezes entrelaçados. Na rede facilitamos o diálogo e a colaboração entre pesquisadores/as de diferentes âmbitos multilingues, incluindo contextos de línguas menorizadas (por exemplo: o galego, o gaélico, o irlandês, o galés, o catalão, o basco, o sami, etc.) e também contextos de migração (por exemplo, falantes de inglês de origem polaca no Reino Unido, falantes de espanhol de origem marroquina em Espanha, falantes de alemão de origem turca na Alemanha, etc.).

O conceito de neofalante em si mesmo não foi inventado pela rede. O termo já existia em contextos menorizados e foi utilizado para descrever pessoas que não foram educadas na língua num contexto familiar, mas que a adquiriram na escola ou através doutros meios formais ou informais como adultos. Estamos essencialmente a tomar emprestado, mas também expandindo a terminologia utilizada especialmente no País Basco: Euskaldunberri (que significa neofalante do basco em Euscaro), e a do contexto galego onde o termo neofalante existe e é usado para descrever esse perfil de falante.

O conceito de neofalante em si mesmo não foi inventado pela rede. O termo já existia em contextos menorizados e foi utilizado para descrever pessoas que não foram educadas na língua num contexto familiar, mas que a adquiriram na escola ou através doutros meios formais ou informais como adultos.

 

Que interesse pode haver para aprender uma língua menorizada do ponto de vista da rede, se temos em conta, por exemplo, contextos como o do irlandês ou o basco?

As pessoas aprendem uma língua menorizada por uma variedade de razões. Nós entrevistamos muitos neofalantes de diferentes contextos europeus sobre as suas experiências ao aprenderem uma língua menorizada, sobre os desafios que às vezes enfrentam e o que os motiva a adotar o que muitas vezes é uma língua menos utilizada. As motivações são variadas – às vezes tem a ver com o desejo das pessoas recuperar um sentimento de herança perdida, talvez tenha sido a língua que os avós falaram, mas eles não a usaram ao crescerem; outras vezes os motivos podem ser culturais e também políticos.

 

Como é que as políticas públicas, e a política em geral, influem nas circunstâncias dos neofalantes?

Na nossa rede, temo-nos interessado especialmente em analisar a forma em que as políticas linguísticas e de planejamento funcionam nos diferentes cenários de neofalantes em toda a Europa. Esse interesse visa entender quais políticas são implementadas a nível governamental em termos de apoio a neofalantes, mas também como os mesmos neofalantes fazem as suas próprias políticas e tomam as suas próprias decisões sobre quererem se tornar neofalantes duma língua e quais os passos que dão para adquirir novas habilidades linguísticas ou para  aumentar o conhecimento do idioma ou idiomas que querem aprender. Estamos muito interessadas/os na política linguística familiar e na forma em que os pais implementam estratégias para ajudar as suas crianças a se tornar neofalantes duma língua. Isto é particularmente relevante no contexto galego, sobretudo em contextos urbanos em que o número de famílias galego-falantes é baixo e onde os pais têm de fazer um esforço real para criar espaços galego-falantes para as crianças.

Isto é particularmente relevante no contexto galego, sobretudo em contextos urbanos em que o número de famílias galego-falantes é baixo e onde os pais têm de fazer um esforço real para criar espaços galego-falantes para as crianças.

Como em tudo, as políticas públicas transformam-se de acordo com as mudanças políticas que levam a maiores níveis de apoio ao multilinguismo e às línguas menorizadas. Os neofalantes geralmente decidem tornar-se falantes dum idioma menorizado por convicção política, não necessariamente ligada a um partido político enquanto tal, mas a uma ideologia política mais ampla de justiça social da que os direitos linguísticos amiúde fazem parte.

 

E no contexto galego, como modifica o esquema a proposta reintegracionista?

A proposta reintegracionista na Galiza acrescenta uma dimensão interessante ao paradigma neofalante. Alguns dos/as neofalantes de galego que entrevistámos durante as nossas pesquisas definiram o seu galego como uma forma de “galego normativo” – era o que aprenderam na escola. Muitos exprimiram sentimentos de infelicidade com a sua maneira de falar galego e muitas vezes tentavam mudar e adotar o galego falado pelos seus avós ou o galego falado na aldeia onde seus pais tinham sido criados. Esse era, ao seu entender, o galego “de verdade”, mais autêntico do que a variedade ” normativa” que associavam à escola. Também falamos com neofalantes que adirem ao reintegracionismo e que, às vezes, o consideram como uma maneira alternativa de construir a sua identidade como galego-falantes assim como um meio para perder algumas das características linguísticas mais castelhanizadas amiúde associadas com ser um/a neofalante de galego.

 

Versão original em inglês:

Alejandro Dayán interviews Bernadette O’Rourke for PGL AGAL on the occasion of the “New Speakers’ Pride Day” (Dia do Orgulho Neofalante)

 

  1. What is the New Speakers network about?

The New Speakers network is a European-wide network which is funded under the auspices of the COST, an intergovernmental framework for European cooperation in science and technology. The network brings together researchers, policy makers and practitioners from 28 different European countries to examine what it means to be ‘new speaker’ of a language in the context of a multilingual Europe. I have had the privilege of leading the network in collaboration with my colleague Joan Pujolar from Catalonia.

While there is somewhat more recognition of multilingualism now, the way in which linguistic diversity is managed, continues to be influenced by the traditional foundations of linguistic nationalism on which European nation-states were built. These foundations are based on the principles of nativeness and monolingualism and have helped sustain a certain social order, characterized by socioeconomic hierarchies and inequalities. These principles penetrate the basic epistemologies of linguistics itself, giving importance to the “native”, “first language”, “mother tongue” speaker of a language as a linguistic model over the “non-native” or “second language” speaker.

In our network we have sought to shift the focus away from the deficient model of linguistic ability often implied in labels such as “non-native” speaker. Instead, attention is given to the very often untapped opportunities multilinguals present as “new” speakers in a linguistically diverse Europe.

The idea of becoming a “new speaker” and adopting an additional language is not in itself new. The notion of a personal adoptive language, distinctive from a person’s language of identity, was also explored in the 2008 set of proposals from the Group of Intellectuals for Intercultural Dialogue which was set up at the initiative of the European Commission as a means of strengthening Europe. The very fact that the notion featured in this initiative is testament to the significant role that such multilingual speakers are seen to play in the European project but we realised that a lot more needed to be known about how the new speaker concept could be understood and the complex mechanisms involved in acquiring, adopting, using and being understood in a new adoptive language. In particular, we wanted to know more about how such mechanisms are affected by power relations between “old” and “new” users and the potential tensions this can create around issues of legitimacy and power in contemporary society.

  1. What are the objectives of the network?

The main objective of the network is to bring into focus the challenges and opportunities involved in acquiring, using and being understood as a “new speaker” of a language in the context of a multilingual Europe.

 

  1. How does it work?

The network was established in 2013 and thanks to EU funding we have been able to support research trips and collaborations between researchers in different European contexts. Out kick-off meeting took place in Brussels and over the next four years we have had workshops, conferences, scientific missions and writing retreats which were held in different European locations from Barcelona to Budapest to Coimbra, Tallinn, Tilburg and Vigo. This has led to many publications, reports and policy recommendations both at local, national and European levels.

  1. Why was it created?

The idea for this network came from a small group of European-based researchers working in the context of some of Europe’s lesser-used languages including Catalan, Galician and Irish. The new speaker concept was explored through a number of regionally and nationally funded projects. This included a workshop which I organised in Edinburgh with my colleague Wilson McLeod and Gaelic language expert in 2011. The workshop was attended by researchers from Ireland, Poland, Galicia, the Basque Country, Catalonia and Wales, extending the range of languages beyond those of the initial core group to include experts working on Breton, Manx, Gaelic, Basque, Yiddish, Welsh and British Sign Language. This was followed by an international symposium on the topic in 2012 which brought together over 70 participants from different parts of Europe, the United States and Canada.

The airing of the research concept led to connections with scholars working in other multilingual contexts. This included research on immigrant communities where speakers’ mother-tongues were different from that of the host community, TEFL scholars who questioned the centrality traditionally awarded to native speakers in the teaching of English worldwide, researchers in translation who queried the supremacy of translating into one’s mother-tongue, researchers who examined the experience of transnational workers or the linguistic practices of transnational networks connected to youth cultures often associated with the use of international languages such as English, Chinese, French, Spanish.

Amongst scholars within these specific sub-disciplines there was a questioning of the epistemologies of linguistics, of the ways we think about language and of the emphasis that has been on “native” speaker models. While individual researchers were talking about and collecting data on new speaker profiles, it was also agreed that no satisfactory framework existed within which these profiles could be understood across the different multilingual strands (regional minorities, immigrants and transnational workers). The “new speaker” concept therefore, has sought to put forward an alternative linguistic model to help understand the complex profiles of speakers that are emerging in a twenty-first century multilingual Europe.

 

  1. What research does it produce?

Researchers across the 28 countries have been involved in research projects on ‘new speakers’ linked to their own specific contexts. So, we have people in Brittany working on what it means to be a new speaker of Breton, in the Basque Country research is underway on becoming a new speaker of Basque and in Scotland there has been work done on new speakers of Scottish Gaelic. Out work compares and contrasts different contexts so we do a lot of joint publications and articles. In 2015 we published the first comparative piece of work entitled New Speakers of Minority Languages – the Challenging Opportunity which included the cases of Catalan, Irish, Gaelic, Manx, Breton, Basque, Occitan and Galician.

  1. What does the network understand by “new speaker” at this point and how does that relate to the Galician context?

New speakers are multilingual citizens who by engaging in languages other than their native or national languages need to cross existing social boundaries, re-evaluate their own level of linguistic competence and creatively restructure their social practices to adapt to new and overlapping linguistic spaces. In the network we facilitate dialogue and collaboration amongst researchers from different multilingual strands including minoritized language contexts (e.g. Galician, Gaelic, Irish, Welsh, Catalan, Basque, Sami etc.) and migration contexts (e.g. Polish speakers of English in the UK, Moroccan speakers of Spanish in Spain, Turkish speakers of German in Germany etc.).

The new speaker concept in itself was not one which the network invented at such. It is a term that already existed in minoritized contexts and was used to describe people who were not brought up the language in the home but who acquired it at school or through other formal or informal means as adults. We are essentially borrowing but also expanding on the terminology used particularly in the Basque Country – Euskaldunberri (meaning New Speaker of Basque in Euskara) but also the Galician context where the term neofalante has existed and is used to describe this profile of speaker.

  1. What interest may there be to learn a minoritized language from the perspective of the network, e.g.: Irish or Basque contexts?

People learn a minoritized language for a variety of different reasons. We have interviewed lot of new speakers from different European contexts about their experiences in learning a minoritized language, about the challenges they sometimes face and what motivates them to adopt what is often a less widely used language. The motivations are varied – sometimes it relates to people’s desire to recover a sense of lost heritage, perhaps it was the language that their grandparents spoke but they themselves has not used it growing up; sometimes the reasons can be cultural and others they can be political.

  1. How do polices and politics affect the situation of New-Speakers generally?

In our network we have been particularly interested in looking at the ways in which language policy and planning processes work in ‘new speaker’ settings across Europe. We have been interested into understanding what policies are put in place at government level to support new speakers but also how new speakers themselves make their own policies and make their own decisions about why they want to become a new speaker of a language and what steps they take to acquire new language skills or to gain greater knowledge of the language or languages they want to learn. We have been very interested in family language policy and the way in which parents put in place strategies to help their own children become new speakers of a language. This is particularly relevant in the Galician context, particularly in urban contexts where the number of Galician-speaking families may be low and where parents have to make a very real effort to create Galician-speaking spaces for their children.

As with everything, policies can change in line with political changes leading to greater levels of support for multilingualism and for the minoritized language. New speakers often decide to become speakers of a minoritized language out of political conviction, not necessarily linked to a political party as such but to a broader political ideology of social justice of which language rights often form a part.

  1. And in the Galician case, how does the “reintegrationist” approach alter the scheme of things?

The reintegrationist approach in Galicia adds an interesting dimension to the new speaker paradigm. Some of the Galician new speakers we interviewed in our research defined their Galician as a form of ‘galego normativo’ – it was what they had learned at school. They were sometimes unhappy with the way they spoke Galician and often tried to change it and adopt the Galician spoken by their grandparents or the Galician spoken in the village where their parents had been brought up. For them this was ‘real’ Galician and more authentic than the ‘bookish’ variety they associated with school. We also spoke to new speakers who ascribe to reintegrationist Galician and who sometimes saw it as alternative way of constructing their identity as Galician speakers and as a means of shedding some of the more castilianized linguistic characteristics sometimes associated with being a neofalante of Galician.

 

 

Areias de Portonovo, uma jornada atlântica da Galiza ao Brasil

A USC comemora os 50 anos da revolução de 25 de Abril que deu início à democracia contemporânea em Portugal

Sónia Engroba: ‘Não somos conscientes nem conhecedores do poder da nossa própria língua’

Novidades Através: 50 anos de Abril na Galiza

Lançamento do livro González-Millán, a projeção de um pensamento crítico, em Braga

Valentim Fagim ministra o ateliê Estratégias alternativas para o galego na Corunha

Areias de Portonovo, uma jornada atlântica da Galiza ao Brasil

A USC comemora os 50 anos da revolução de 25 de Abril que deu início à democracia contemporânea em Portugal

Sónia Engroba: ‘Não somos conscientes nem conhecedores do poder da nossa própria língua’

Novidades Através: 50 anos de Abril na Galiza