O que implica na prática a aglutinaçom normativa?

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Na seqüência da consulta sobre a necessidade ou nom de umha confluência normativa realizada pola nossa candidatura, algumhas pessoas receiam do procedimento ou de que esta aglutinaçom poda gerar mais confusom da que há, com umha terceira normativa a circular. Este receio é completamente compreensível e logicamente nós também o tivemos quando começamos a pensar na soluçom que poderíamos dar ao problema que queremos encarar, mas pensamos que a formulaçom final da proposta nom deixa lugar para temor algum.

Qual o procedimento?

  1. O nosso objetivo seria integrar numha única norma as formas divergentes das duas que na atualidade usam os sócios e sócias (basicamente partidários de -om e de -ão), mas antes de avançar nesta direçom devemos notar umha ampla aceitaçom por parte da massa associativa.
  2. Por isso, antes de mais, é a proposta de umha candidatura, que teria que ganhar as eleiçons para implementá-la, caso antes seja aprovada em consulta polos sócios e sócias.
  3. Consiste num processo que concerne só à AGAL como associaçom, e por isso só som consultados os sócios e sócias desta entidade. O contrário seria interferir noutras.
  4. Só depois de ser aprovada, para poder materializar a proposta, contaríamos com técnicos que poderiam adotar várias decisons: incorporar estas formas como opcionais à norma atual da AGAL ou ao português padrão, publicando um texto normativo em que figurem todas as novas possibilidades e sejam banidas aquelas que já ninguém usa.
  5. Esta medida só afetaria a AGAL, mas entendemos que seria benéfica para todos os coletivos que quigessem seguir-nos nessa atitude. As pessoas ou organismos que nom vejam a oportunidade desta aglutinaçom nom vam ficar excluídas, porque a nova norma também vai incluir as suas práticas. Quer dizer, dous coletivos, A e B, que usam respetivamente as palavras associaçom e organização, nom teriam que deixar de o fazer para estarem a aderir à convergência normativa, porque esta abrange as duas possibilidades.
  6. Com esta medida a AGAL normalizaria a situaçom interna de todos os sócios e sócias e poderia converter-se na casa comum do reintegracionismo. A norma usada como associaçom seria umha, ainda que cada sócio ou sócia ou cada área poderia tender a usar umhas formas ou outras segundo a sua conveniência ou hábito (como de facto já acontece com as formas da norma de AGAL atual: tamém/também; coraçons/corações).
  7. Se fosse aprovada a ‘aglutinaçom’, o Conselho da AGAL comprometeria-se com este objetivo, pedindo formalmente à Comissom Lingüistica que se produza um diálogo entre os partidários de ambas as tendências de maneira a gerar um texto de confluência em que os usos de todas as pessoas sejam considerados.

 Em termos lingüísticos, qual seria o resultado?

Este vê-se melhor se antes observamos a situaçom de que partimos:

  1. Por um lado, temos a norma da AGAL, codificada em numerosos textos normativos que, nem som de fácil consulta nem som fáceis de ensamblar para quem nom tem conhecimentos filológicos, sendo que muitos retificam ou corrigem os anteriores. Porém, o que mais chama a atençom desta norma, e é o que nos interessa aqui, é o grande número de formas duplas que admite para escolha dos utentes, apesar de muitas delas já nom terem justificaçom no uso.
  2. Por outro lado, temos o português padrão, com umha solidez formal indiscutível nos países de língua oficial portuguesa, mas carente de norma estável na Galiza, onde a maioria das pessoas que o seguem realizam escolhas entre o português lusitano e os traços morfológicos propostos pola norma da AGAL para dirigir-se ao povo galego.

Esta variabilidade no seio de ambas as normativas provoca que na prática tenhamos, mais do que duas normas estáveis, usuários de om/umha e usuários de ão/uma. Muitas outras discrepáncias tenhem mais a ver com opçons individuais que com preceitos normativos insalváveis. Um defensor da norma da AGAL pode usar canções e umha defensora do padrão português pugem, ainda que à partida o que se esperaria de ambos seria o uso do maioritário cançons e do internacional pus respetivamente.

Por outro lado, os discursos reintegracionistas, sendo diversos, nom podem ser reduzidos a dous, um coerente com a norma da AGAL e outro com o português padrão. Antes podemos afirmar que as diferentes maneiras de falar à sociedade som hoje assumidas como próprias polo conjunto dos reintegracionistas, que as adotam ou modulam em funçom do contexto em que se encontram.

Temos, em definitivo, umha única estratégia para a língua e umha mesma forma de a escrever, com variaçons mínimas. Para que queremos entom duas normas lingüísticas diferentes que nos fagam duvidar (a nós e às pessoas que se estám a aproximar de nós) se somos um ou dous movimentos?

Som principalmente estas as razons que nos fam entender fácil e necessária elaboraçom de um único texto normativo…

  1. …Que inclua as formas atuais da norma da AGAL.
  2. …Que inclua as formas usadas polos partidários e partidárias do português padrão.
  3. …Que descarte algumhas formas que já nom tenhem uso no reintegracionismo moderno.

Isto nom compromete mais ninguém, só a AGAL, e nom entraria em colisom com os usos de outras associaçons ou pessoas que eventualmente nom reconheçam essa aglutinaçom, porque a prática delas também estaria recolhida nesta convergência. Mas o importante é que na AGAL poderiam trabalhar comodamente todas as pessoas que o desejassem, sejam quais forem as suas escolhas, e que poderíamos apresentar à sociedade umha proposta mais coerente.

Exemplo

A seguir, só alguns exemplos de como a norma da AGAL já oferece várias opçons de escrita em múltiplos casos, sem que tenham gerado confusom entre os utilizadores. O que nós pretendemos é que entre essas opçons também sejam considerados outros usos que existem no reintegracionismo moderno, nomeadamente –ão em palavras com pronúncia [-‘ãŋ] e [-‘õŋ] e a forma gráfica dos indefinidos femininos (uma).

 

quadro propostas