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A classe trabalhadora no cinema, para celebrar o 1.º de Maio (aproximação a uma filmografia básica)

O Dia do Trabalho é celebrado em vários países no 1.º de Maio. Essa data está relacionada com eventos ocorridos na cidade de Chicago em 1886. Desde o fim do século XIX, nos Estados Unidos da América, no Brasil e em vários outros países ocidentais, o dia 1.º de Maio é tido como o Dia do Trabalho ou o Dia do Trabalhador. Tal data foi escolhida em razão de uma onda de manifestações e conflitos violentos que se desencadeou a partir de uma greve geral. Essa greve paralisou os parques industriais da cidade de Chicago (EUA), no 1.º de Maio de 1886. Para compreendermos os motivos que levaram os trabalhadores a tal greve e o porquê da escolha desse dia como marco de memória, é necessário conhecer um pouco do contexto do período. Sabemos que, durante o século XVIII, ocorreu, em solo inglês, um dos acontecimentos mais importantes da história da humanidade: a Revolução Industrial. Da Inglaterra, o processo de industrialização alastrou-se, inicialmente, pela Europa e, depois, para outros continentes, como o americano. Uma das consequências mais patentes da Revolução Industrial foi a formação de grandes centros urbanos, fato que gerou, consequentemente, uma grande concentração de pessoas em seu entorno, sobretudo de operários, cujo trabalho nutria as indústrias.

A formação da classe operária demandou uma série de necessidades que nem sempre era efetivamente cumprida pela burguesia industrial. As horas trabalhadas eram, muitas vezes, excessivas e a relação entre empregado e empregador nem sempre era amistosa. Nesse contexto, surgiram os sindicatos e os movimentos de trabalhadores, orientados por ideologias de esquerda, como o anarquismo (anarcossindicalismo), o socialismo e o comunismo. A principal forma de ação das organizações de trabalhadores com vistas à exigência de direitos era a greve. A greve geral tornou-se um instrumento de pressão frequentemente usado. Entretanto, às greves também se juntavam outras práticas, como a ação direta, que consistia em manifestações violentas. A greve geral do 1.º de Maio de 1886, em Chicago, resultou em forte repressão policial. Tal repressão estimulou ainda mais manifestações que transcorreram nos dias seguintes.

No dia 4 de maio, em uma manifestação na praça Haymarket, na cidade referida, uma bomba explodiu matando sete e ferindo dezenas de pessoas, entre policiais e manifestantes. A explosão de tal bomba provocou o revide dos polícias com tiros sobre os manifestantes. Outras dezenas de pessoas morreram na mesma praça. Esse conjunto de eventos, desencadeados a partir do 1.º de Maio, tornou-se símbolo para as manifestações e luitas por direitos trabalhistas nas décadas seguintes em várias partes do mundo.

No caso específico do Brasil, a menção ao dia 1.º de Maio começou já na década de 1890, quando a República já estava instituída e começava um processo acentuado do desenvolvimento da indústria brasileira. Nas duas primeiras décadas do século XX, começaram a formar-se os movimentos de trabalhadores organizados, sobretudo em São Paulo e no Rio de janeiro. Entre esses movimentos, também figuravam ideologias como o anarcossindicalismo, de matriz italiana, e o comunismo.

Em 1917, a cidade de São Paulo protagonizou uma das maiores greves gerais já registradas. A força que o movimento dos trabalhadores adquiriu era tanta que, em 1925, o então presidente Arthur Bernardes acatou a sugestão que já ventilava em várias partes do mundo de reservar o dia 1.º de Maio como Dia do Trabalho no Brasil. Dessa forma, desde esse ano o 1.º de Maio passou a ser feriado nacional. Na época do Estado Novo de Getúlio Vargas, a data era deliberadamente usada para eventos de autopromoção do governo, com festas para os trabalhadores e muitos discursos demagógicos. O mesmo que acontecia no nosso país durante o franquismo.

É de grande importância fomentar entre crianças e jovens o apreço pelo trabalho e pelos trabalhadores ou operários, tanto da indústria e do comércio, como do campo e do mar, sensibilizando-os pelo grande valor social que têm, pelas suas históricas luitas, pelas suas justas reivindicações, pelos seus direitos e porque para a sociedade os trabalhadores são o mais importante que há. Nas aulas, e fora das mesmas, realizando visitas a obradoiros, oficinas, quintas, comércios, lotas, convém ensinar aos escolares o real valor do trabalho, vitalmente necessário para todos. As atividades educativo-didáticas que se podem realizar seria interessante celebrá-las ao redor da data do primeiro de maio, que é em quase todo o mundo a festividade e comemoração dedicada ao trabalho e aos operários e trabalhadores. Dentro da filmografia mundial, existem numerosos filmes em que os protagonistas são os operários, com as suas luitas, as suas greves e as suas justas reivindicações, muitas vezes tendo que luitar com força contra empresários e amos sem escrúpulos, que só se dedicam a explorar os seres humanos, para benefício próprio.

12 FILMES ESENCIAIS SOBRE A CLASSE TRABALHADORA:

  1. Stachka (A Greve).
  • Diretor: Sergei M. Eisenstein (União Soviética, 1925, 82 min., preto e branco).1 fotograma A Greve
  • Roteiro: Sergei M. Eisenstein, Valerian Pletnev, Ilya Kravchunovsky e Grigori Aleksandrov.
  • Fotografia: Eduard Tissé. Produtora: Proletkult Production / Goskino.
  • Atores: Maksim Shtraukh, Grigori Alexandrov, Mikhail Gomorov, Ivan Klyukvin, Aleksandr Antonov, Yudif Glizer, Anatoliy Kuznetsov, Vera Yanukova e Boris Yurtsev.
  • Argumento: Em 1912, durante o governo do Czar, a greve dos operários de uma fábrica é brutalmente reprimida pela polícia. Um operário se mata após ser injustamente acusado de roubo e esse é o estopim para o início de uma greve numa fábrica russa. No começo é tudo empolgação, mas logo o lento processo de negociação ataca os ânimos dos grevistas. Reivindicações são negadas, a espionagem avança e os militares são chamados para resolver o problema.
  1. Modern Times (Tempos modernos).
  • 2- tempos modernosDiretor: Charles Chaplin (EUA, 1936, 87 min., preto e branco).
  • Roteiro e música: Charles Chaplin. Fotografia: Rollie Totheroh e Ira Morgan.
  • Atores: Charles Chaplin, Paulette Goddard, Henry Bergman, Chester Conklin, Stanley Stanford, Hank Mann, Louis Natheaux e Allan Garcia.
  • Argumento: Um operário de uma linha de montagem, que testou uma “máquina revolucionária” para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que liderava uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente uma jovem rouba comida para salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas não tem mãe e o pai delas está desempregado, mas o pior ainda está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas enquanto as menores são levadas a jovem consegue escapar.
  1. Salt of the Earth (O Sal da Terra).
  • 3- fotograma sal da terraDiretor: Herbert J. Biberman (EUA, 1954, 95 min., preto e branco).
  • Roteiro: Michael Wilson. Música: Sol Kaplan.
  • Atores: Juan Chacón, Will Geer, Rosaura Revueltas, Mervin Williams, Frank Talavera,Clinton Jencks, e Virginia Jencks.
  • Argumento: Mineiros de origem mexicana no Novo México estão em greve. Num contexto de injustiça social, desenrola-se um drama familiar vivido por Ramón e Esperanza Quintero, um dos mineiros e sua esposa. No decorrer da greve, os papéis de Ramón e Esperanza invertem-se: um mandado de segurança contra os grevistas masculinos faz com que as mulheres assumam as atividades piqueteiras, deixando aos homens as tarefas domésticas. As mulheres evoluem de uma posição de subordinação para igualdade, aliadas em busca do objetivo comum.
  1. Sacco e Vanzetti.
  • 4- sacco e vanzettiDiretor: Giuliano Montaldo (Itália, 1971, 121 min, cor).
  • Roteiro: Giuliano Montaldo e Fabrizio Onofri.
  • Fotografia: Silvano Ippoliti. Música: Ennio Morricone.
  • Atores: Gian Maria Volonté, Riccardo Cucciolla, Cyril Cusack, Rosanna Fratello e Milo O’Shea.
  • Argumento: Boston, início dos anos 20. Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti são dous imigrantes italianos, sendo o primeiro um sapateiro e o outro um peixeiro, que são detidos pela polícia. Ninguém negava que eram anarquistas, na verdade eles mesmo admitiam, pois acreditavam que era a única forma de o homem não ser explorado pelo homem. Porém era duvidoso que Sacco e Vanzetti fossem culpados de um assassinato, que aconteceu em 15 de abril de 1920. O julgamento deles deixou de ser algo baseado na justiça e sim na política, pois deviam ser condenados por serem estrangeiros e seguirem uma doutrina política que se opunha ao conservadorismo, que tinha as rédeas do poder nos Estados Unidos.
  1. On the waterfront (Sindicato de ladrões ou Lei do silêncio).
  • 5- sindicato de ladrõesDiretor: Elia Kazan (EUA, 1954, 108 min., preto e branco).
  • Roteiro: Budd Schulberg, segundo um artigo de Malcom Johnson.
  • Fotografia: Boris Kaufman. Música: Leonard Bernstein.
  • Atores: Marlon Brando, Eva Marie Saint, Karl Malden, Lee J. Cobb, Pat Henning, James Westerfield, Rod Steiger, Leif Erickson, John Heldabrand, John Hamilton, Martin Balsam e Rudy Bond.
  • Argumento: Johnny Friendly é um gângster que atua nas docas de Noa Yorl. Ele é também o chefe do sindicato, sendo assessorado por Charley Malloy, um vil advogado. Os dous usam um ex-boxeador, Terry Malloy, que é irmão de Charley, para atrair Joey Doyle até o telhado, onde dous capangas de Friendly o empurram para a morte. O motivo do assassinato era que assim ele nada falaria para a comissão do crime, ou seja, era um delator, e para aqueles que controlavam o sindicato merecia morrer. Terry atraiu Joey com uma certa dose de inocência, pois acreditava que os capangas iam só dar uma “prensa” nele. Edie Doyle, a irmã do homem assassinado, demonstra toda a sua revolta quando o padre Barry dava os últimos sacramentos para Joey. No dia seguinte Glover e Gillette, dous membros da comissão que investiga o crime nas docas, quer interrogar Terry, mas ele diz que não tem informação para lhes dar. Logo Terry conhece Edie e começa a se sentir responsável pela morte de Joey. O padre Barry cede os fundos da igreja para os portuários se reunirem com segurança e para ver o que está acontecendo. Charley diz a Terry para que vá à reunião e lá o padre pergunta quem matou Joey Doyle. O medo faz todos silenciarem. Não tendo conseguido nada e estando prestes a encerrar a reunião, os capangas de Johnny começam a quebrar os vidros da igreja. Os poucos que tiveram coragem de ir eram atingidos por golpes de canos ou tacos de beisebol, quando saiam da igreja. Barry jura para “Kayo” Dugan, um dos portuários com maior representatividade, que não irá se intimidar com tal agressão. Paralelamente nada acontece com Edie, que foi retirada da igreja por Terry. Os dous conversaram, mas o pai dela odiou saber que sua filha estava com o irmão de Charley. Ele está ansioso para que sua filha volte para o colégio, mas ela diz que não partirá até a morte do irmão ser esclarecida. Edie reencontra Terry e, apesar de ter várias cousas nele que a desagradem, há algo que não consegue definir. Porém algo deixa a situação muito tensa, pois Dugan coopera com a comissão mas, enquanto trabalhava, um engradado “acidentalmente” cai em cima dele, matando-o.
  1. Perła w koronie (A pérola da coroa).
  1. La batalla de Chile: 3 partes (A batalha de Chile, 3 partes).
  • Diretor: Patrício Guzmán (Chile-Cuba-França-Venezuela, 1975, 1977 e 1979, 100, 82 e 100 min., preto e branco). Roteiro: Patrício Guzmán. Fotografia: Jorge Müller Silva.
  • Atores: Salvador Allende e os trabalhadores de Chile.
  • 7- foto batalha chileArgumento: Considerado um dos melhores e mais completos documentários latino-americanos, A batalha do Chile é o resultado de seis anos de trabalho do cineasta Patrício Guzmán. Dividido em três partes (A insurreição da burguesia, O golpe militar e O poder popular), o filme cobre um dos períodos mais turbulentos da história do Chile, a partir dos esforços do presidente Salvador Allende em implantar um regime socialista (valendo-se da estrutura democrática) até as brutais consequências do golpe de Estado que, em 1974, instaurou a ditadura do general Augusto Pinochet. Com uma câmera inquisitiva que vai ao encontro dos fatos e protagonistas da história, Guzmán testemunha um país em convulsão e produz uma reflexão aguda sobre a condição política latino-americana: «Foram quase sete anos para estruturar o material filmado, entre 20 e 25 horas de imagens, conta o realizador: “Levamos oito, nove meses só para chegar à conclusão de que deveriam ser três filmes. Um dia disse a Pedro Chaskel, meu montador: ‘Não podemos fazer um filme longo. Não podemos perder tanto material. Vamos fazer a seguinte divisão: A insurreição da burguesia, com todas as ações da direita; O golpe de Estado, síntese das ações da direita e da esquerda; e O poder popular, com as ações espontâneas do povo para neutralizar o boicote contra Allende’. Levamos quase um ano para encontrar essa definição”. Terminada a montagem da primeira parte, em 1975, Patricio saiu para apresentá-la “em dois ou três festivais” e retornou logo à montagem, “pois tinha pressa em terminar o segundo filme, porque nela estava o golpe”».
  1. La tierra prometida (A Terra prometida).
  • 8- fotograma terra prometidaDiretor: Miguel Littín (Chile-Cuba, 1973, 120 min., cor).
  • Roteiro: Miguel Littín. Fotografia: Alfonso Beato e Patrício Castilla. Música: Luis Advis.
  • Atores: Nelson Villagra, Marcelo Gaete, Pedro Alvarez, Aníbal Reyna, Shenda Román, Carmen Bueno, Rafael Benavente, Mireya Kulchewsky, Sergio Hernández, Roberto Parada e Paz Irarrázabal.
  • Argumento: Com argumento e realização do chileno Miguel Littín, foi um dos seus primeiros trabalhos, realizado no Chile e concluído em Cuba devido ao golpe militar de 1972 por Pinochet, que levou Littín ao exílio. Na filmografia chilena figura como a ambiciosa produção do período da Unidade Popular de “uma epopeia dos camponeses centrada na propriedade da terra e na utopia de uma república socialista”. O filme evoca o primeiro governo socialista do Chile, efemeramente estabelecido em 1932, o que lhe conferiu uma nova dimensão política e social. Durante o governo socialista de Marmaduque Grove em 1932, um grupo de camponeses decide tomar-se umas terras no sector de Palmilla. Quase como uma viagem mítica, os problemas surgem uma vez assentes e em posição de trazer o ideal socialista entre a população. Tudo se torna mais complicado com os rumores de que as forças reacionárias já derrocaram o governo socialista.
  1. Cantata de Chile.
  • Diretor: Humberto Solás (Cuba, 1975, 119 min., cor). Produtora: ICAIC.
  • Roteiro: Humberto Solás. Fotografia: Jorge Herrera. Música: Leo Brouwer.
  • Atores: Eric Heresmann, Leonardo Perucci, Shenda Román, Nelson Villagra, Alfredo Tornquist, Peggy Cordero, Flavia Ugalde, Roberto Contreras, Alejandro Pérez,Pedro Chaskel e Juan Seoanne.
  • Argumento: Em 1907 os operários do norte de Chile organizam uma greve de gigantescas proporções, com o propósito de melhorar as condições de vida de milhares de mineiros que foram explorados por empresas estrangeiras. A resposta da oligarquia chilena consistiu no que historicamente se conheceu como o massacre de Iquique, embora este acontecimento de notório vandalismo não conseguisse diminuir a combatividade da classe operária chilena. A partir deste enunciado, que serve de ponte para o desenvolvimento do filme, os episódios alegóricos com base na história e no espírito revolucionário, evocam os heróis e o povo mártir na sua luita política.
  1. La última cena (A última ceia).
  1. El coraje del pueblo (A coragem do povo).
  • 11- coragem do povoDiretor: Jorge Sanjinés (Bolívia, 1971, 90 min., cor).
  • Roteiro: Óscar Soria. Fotografia: Antonio Eguino. Música: Nilo Soruco.
  • Atores: Domitila de Chungara, Eusebio Gironda, Federico Vallejo e Felicidad Coca García.
  • Argumento: Drama histórico baseado em factos reais. No filme relata-se o massacre da noite de São João durante o governo de Barrientos. As personagens relatam as suas vivências, relacionadas com esse trágico acontecimento, levado a cabo pelas forças repressoras do general Barrientos, sob o pretexto de sufocar um movimento sindical subversivo vinculado à guerrilha comandada pelo «Che» Guevara, em Bolívia.
  1. 1900 (Novecento) Partes 1 e 2.
  • Diretor: Bernardo Bertolucci (Itália-França-Alemanha, 1976, 314 min., cor).
  • 12- novecentoRoteiro: Bernardo e Giuseppe Bertolucci e Franco Arcalli.
  • Fotografia: Vittorio Storaro. Música: Ennio Morricone.
  • Atores: Gérard Depardieu, Robert De Niro, Dominique Sanda, Stefania Sandrelli, Donald Sutherland, Burt Lancaster, Sterling Hayden, Francesca Bertini, Laura Betti, Werner Bruhns, Stefania Casini, Anna Henkel, Ellen Schwiers, Alida Valli e Romolo Valli.
  • Argumento: No ano 1901, numa quinta do norte de Itália, nascem o mesmo dia o filho de um latifundiário e o filho dum labrego, que vão ser amigos inseparáveis, embora seu relacionamento vá ver-se ensombrecido pelas suas diferentes atitudes perante o fascismo. O filme é um drama que faz um complexo percurso político e social pela Itália do século XX. Uma Itália que aparece no filme e em que se amostra a vida de dous amigos de infância separados por seus destinos. Olmo Dalcò, filho bastardo de um camponês, é um trabalhador consciente politicamente. Alfredo Berlinghieri, filho de um proprietário de terras, vive do dinheiro da família, sem maiores preocupações. De classes opostas, os dous compartilham um contexto: o crescimento do fascismo e do comunismo.

Nota: A maioria dos filmes anteriormente resenhados podem ser vistos descarregando-os do Youtube.

PROJETO DE ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA ORGANIZAR NAS AULAS COM MOTIVO DO 1.º de Maio:

A escola tem que comprometer-se a render homenagem a aqueles e aquelas que no dia-a-dia contribuem para o desenvolvimento dum país, os/as trabalhadores/as. E fazê-lo especialmente ao redor da data do 1.º de Maio, Dia Internacional do Trabalho e dos trabalhadores, que se comemora em muitos países do mundo, embora vá perdendo consistência, por culpa da globalização e de que muitas empresas deslocam fábricas ou escritórios a numerosos lugares da Terra, ali onde mais lhes interesse economicamente, e onde mais benefícios tenham, muitas vezes à custa dos trabalhadores dos diferentes países onde se estabelecem.

Normalmente, no 1.º de Maio, os trabalhadores realizam comícios e marchas para defender as reivindicações pelas que luitam durante todo um ano, mas é este dia em que se realça a importância das mesmas. Todos os seres do Planeta Terra, de uma forma ou de outra, contribuem para o desenvolvimento dum país e são trabalhadores inatos ou por natureza, todos como um grãozinho de areia que construem uma grande nação, as donas de casa, os professores e docentes, os operários, os pregoeiros, os pedreiros, os médicos, as enfermeiras, os engenheiros, as empregadas domésticas, os contínuos ou bedéis, os jardineiros, e até as crianças que saem a trabalhar para o sustento do lar, e os polícias se desempenharem bem as suas funções… todos têm a sua importância para um país, seja o que for. Por isso, a escola de igual maneira deve render homenagem a todos os trabalhadores, realçando a importância que têm os integrantes da Comunidade Educativa para este dia.

Um projeto básico de atividades a realizar nas aulas nas datas próximas ao 1.º de Maio, deve contemplar dous objetivos básicos: em primeiro lugar, valorizar a importância que o trabalho tem para dignificar o ser humano e o seu contributo para o desenvolvimento dum país. Em segundo lugar, identificar a diversidade de trabalhos que existem, realçando os que realizam os seus familiares e pessoas próximas.

Para desenvolver nas aulas este projeto podem formar-se grupos pequenos em cada aula, escolher um representante para cada grupo e expor em plenário o trabalho realizado pelas crianças.

Entre as atividades educativo-didáticas mais significativas que podemos realizar para comemorar a data do 1.º de Maio temos as seguintes:

  • Leituras de retalhos de imprensa sobre o Dia do Trabalhador.
  • Pesquisar entre todos porque é que se celebra no 1.º de Maio o Dia do Trabalhador.
  • Indagar nos escolares sobre o trabalho que têm seus pais.
  • Mencionar as caraterísticas de alguns trabalhos específicos dos pais dos escolares.
  • Contar histórias, contos, lendas, experiências e vivências sobre o trabalho dos pais e das famílias.
  • Valorizar porque é que o trabalho dignifica o ser humano.
  • Descrever as caraterísticas do trabalho que cumpre o médico, o professor, o padre, o presidente, o enfermeiro, e nomear as semelhanças que têm estes trabalhadores entre si.
  • Dramatizar alguns trabalhos, como o de médico, bombeiro, enfermeiras, socorristas, empreiteiros, polícias, etc., e ressaltar o que têm em comum.
  • Agrupar pelas caraterísticas que tenham em comum os diferentes tipos de trabalhos e a importância que tem cada um no desenvolvimento dum país.
  • Organizar por ordem alfabética os diferentes tipos de trabalhos e de trabalhadores.
  • Fazer redações em que os escolares exponham o que desejam ser quando forem crescidos, e que trabalhos desempenhar.
  • Descrever o trabalho que realizam algumas crianças trabalhadoras, muitas, infelizmente, exploradas em alguns dos países.
  • Os escolares de menor idade, das primeiras turmas, podem realizar desenhos alusivos ao dia do trabalhador. Desenhar o que fazem o pai e a mãe no seu trabalho. E se a mãe trabalhar também no lar, desenhar o que faz. Completar frases relacionadas com o 1.º de Maio. Valorizar o trabalho de todos porque dignifica as pessoas, e colorir desenhos em que apareçam diferentes ofícios e as pessoas que os exercem, nomeando as caraterísticas do que desempenham.

TEMAS PARA REFLETIR E REALIZAR:

Servindo-se da técnica do Cinema-fórum, analisar e debater sobre a forma (linguagem cinematográfica: planos, contraplanos, panorâmicas, movimentos de câmara, jogo com o tempo e o espaço, truques cinematográficos, etc.) e o fundo dos filmes que vejamos da listagem antes resenhada.

Organizamos nos estabelecimentos de ensino dos diferentes níveis uma exposição-amostra ao redor do tema do Trabalho e dos Trabalhadores. A mesma terá de incluir desenhos, murais, aforismos, fotografias, frases e materiais elaborados pelos próprios escolares: redações, desenhos, poemas, comentários, frases, lendas, opiniões e textos livres. Com todo o material podemos editar ou policopiar uma monografia.

Organizamos um ciclo cinematográfico escolhendo 6 filmes da listagem anteriormente resenhada. Desenhamos um cartaz para o mesmo e policopiamos um programa. Cada filme projetado será apresentado por alguém, o qual terá que manter ao final um colóquio e debate-papo, utilizando a técnica do Cinema-fórum. Para apresentar os filmes podemos convidar especialistas, e também sindicalistas da zona em que se encontre o estabelecimento de ensino. E, como é natural, também diferentes trabalhadores da localidade.

 

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