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Entrevista à equipa de Círculo Edições: «Em Portugal há um crescente apoio à Galiza na CPLP, mas teremos que consegui-la nós»

Desde 2013 temos um novo projeto editorial com o objetivo explícito de «fomentar os intercâmbios entre a Galiza e o resto da Lusofonia». Trata-se do Círculo Edições–Iniciativa Cultural Galego-Portuguesa, que aliás decidiu adotar o Acordo Ortográfico de 90 para aproveitar a «contigüidade lingüística entre os falares galegos e os portugueses». O centro da atividade da editora encontra-se agora na revista Elipse e os seus votos para um futuro promissor na aposta em novos valores.

Na imagem, um ato de apresentaçom da revista 'Elipse'. De esquerda a direita, Rosa Martínez 'Rosanegra', Alexandre Ínsua e Cruz Martínez, do Círculo Edições
Na imagem, um ato de apresentaçom da revista ‘Elipse’. De esquerda a direita, Rosa Martínez ‘Rosanegra’, Alexandre Ínsua e Cruz Martínez, do Círculo Edições

A Através (editora da AGAL) já distribui em Portugal; cada vez mais editoras falam de abrir linhas em português e agora surgides vós. Sodes umha iniciativa excecional ou sentides-vos parte de umha maré?

Ainda que a iniciativa Círculo Edições foi apresentada há quase um ano, em junho de 2013, esta ideia nom é tam nova, já que há anos que participamos em atividades, projetos e publicaçons onde colaboram pessoas de ambas as beiras do Minho. Nom nos sentimos excecionais, pois já havia outras entidades, e nomeadamente a Através, com umha longa trajetória e muito trabalho bem feito. Porém, um país normal tem muitas editoras próprias que na dimensom agregada da sua atividade fortalecem o sistema cultural; nós aspiramos à normalidade.

Estamos diante de um triunfo moral das organizaçons de orientaçom reintegracionista, mas nom se pode falar nem de maré nem de movimento organizado. Se calhar seria mais exato falarmos de processo contínuo de apariçom de iniciativas ou da passagem de novas pessoas ao emprego da ortografia histórica.

Há muita resistência, porém. Teresa Moure já nom poderá publicar mais em Xerais… e Séchu Sende nom pudo fazê-lo em Galaxia.

Certamente, existem focos de resistência institucionais; entendo «instituiçons» de um modo laxo. Devemos assinalar que há aqui umha contradiçom, dado que por um lado falam de abrir linhas em português e procurar vias de promoçom, mas por outra imponhem umha opçom para a representaçom da língua nom coerente com o pressuposto anterior. Nós imaginamos que é possível que algum dia podam publicar em «Gerais» ou «Galáxia» por mudarem essas editoras de filosofia lingüística. Se nom for assim, teremos todo o prazer de aceitar nós as propostas de todas aquelas pessoas que tiverem vontade de publicar e se encontrarem com entraves para o fazer.

Hoje (*) o jornal Público português publica um editorial em que reclama a inclusom da Galiza na CPLP…

Efetivamente, em Portugal há um crescente apoio para a inclusom da Galiza na CPLP, onde a aprovaçom da Iniciativa Paz Andrade foi recebida muito positivamente. Devemos alegrar-nos por este interesse. Mas devemos ser conscientes de que a inclusom nom virá do Sul, senom que a teremos que conseguir nós. Por isso haveria que pensar numha estratégia e nos passos concretos que podemos fazer aqui para que se assuma a integraçom de forma transversal, como ocorreu com a Iniciativa Paz Andrade.

Como participar no vosso projeto?

Pode-se colaborar de duas formas. A primeira delas é enviando colaboraçons para serem publicadas em Elipse ou propostas de publicaçons. Gostaríamos de contar com os contributos daquelas pessoas que começam a publicar, já que outro elemento muito importante do nosso ideário é a promoçom de novos valores. Para isto o único que têm que fazer é mandar-nos um e-mail. Simples.

O segundo é indireto. Ao sermos umha entidade autofinanciada e reinvestirmos os «benefícios» na continuidade do projeto, adquirir as nossas publicaçons é umha forma de colaborar, especialmente assinando Elipse, a revista. O êxito dos números 1 e 2 permitem-nos tirar os dois primeiros livros. Nom aceitamos contributos económicos diretos, nem públicos, nem privados.

 

Entrevista publicado originalmente no n.º 137 do Novas da Galiza(maio-junho de 2014)

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