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Comissão Promotora da ILP Paz-Andrade celebra sucesso da iniciativa

PGL – A seguir divulgamos vídeo com o comunicado da Comissão Promotora da ILP Paz-Andrade lido em Bonaval (Compostela – Galiza), sábado dia 15 de março de 2014,  celebrando o sucesso da iniciativa aprovada por unanimidade na passada terça, dia 11 de março de 2014, pelo Parlamento da Galiza.

Comunicado da Comissão Promotora da ILP Valentim Paz Andrade

Bom dia amigos e amigas. Obrigado por virdes. Foram 30 anos clamando que temos uma língua extensa e útil. Foi já um século desde que Manuel Murguia, Genaro Marinhas del Valhe, Carvalho Calero, Otero Pedrayo, Castelão… afirmaram que ainda que por circunstâncias usassem as grafias do castelhano, o galego forma parte duma língua extensa e diversa, e pode reintegrar-se nela para que aproveitemos a riqueza que temos nas mãos.

A Lei Valentim Paz Andrade foi aprovada por unanimidade em 11 de março polo pleno do Parlamento galego. Está Lei leva também o nome do intelectual galeguista que participou no Acordo Ortográfico da Língua portuguesa em Rio de Janeiro em 1990. A Lei Valentim Paz Andrade nasce duma ILP que foi tomada em consideração polo Parlamento em 14 de Maio, única ILP na nossa História aceite por unanimidade.

Para além dos objectivos que fixa a Lei, a unanimidade da tomada em consideração da ILP e da aprovação da Lei são signo dum novo e esperançado consenso linguístico no que a sociedade galega decide defender e desenvolver o seu milenar idioma além de pontos de vista conjunturais, partidários, e inclusive de identidade. E para isto a sociedade civil quer contar com todas as potencialidades históricas e de futuro do nosso idioma, que inclui a sua inegável dimensão internacional.

O galego tem um imenso futuro porque teve uma digníssima história. Na Idade Meia, Bernal de Bonaval, entre muitos, escreveu e cantou na língua que hoje nos une com 250 milhões de pessoas. Essa língua foi desenvolvida na escrita e a literatura durante a Idade Moderna na outra beira do Minho e além dos mares. Ao norte do Minho perdemos a nossa cultura escrita, mas a língua foi guardada com dignidade e com amor no nosso mundo rural tradicional e entregada por fim nas nossas mãos apenas com as diferenças que qualquer língua extensa pode ter.

Não é verdade portanto que o galego seja uma língua pequena e local. Se o fosse amaríamo-la igual. Mas não é. É irmã do brasileiro, o português, moçambicano e timorense.

Dizia Jesus Alonso Montero que há quem faz com o galego como aquelas mães que abraçam tanto a criança que a afogam. Nós congratulamo-nos de que hoje na Galiza já ninguém queira que o galego seja tratado como aqueles filhos sobre protegidos por mães ou babás que o querem para sempre sendo menor de idade, que não cresça nem saia nunca da casa, para ficar para sempre ao seu cuidado “comprometido”.

O galego é adulto e em 11 de março a sua maioria de idade começou a ser reconhecida, porque a sociedade civil galega o quer, já para sempre, saudável e forte.

 

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