O descanso de Adriano

Carlos C. Varela
20 de Fevereiro de 2018

Carlos C. Varela
20 de Fevereiro de 2018
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Lugar de Adrám, na paróquia ordense de Vila Maior

Adrám, lugar da paróquia de Vila Maior, tem numerosos homónimos tanto na Galiza quanto em Portugal, como o Adrão da freguesia de Valadares, concelho de Baião, que em documentos dos anos 1162 e 1190 ainda aparecia escrito como Adram. Explica o erudito Fernandes Almeida que som topónimos provenientes do genitivo Hadriani, isto é, umha vila, granja ou outra propriedade de um tal Hadrianus; “ou a forma popular Adrião, se caso mais moderno”.

Nos últimos anos Adriám veu sendo um dos nomes preferidos polas parelhas galegas para impor aos seus filhos, mas já deveu ser bem popular em época romana. Levou-no o emperador Públio Élio Adriano, quem tivo a sua própria Vila Adriano, residência imperial onde também organizou umha espécie de museu onde exibia reproduçons dos monumentos que o impressionaram durante as suas viagens. Contudo, Adriano é recordado sobretudo por ordenar a construçom da muralha que leva o seu nome entre a Caledónia do povo picto e a Británia romana, ao jeito do que hoje fai o Estado espanhol em Ceuta e Melilha, a monarquia alauita no Saara ou os EUA em México. Todas elas muralhas esquecidas por muitos dos que tenhem nos seus escritórios pedras do muro de Berlim.

Durante a II República o Baixo de Adrám tocava a tuba na Agrupación Musical de Órdenes[1], constituída em 1931 sob a direçom de Higinio Cambeses Carreras, detido e encadeado na ilha de Sam Simom por ter-se solidarizado com os primeiros presos políticos do franquismo[2]. Os também músicos e solidários Mini e Mero publicarom “o demo em Adrám”[3], conto popular desta aldeia de Vila Maior –com o seu rego de Adrám– que lhes ensinou D. X. Manuel Freire.

[1] M. Pazos Gómez, História da Banda de Ordes (1931-1934), [tríptico], Ordes, Obradoiro da História, 1998.

[2] V. Cores Liste, Hixinio Cambeses. Director da Banda de Ordes 1931-1932, [tríptico], Ordes, Concello de Ordes, 2005.

[3] Xosé L. Rivas Cruz ‘Mini’ e Baldomero Iglesias Dobarrio ‘Mero’: Somos lenda viva, Lugo, Citania de Publicacións, 1996, pág. 199.