Estreamos o novo ano dando uma vista de olhos atrás. Mês a mês, repassaremos os artigos mais lidos no PGL dentre os publicados no ano 2015 [*].
Janeiro: Português para ‘dummies’ em aulas de Língua Galega
Neste artigo, Paulo Gamalho realiza um exercício de lingüística-ficçom. Nele, visualiza umha aula de Língua Galega em sexto de Primário, que inclui uma nova unidade didática chamada “Do galego ao portugués en 3 horas”, produto do novo Decreto de “Achegamento ao portugués en Primaria”, desenvolvido a partir da Lei Valentim Paz-Andrade para o aproveitamento da língua portuguesa e vínculos com a Lusofonia.
Fevereiro: Que laranja foi primeiro, a cor ou a fruta?
A laranja chama-se laranja porque é laranja ou chama-se laranja ao laranja porque as laranjas som laranjas? Que foi antes, a cor ou a fruta? Jon Amil responde estas questões através de umha breve e didática colaboraçom.
Março: (Filipe Diez) «Não vejo sentido em entender a língua galega numa dimensão puramente nacional quando historicamente é uma língua internacional»
Entrevista na secçom AGAL Hoje a Filipe Diez com motivo da sua adesom à Associaçom Galega da Língua. Entre outras questões, Diez fala nesta entrevista da sua etapa no Brasil, da perceçom da língua, dos meios de comunicaçom em galego e do passo adiante que representou para si assumir umha prática reintegracionista pública.
Abril: Aberto período de pré-inscrição nos cursos aPorto 2015
O início de umha nova ediçom dos cursos aPorto suscitou o interesse maioritário do público do PGL no mês de abril, quase à pré com o nosso contributo para o Dia dos Enganos.
Maio: ‘Decreto Filgueira’ explica a transcendência de Filgueira no processo de normatizaçom do galego
Como esperável no Ano Filgueira está para rematar, o artigo mais lido no PGL no mês de maio foi a notícia da apresentaçom do Decreto Filgueira. Dirigido por Ozo Perozo, este documentário debruça-se sobre o intenso debate que se produziu entre os anos 1971 e 1982 em relaçom a qual devia ser a orientaçom gráfica do galego. O filme também ajuda a compreender melhor a figura homenageada no próximo Dia das Letras deste ano, Xosé Fernando Filgueira Valverde, através de um episódio do qual foi protagonista no início dos anos 80, fundamental para a história recente da nossa língua.
Junho: (Mário Herrero) «O galego ILG-RAG foi concebido, desenhado e implementado para que nada mudasse, aparentando que tudo estava a mudar»
No mês de junho o tema em destaque foi a entrevista a Mário J. Herrero Valeiro, autor de A Normalização Linguística. Uma Ilusão Necessária, que nessa altura era a mais recente novidade da Através Editora. Estetrabalho está intimamente ligado a Guerra de Grafias, Conflito de Elites (2011) e, precisamente, as leitoras e leitores desse primeiro volume encontrarám nele a fundamentaçom teórica e contextualizaçom do livro que se apresentou este ano.
Julho:«(Verónica M. Delgado) «O reintegracionismo foi quem de construir um nicho de mercado para os pequenos projetos de edição independente»
Com umha prolífica obra às costas, tanto individual quanto coletiva, a escritora Verónica Martínez Delgado anuncia nesta entrevista a necessidade de tomar um tempo «de descanso, de silêncio», para poder dar saída a projetos profissionais que estiveram «parados durante muito tempo». Nesta alargada entrevista, Martínez Delgado fala da sua última obra (Ode à Madison Ivy) e também acerca das chaves da sua produçom poética, o encaixe do sexo na literatura atual ou a questom da língua e a censura, entre outros temas.
Agosto: Um bom ‘mergulho’ no idioma
O linguista Fernando Venâncio reflete neste artigo acerca dos verbos comuns e exclusivos dos falantes do galego-português, a começar polo ‘mergulhar’ que intitula o texto.
O nosso verbo mergulhar tem origem decerto remotíssima. Está relacionado com o latim mergulus, nome da ave que chamamos mergulhão. Alguém, um dia, provavelmente na Galécia, achou adequado chamar merguliare à acção de imitar o que essa ave faz bem: afocinhar na água. E assim ficou.
Como este, existem numerosos verbos exclusivos de Galego e Português. Até este momento identifiquei 195. Este número limita-se a verbos ‘correntes’ […].
Setembro: As mentiras que nos contaram sobre o Reino de Galiza
De novo, um artigo de Paulo Gamalho entre os mais lidos do ano. Colocamos a seguir o seguinte excerto que, ainda, servirá de apresentaçom do seu texto:
O nacionalismo espanhol pretendeu e pretende afundar as suas raízes na monarquia visigoda e nos simpáticos e valerosos astures, com Paio à cabeça, mas tivo que ocultar sem pudor que por ali estava também o reino suevo-galaico que derivou no único espaço político não controlado polos emires árabes de Córdova: o Reino da Galiza, no qual se inseriam os territórios dos reis e senhores astures que deram lugar ao mito de São Paio e da mal chamada Reconquista.
Outubro: (Wiktoria Grygierzec) «Se não se fala o galego “na intimidade”, os grandes atos e declarações públicas não vão fazer muito com e por ele»
Nova sócia da AGAL, a polaca Wiktoria Wika Grygierzec leva já vários anos entre nós. Nascida na Galícia (Galicja), reflete acerca da identidade do galego-português a partir do olhar de quem nom é utente da língua do berço, mas que a decidiu aprender por vontade própria.
Novembro: A continuação do galego medieval é o português atual
Alexandre Banhos desenvolve neste alargado artigo que a continuaçom do galego medieval é a atual língua portuguesa. E é-o, em sua opiniom, «em muito mais grande medida, que a que se dá entre ele e as falas chamadas galegas que permaneceram nesse território do norte. Há muita menor continuação entre o galego ao norte e o galego medieval, que entre o galego medieval e o português atual, a que o facto de ter perdido alguns rasgos regionais minhotos e beirões não apaga nada essa continuidade».
Dezembro: Do Apalpador, a ignoráncia e os enes-agás
O ativista Bruno Lopes Teixeiro relata um caso de intolerância lingüística protagonizado pola pessoa responsável de um estabelecimento do ensino da comarca de Ferrol, que se recusou a dar difusom ao certame escolar Conhecendo o Apalpador porque os materiais publicitários empregavam a norma reintegracionista da AGAL.
Notas:
- Como indicado, esta notícia unicamente se refere a conteúdos publicados em 2015. Quando nalgum mês o artigo mais lido era de um ano anterior, omitiu-se esse resultado e procurou-se o mais visitado dentre os publicados no ano atual.
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