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“Se vás ao Brasil ou a Portugal / Verás umha gente que tem quase, quase o teu mesmo falar / Se vás ao Brasil ou a Portugal / Verás meu amigo que grande e formoso é o nosso falar”

Versos da mítica cantante arçuana Ana Kiro que com um marcado ritmo festeiro e reintegrata podem considerar-se como um verdadeiro antecedente histórico do acontecido neste 2014. Ano em que celebramos que ‘O mundial fala galego’ e onde levamos o éMundial a Arçua, terra da autêntica e genuína dama da cançom galega, natural da paróquia da Castanheda.

Vários anos antes, organizada pola recém-nascida Assembleia da Língua (AL), em 17 de Maio de 2002 celebrava-se em Compostela umha outra grandiosa “Festa da Língua” sob o original lema “A Nossa Língua É Mundial”. É dizer, aquilo mesmo de que “a nossa língua é extensa e útil”, que dizia Castelão (nom o governador Plácido Castelo que dá nome ao Arena Castelão de Fortaleza, no Ceará, mas o nosso Afonso Rodrígues Castelao), mas dito dum modo mais lúdico, como condizia com o caráter ludo-reintegracionista das/dos organizadoras/es e com a iminente organizaçom, no verão daquele mesmo ano, da Copa do Mundo da Coreia-Japom. Posteriormente, em 2011, a AGAL encurtou o lema e transformou-o numha única palavra: éMundial, e deu nome a umha nova festa. Compostela em 2011, Vigo em 2012 e Arçua em 2014, com grande sucesso de crítica e público (infantil), acabamos de celebrar a sua terceira ediçom.

Um éMundial que coincidia no tempo com outra grande festa mas nessas latitudes (e longitudes) tam longínquas da terra do queijo e já cantadas por Ana. Um jogador alemão descendente de polacos fazia furor com as mensagens do seu twitter em galego tropical. Podolski, de apelido, torna-se protagonista, e o mais querido da Copa, por ficar namorado do Brasil mas também por expressar esse seu amor na língua das e dos brasileiros. Na nossa língua. Mais umha vez o galego-português é total.
A nossa língua, chamada de galego na Galiza e internacionalmente conhecida por português, é, precisamente por isso, extensa e útil. A nossa língua nacional é internacional. Já é oficial… na UE. U é? Na UE, meu amigo, na UE! Neotrovadorismo? Pois é! Na Galiza e em Portugal ladramos igual. Uau, a nossa língua também é universal! “A nossa língua está viva e floresce em Portugal” (Castelao mais umha vez). Portugal levou a sua língua, que é a nossa, a Terra Brasilis onde (segundo escreveu -em norma AGAL- o galego Pero Vaz de Caminha na sua celebérrima carta ao rei) “tudo o que nela se planta tudo cresce e floresce”. A nossa língua cresce e floresce no Brasil. E dá algum dos seus melhores frutos também.

Lukas Podolski fala galego / Fonte: www.omundialfalagalego.com
Lukas Podolski fala galego / Fonte: www.omundialfalagalego.com

Falemos o galego que falemos escrevamos em ‘globalego’ (de globish + galego), o galego global!

Já dizia Ana Kiro, com o galego (português) podemos ir polo mundo falando a língua com a que nos criamos, porque galegos somos.

Por quê?

Porque podemos e porque a nossa língua é mundial!

NOTA:

Artigo publicado originalmente no Fest-AGAL n.º 5 (julho de 2014)

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